sábado, 20 de outubro de 2012

Amor, Sublime Amor! - Parte 2



Rainha de Sabá e Salomão - Perfumes, Enigmas e Muita Paixão

Salomão, rei de Israel, um dos personagens mais experientes da Bíblia no quesito paixão, possuía um harém de mil mulheres. A ele foi atribuída a autoria do Cântico dos Cânticos, embora muitos estudiosos contestem o fato.

Os detalhes do seu relacionamento amoroso mais célebre, a paixão vivida com a rainha de Sabá, também aparecem no livro etíope Kebranagsh (Glória do Rei) e complementam a Bíblia.

A sedutora rainha de Sabá encantou Salomão ao chegar a Jerusalém com sua comitiva cercada por camelos carregados de grande quantidade de ouro, pedras preciosas e uma abundância de perfumes jamais conhecida.

A bela mulher era sacerdotisa suprema em seu país (atual Iêmen) e praticava a religião astral de adoração ao Sol e à Lua. Na entrada do suntuoso palácio, precisou levantar ligeiramente seu vestido porque pensou que estivesse andando sobre as águas quando passou pelo chão espelhado. Foi a visão das torneadas pernas negras da rainha, refletidas no piso, que fisgou Salomão.

A fama da sabedoria do rei (que também era famoso pela beleza) ultrapassava fronteiras e a mulher queria testá-lo por meio de enigmas. Expôs a ele todas as suas inquietações, prontamente esclarecidas por ele. Quando a rainha - já maravilhada por sua nobreza e belo porte - comprovou sua inteligência, perdeu o fôlego e ficou fora de si.

Encantada com as perspicazes respostas dele, encheu-o de elogios: "Eu não queria acreditar no que diziam antes de vir e ver com os meus próprios olhos, mas de fato não me haviam contado nem a metade: tua sabedoria e tua riqueza excedem tudo quanto ouvi!"

Com a madeira de sândalo que ganhou da rainha, Salomão fez balaustradas para o Templo de Iahweh e liras e harpas para os músicos do palácio real. Ofereceu à rainha tudo o que ela desejou e pediu. A sintonia era tanta que viveram uma ardente paixão.

Das noites envoltas nas mais sedutoras fragrâncias nos aposentos do castelo nasceria o jovem Meneloque, fruto desse amor arrebatador entre os dois governantes. Mas eles não ficaram juntos. Grávida, a rainha voltou com seus servos para Sabá.

Quando o filho completou a maioridade, retornou a Jerusalém para visitar o pai e levou consigo a Arca da Aliança, conforme a tradição etíope. Mais tarde, ele se tornaria o fundador da dinastia salomônica nas igrejas da Etiópia.

Esta história retrata o amor de uma mulher independente e bem-resolvida sexualmente, que fugia dos padrões da época porque escolheu com quem se deitar e ter seu filho. A história mostra que Salomão adquiriu sua sabedoria com as mulheres, porque  somente uma sábia poderia testá-lo.


Raquel e Jacó - Amar dá Trabalho!

Apesar do cansaço de vários dias de viagem, Jacó não pôde deixar de notar a linda pastora de ovelhas que se aproximava. Imediatamente, prontificou-se a remover a pedra da boca do poço e deu de beber às ovelhas para agradar à jovem Raquel. Não consegiu controlar-se e, no ímpeto, roubou-lhe um beijo.

Mas, ao mesmo tempo, foi tomado de tristeza: eles eram primos. A muito custo, conseguiu contar à moça que era sobrinho de Labão, o pai dela. Raquel, então, o levou para sua casa, onde ele passou a morar e trabalhar para o tio.

Quando estava longe dos olhares dos outros, Jacó dedicava um bom tempo admirando a beleza da prima. O desejo de tê-la a seu lado era forte demais, mas não podia pedi-la em casamento pois não tinha dote a oferecer. Então propôs ao tio servir-lhe ao longo de 7 anos, sem remuneração, para poder casar-se com Raquel. Durante todo esse tempo, aguardou ansiosamente o dia em que teria a amada nos braços.

No fim do período combinado, Labão, porém, enganou o futuro genro. Em vez de Raquel, fez com que Jacó se casasse com Lia, a filha mais velha e menos formosa. Na noite de núpcias, como a noiva estava com o rosto coberto, Jacó dormiu com Lia na certeza de que estava deitando-se com Raquel.

Somente pela manhã ele descobriu a verdadeira identidade da mulher ao seu lado. Desesperado, foi tomar satisfações com o sogro. Labão, sem perturbar-se, sugeriu que Jacó esperasse o fim da semana de festas nupciais para entregar-lhe Raquel, com a condição de que trabalhasse mais 7 anos em suas terras.

Jacó representa o sacrifício e o compromisso pelo amor, muito diferente das relações de hoje, cada vez mais descartáveis. Ele amava uma, mas viveu a contragosto com as duas. Lia teve vários filhos na esperança de conquistar o amor de Jacó.

Raquel, no entanto, tinha dificuldade para engravidar e, por isso, cedeu sua criada particular para que ela tivesse um filho com o marido em seu lugar (este era um hábito comum entre as mulheres estéreis da época). Quando Lia não conseguiu mais ficar grávida, fez o mesmo com sua criada.

Mesmo vivendo um amor patriarcal, as mulheres tiveram poder absoluto sobre o processo reprodutivo e amoroso de Jacó. Após o nascimento de 10 crianças (seis de Lia e quatro de escravas), Raquel finalmente engravidou e deu à luz José, o mais virtuoso e bem-sucedido dos filhos de Jacó.

Anos mais tarde, teve outro filho, Benjamin, mas ela morreu neste parto.

A bigamia e a pródiga descendência de Jacó tinham um significado. Da união com Raquel e Lia nasceram 12 filhos que formariam as 12 tribos judaicas e uma nação inteira.


Continua...



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