sábado, 27 de junho de 2015

Premonição existe?

(A capacidade premonitória não é apenas daqueles que acreditam em questões espirituais. Se relaciona também com uma faculdade normal do cérebro em recrutar áreas de associação onde se tenta prever não apenas um sentimento, mas um movimento mais adequado para aquele momento. Prever algo é normal e fisiológico!)

Não há provas científicas da sua existência, embora convivamos com diversas situações surpreendentes de antecipação do que ainda está para acontecer.

(Qualquer estudante sobre este tema esbarra com o conceito dos Registros Akashicos, que é a explicação do porquê certas pessoas conseguem prever o futuro ou senti-lo. A questão é que muitos estudiosos do assunto e até sacerdotes deixaram muito bem documentado em livros o que seria este Registro Akashico e como acessá-lo. Cabe ao estudioso comprovar sua validade ou não.)

A ciência tem dificuldade em aceitar fenômenos não mensuráveis e ainda não desenvolveu um instrumental ou metodologia capaz de medir a faculdade premonitória das pessoas. 

De acordo com os dicionários, premonição é uma sensação ou advertência antecipada do que, aparentemente, está reservado para o futuro.

(A premonição é um campo fértil para as produções cinematográficas, onde exploram exaustivamente e de forma muito fictícia esse fenômeno ainda não explicado. De qualquer forma, sabemos que situações cotidianas comprovam que, de fato, algo existe neste campo, mas a ação em si não pode ser controlada por aqueles que a tem, portanto o estudo fica muito restrito ao que acontece.)

É o mesmo pressentimento, mas não é algo fantástico nem exclusivo dos paranormais. 

As pessoas acham que premonição é algo excêntrico, que só acontece em indivíduos que têm estreita ligação com divindades ou conceitos esotéricos.

(A Scotland Yard, a polícia investigativa do Reino Unido, é sabido e comprovado pela história, que utilizou como arsenal investigativo a ajuda de médiuns, mas atualmente nega o uso desse meio para obter dados.) 

Mas este é um entendimento errado, pois a sensibilidade de prever acontecimentos é inerente a qualquer ser humano, até mesmo como uma forma de associação interativa neuronal que tenta sempre prever o melhor resultado, seja de um movimento ou de sua colocação no espaço onde se encontra, ou seja, provavelmente a faculdade de prever algo é, além de físico, necessário para a sobrevivência humana. 

(Em muitas culturas adivinhar ou prever algo é uma ação nomal do indivíduo. A cultura ocidental, baseada na busca pelo conhecimento intelectual, se envergonha em sentir que existe algo maior, o qual ela não consegue explicar, e furtivamente, se apegam a práticas esotéricas longe dos olhos de amigos e familiares.)

Em determinados grupos e sociedades, como os índios e os budistas, a premonição é tida como algo natural e é aceita sem contestação.

(Seja como for, em todas as religiões do mundo um indivíduo com dons premonitórios era buscado para que pudesse dar uma resposta de Deus aos acontecimentos humanos. Portanto, adivinhar ou profetizar deve fazer parte de um comportamento comum daqueles que creem em algo...!)

Ao longo da história, o fenômeno ficou conhecido como profecia e a pessoa que tinha essa capacidade aguçada era denominada profeta ou profetisa. 


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sábado, 20 de junho de 2015

Trabalho e Santidade - Parte 4

(São Josemaria Escrivá)

Nascido na Espanha, Josemaria Escrivá é um santo que não aparece com frequência nas igrejas católicas, mas está presente em todos os centros e capelas do Opus Dei. 

Sua canonização foi a mais rápida da história: ele morreu em 1975 e é santo desde 6 de outubro de 2002.

O papa João XXIII, por exemplo, faleceu 12 anos antes, foi beatificado há quatro e sua santificação não está prevista.


Escrivá foi canonizado dez anos depois de beatificado, numa cerimônia assistida por mais de 300 mil pessoas.

Os milagres apresentados foram a cura de uma freira carmelita que sofria de um grave tumor e para a canonização, da doença radiodermite crônica no dorso das mãos e nos dedos de um médico.

O caso ainda provoca controvérsias. O mérito dado pela comissão vaticana foi muito discutido pelos dermatologistas, que consideraram que não se trata de uma doença cancerígena. 

(Escrivá quando estudava no seminário teológico em Roma.)

A vocação de Escrivá despontou cedo...

Aos 16 anos, decidiu ser sacerdote. Era devoto fervoroso da Virgem Maria e passava os dias orando e praticando as mortificações e jejuns. 

Já como sacerdote, visitava doentes e pobres. 

Doutorou-se em Direito Civil. Os conhecimentos da lei foram essenciais para a criação da prelazia, segundo o direito canônico.

(Josemaría Escrivá entre os irmãos Santiago e Carmem.)

Durante a perseguição religiosa na guerra civil espanhola, precisou refugiar-se, mas isso não o impediu de propagar a Obra, mesmo num clima de calúnias e denúncias. Para muitos padres, proclamar a vocação à santidade do mundo era heresia. 

Uma de suas obras importantes é Caminho, vendida para mais de 3,5 milhões de pessoas em 39 países. 

(Em o Caminho Josemaría Escrivá demonstra pouca tolerância à um atitude equilibrada e branda no que concerne a vida religiosa. Ele defende um tipo de "tudo ou nada", que em muitas instâncias pode ser prejudicial ao adepto sem instrução ou preparação emocional para uma jornada espiritual, que deve ser sempre calma e assertiva.)

A publicação chegou a ser queimada em público num colégio de religiosas de Barcelona, cidade onde o governador dera ordem de prender Escrivá. 

O Modo de Ser Opus Dei

A Opus Dei mantêm uma hierarquia rígida. O prelado, que responde ao papa, é o líder. Homens e mulheres têm funções diferentes e não se misturam. Vejamos abaixo:

Ícones - Costuma haver poucas imagens nos centros e nas capelas do Opus Dei, em geral apenas Jesus, Maria e Joseramaría Escrivá.

Fiéis - Há predominância de camadas sociais mais altas, sofisticadas, com alto nível intelectual, por isso, o público-alvo são universitários.

Celibato - É praticado por sacerdotes e por fiéis leigos (homens ou mulheres) que se dedicam totalmente às tarefas apostólicas particulares do Opus Dei e vivem nos centros da Obra. 

Celebrações - Os fiéis comungam diariamente e se confessam uma vez por semana. Os homens participam da celebração num centro masculino e as mulheres, num feminino. 

(Um dos momentos de Escrivá diante dos fiéis e das câmaras.)

São lidos trechos dos Evangelhos e podem também ser comentadas obras de Escrivá, como o livro Caminho.

Práticas Cotidianas - Além da miss, todos os dias também leem o Novo Testamento e um livro de espiritualidade do Opus Dei. Rezam diariamente o terço e praticam retiros anuais.

Penitências - O exercício diário do espírito de sacrifício é incentivado. São feitos desde jejusn até a mortificação corporal - adaptada à idade e a estado de saúde - que inclui o uso de cilício cinto áspero, que se leva em volta da cintura ou na perna, com nós ou pontas de ferro afiadas, que faem parte da antiquíssima tradição acética da Igreja. 

Controle de Natalidade - Respeitam estritamente a proibição da Igreja em relação aos anticoncepcionais, por isso os casais costumam ter famílias numerosas. São criminosas e anticristãs todas as teorias que fazem limitação da natalidade um ideal ou um dever universal, escreveu Escrivá em Questões Atuais do Cristianismo.

Santa Linhagem

(Documentário do Vaticano com Josemaría de Escrivá, em Espanhol.)

Como se distribui a hierarquia do Opus Dei:

Líder = Papa
||
Prelado
||
Conselho Geral*   =>  Assessoria Geral**
||
Vigário Regional =>  Sacerdotes - Conselheiro Regional - Assessoria Regional
(em países com poucos fiéis)

Vigário Regional => Vigário de Delegação - Conselheiro Regional - Assessoria Regional
(em países com muitos fiéis)
||
Diretoria Espiritual
||
Fiéis

* Formado por 12 homens celibatários
** Formado por 12 mulheres celibatárias



Fim.:.



Referências Bibliográficas

Livros

Caminho, de Josemaría Escrivá, ed. Quadrante, São Paulo 1999.

O Opus Dei, de Dominique Le Tourneau, Ed. Rei dos Livros, Lisboa, 1985.

Questões Anuais do Cristianismo, de Josemaría Escrivá, Ed. Quadrante, São Paulo, 1986.

Opus Dei, Uma Investigação Jornalística, de Vittorio Messori, ed. Notícias, Lisboa, 1994.

A Prodigiosa Aventura do Opus Dei: Gênese e Desenvolvimento da Santa Máfia, de Jesús Ynfante, ed. Ruedo Ibérico, Paris, 1970.

Adiós a la Cristandand: La Iglesia Católica Española em la Democracia, de Juan José Tamayo, Ed. Los Libros, Espanha, 1978.
 
Sites

www.morrovelho.org.br

www.opusdei.org.br 




    

sábado, 13 de junho de 2015

Como entender a Santíssima Trindade?

(Santíssima Trindade, um conceito confuso e dogmático que o Cristianismo tem dificuldade em explanar.)

Para os católicos, Deus é, ao mesmo tempo, Pai, Filho e Espírito Santo - ou seja, três em um. 

Esse é o mistério da Santíssima Trindade que coloca Jesus no centro da questão como o próprio Deus que encarnou e habitou no meio dos homens. 

(Os primeiros Cristãos eram gnósticos e não conceituavam o Espírito Santo como uma entidade independente como atualmente. O Espírito Santo era uma força emanente de Deus que se manifestava ao convertido sob alguns sintomas específicos: Fala não inteligível, grande inteligência ou eloquência, amabilidade e compaixão ao próximo. De qualquer forma, uma grande transformação era evidenciada ao adepto, como até hoje podemos perceber.)

Os primeiros cristãos, porém, não seguiam o conceito da Trindade. 

Foi somente partir do século 4 que a realidade trinitária de Deus passou a ser discutida na Igreja Católica. 

A definição do dogma foi obra dos concílios de Nicéia (325 d.C.) e Constantinopla (381 d.C.) com o objetivo de expressar a transcendência do divino. 

(O Espírito Santo foi concebido inicialmente como uma presença feminina: A Sabedoria de Deus. Somente Jesus falou sobre Ele(a): Compara-o a um vento, sem forma, sem gênero, mas que produz uma imensa mudança mental e filosófica no indivíduo. Os apóstolos apenas conceituaram sua ação no adepto. Na Índia, encontramos um ícone semelhante chamado Fôlego de Brahma, o Akasha. Por causa da experiência do Pentecostes, o Espírito Santo se tornou uma chama no inconsciente de muitos cristãos. E, também encontramos deuses e deusas comparados ao fogo que exprimem as mesmas características mas numa época muito anterior ao cristianismo.)

As outras religiões, porém, não concordam.

O Islamismo e o Judaísmo chegaram a acusar o Cristianismo de ter pervertido o monoteísmo por causa da Trindade. 

Mas estudando as Escrituras bíblicas encontramos Jesus se dirigindo a Deus como criador do céu e da terra e chamava-o de pai. No entanto, sua sabedoria, seus milagres e, em especial, sua ressurreição, levaram os discípulos a constatar que ele era o Messias prometido nas Escrituras e, até mesmo, a Sabedora em Pessoa.

João 1:1-5

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. A vida estava nele, e a vida era a Luz dos homens. A luz resplandece nas trevas e as trevas não prevaleceram contra ela."

(Jesus foi um dos maiores pregadores do Espírito Santo. Contudo, apenas alguns dos seguidores cristãos podem realmente falar sobre o que é essa presença em suas vidas. Parece que o Espírito Santo não se manifesta a todos e não da mesma maneira.)

O reconhecimento ocorreu quando se entendeu que Jesus legara aos discípulos uma forma de encarar a vida e de viver no amor que aproxima os homens uns dos outros e traz a todos a paz interior.

Esse "espírito de vida" transcende tudo e, portanto, não poderia vir senão do Espírito divino, que é o lado entre o Pai e o Filho.

(Após o Batismo nas águas do Jordão, Jesus estava preparado para manifestar os dons do Espírito Santo. Esse procedimento se repete há 2.000 anos na vida de seus seguidores. A intenção é poder acessar o mesmo poder de atuação. A pomba se tornou a paz, a busca e a forma mais conhecida do Espírito Santo.)

Jesus veio para nos dar a conhecer o Pai e nos comunicar seu Espírito, do Pai e dele. Assim como não se pode compreender em profundidade um espírito de família senão se integrando em uma, também é impossível perceber o sentimento profundo do que os cristãos designam por Deus ou por Pai, Filho e Espírito Santo.

A Trindade lembra que Deus não pode ser captado pelo intelecto humano.

Talvez a melhor maneira de explicar a Trindade ainda seja a relatada por Santo Agostinho.

(Santo Agostinho de Hipona)

Ele conta que, certa vez, quando andava na praia, viu um anjo pegando a água do mar num dedal e jogando-a num buraco na areia. 

Depois de observá-lo muito tempo, ficou impaciente:

"Assim você jamais conseguirá encher o buraco...!"

O Anjo respondeu:

"É mais fácil eu encher esse buraco com esse dedal do que você entender os mistérios de Deus".



.:.


Referência Bibligráfica

A Trindade, Uma Aventura Teológica, de Francisco Catão, ed. Paulinas, 2000.

Uma História de Deus, de Karen Armstrong, ed. Companhia das Letras, 2002.



Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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