sábado, 16 de maio de 2015

Trabalho e Santidade - Parte 3

(O desenvolvimento do Opus Dei chegou à vários setores da sociedade. No entanto, a fome por mais representatividade pode levar muitos de seus adeptos e líderes a encontrarem a luxúria, ambição e o hedonismo.)

A influência do Opus Dei se nota também em outros setores, como educação, política, economia e até mesmo o esporte. 

(A Universidade de Navarra é um campus universitário que foi criado em Pamplona, Espanha, em 1952, por Josemaría Escrivá de Balanguer.)

Na Espanha, onde tem cerca de 30 mil adeptos, além de atuar em dezenas de colégios e residências estudantis, a Obra mantém a Universidad de Navarra, onde se formam muitos dos mais influentes profissionais do país.

(Campus da Universidad de Navarra. No primeiro plano da foto, o prédio com arquitetura colonial é a sede do Opus Dei na Espanha e Reitoria do campus. Atrás, o edifício com vários andares e o prédio lateral à direita, é a universidade de Navarra em si. Ao seu lado, à esquerda, os dois prédios em tom terroso, são os dormitórios dos estudantes que dividem um apartamento com dimensões confortáveis um espaço para 4 pessoas por apartamento.)

A Universidad de Navarra se converteu em um imenso semeador de apóstolos do Opus Dei e a maior base de recrutamento que a Obra de Deus possui neste mundo, como eles mesmos afirmam.

(Universidad Complutense de Madri, Espanha. Fundada em 1449, é uma das mais antigas da Europa. Seu surgimento aconteceu quando o território da Espanha era apenas um aglomerado de reinos independentes. Madri acolheu cabalistas, alquimistas, astrólogos e médicos de todo o mundo conhecido na Idade Média, e foi uma das primeiras ações do homem medieval pela busca do Conhecimento. Paracelso e Nostradamus foram professores ali.)


(Prédio de Ciências Matemáticas onde se encontra o 3º maior laboratório de estudos farmacológicos da Europa. A Universidade Complutense lidera o ranking dos cursos de Sociologia, História, Filosofia, Farmácia, Jornalismo, Psicologia e Ciências Políticas do Continente. Hoje, agrega em seus mais de 5 prédios espalhados pela capital Madri um total de 98.000 estudantes.)

Na Universidad Complutense de Madri, os fiéis da prelazia têm influência em quase todas as faculdades e dominam as pesquisas sobre Direito Canônico: só 4 dos 25 docentes da área não pertencem à Obra. 

(Cidade universitária da USP. É o segundo maior complexo universitário unido num único espaço do mundo. Além da mais famosa e conceituada faculdade de Medicina da América Latina a USP também acaba sendo um dos pontos de apoio para captação de membresia seleta do Opus Dei.)

No Brasil, eles não têm faculdades, mas seus fiéis estão em importantes universidades como USP, Unifesp, e PUC. Na USP, essa influência é mais clara.

(José Serra, ex-governador de São Paulo, também é adepto do Opus Dei.)

Membros da prelazia ocupam postos importantes. Mas é difícil contabilizar, porque muitos não declaram que pertencem ao Opus Dei.

Nos colégios e faculdades do Opus Dei na Espanha, estudam vários integrantes da elite conservadora, como os filhos do Primeiro-Ministro Mariano Rajoy . 

(Mariano Rajoy Brey, Primeiro-Ministro da Espanha. Como seu antecessor e amigo, José María Aznar, também-primeiro ministro, ambos eram adeptos do Opus Dei.)

A afinidade do chefe de governo espanhol com a prelazia foi visível nos seus primeiros anos de governo, tanto pela presença de seus integrantes - quatro políticos entre ministros e ex-ministros pertencentes à Obra - quanto pelas políticas ditadas nestes períodos. 

(Patrícia Yurena Rodrígues, à direita, Miss Universo em 2013, surpreendeu a sociedade espanhola ao assumir sua homossexualidade. Registros arqueológicos comprovam que a Espanha desde a ocupação romana, enfrenta sua história de homossexualidade social de forma não homogênea e agressiva. A inflexibilidade religiosa e conservadora do povo espanhol contribui para a homofobia e perseguições.)

Eles são um dos grupos que fazem coro para dificultar a aprovação de leis ligadas às questões de igualdade de gênero, como o divórcio e uniões civis que não sejam o casamento.

(Lluís não é apenas um homem bonito, inteligente e um dos maiores partidos da Espanha, é também o mais jovem Vice-Presidente a ocupar esta cadeira do Banco Popular, similar ao nosso Banco Caixa Econômica Federal, aqui no Brasil. Formado em Direito pela Universidad de Barcelona e filho de políticos, Lluís representa um grande diamante para o Opus Dei.)

No setor bancário, o Grupo Banco Popular, um dos cinco mais importantes da Espanha, tem Lluis Valls Taberner, membro do Opus Dei, como presidente. 

No Brasil, a repercussão e a influência do Opus Dei na sociedade não é tão clara - principalmente porque muitos dos integrantes não declaram abertamente pertencer à prelazia. Dentro da Igreja, seu único diocesano - dom Rafael Llano Cifuentes, da arquiodicese do Rio de Janeiro - costuma se aliar a outros grupos conservadores, como Comunhão e Libertação, Focolare e Neocatecumenato. 

(Dom Rafael Llano Cifuentes, Bispo Emérito de Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Título conferido pelo Papa Bento XVI.)

O peso teológico deles dentro a Conferência Nacional de Bispos do Brasil é pequeno. Mas, como o Opus Dei não tem de prestar contas à diocese, não há registros dos fiéis que fazem parte desse grupo. 

(Reunião do Movimento dos Focolares em 6 de Outubro de 2014. É um grupo católico conhecido também como Obra de Maria criado na Itália em 1943 por causa da Segunda Guerra. É um movimento de ajuda e apoio aos mais carentes da sociedade, como a Pastoral da Criança aqui no Brasil, representada pela saudosa Zilda Arns.)

(Caminho Neocatecumenal abrange um trabalho bem interessante entre os católicos. É uma escola teológica itinerante que viaja por várias cidades do país trazendo conhecimento, compartilhamento e ensinamentos das doutrinas básicas católicas. Quando ocorre sua visita, é comum que muitos católicos sem condições financeiras batizem e realizem os sacramentos e primeira-comunhão de seus filhos sob uma reunião festiva e pública.)

(É também um grupo católico criado na Itália em 1954, também fomentado pelo fim da Segunda Guerra. Com mais de 100.000 membros por todo o mundo, esse grupo é um dos mais conservadores e sua missão é a "madura educação cristã dos seus membros e a colaboração à missão da Igreja em todos os âmbitos da sociedade contemporânea", como afirmam.)

Na política e na economia, o trabalho não é da instituição, mas de pessoas, dizem seus líderes. Incentiva-se que os católicos se sintam responsáveis pela solução dos problemas da sociedade em que vivem.

Se alguém do Opus Dei alcança o prestígio, se lhe oferecem um posto político ou outro posto de destaque, é um problema exclusivamente seu. Não existe uma orientação para conseguir poder nem no Vaticano nem no Estado, afirmam. 

(Acompanhem pelo gráfico a expansão do Opus Dei pelo mundo. A legenda no lado esquerdo informa o ano de chegada da Obra nos vários continentes do planeta.)

Os fiéis buscam seguir o que disse o fundador da Obra em seu livro Amigos de Deus:

"Nós somos homens da rua, cristãos comuns, na torrente circulatória da sociedade, e o Senhor nos quer santos, apóstólicos, precisamente no meio do nosso trabalho profissional."
Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, pag. 163.



Continua...



sábado, 9 de maio de 2015

Deus, o Grande Mistério do Ser Humano - Parte 7

(Quem estuda Teologia já conhece os elementos acima: A mulher, a coruja, a Lua, a noite, as estrelas, as florestas, as cachoeiras, o azul... Tudo isso são símbolos da Deusa, a Mãe da natureza, eternizados nas muitas mitologias dos povos antigos espalhados por todo o mundo em épocas diferentes.)

Apesar de a priori, o Deus monoteísta não ter gênero, acabou associado ao masculino: pai, senhor dos exércitos, provedor...

Mas nem sempre foi assim...

(Representações da Deusa-Mãe do período Neolítico.)

Nos primórdios da humanidade, o culto dominante era prestado a uma divindade feminina. A chamada Grande Deusa foi figura recorrente nas primitivas sociedades agrárias, o período neolítico, mas há indícios de que já estava presente desde o paleolítico.

(Esta pintura rupestre do paleolítico mostra uma cena de um pênis ereto, o que nada tem a ver com a sexualidade em si, já que imagens como estas representavam a fertilidade de uma nação e, portanto, uma força ativa. Essas pinturas eram comuns em cavernas cerimoniais onde Casamentos Sagrados eram realizados entre sacerdotisas e reis.)

(A Vênus de Willendorf, uma estátua com pouco mais de 11 cm, do período paleolítico de 2.500 a.C. descoberta na Áustria, mostra-se nua e com as partes de seu corpo exagerados. A sexualidade do homem primitivo era bem mais descomplicada no passado, já que a procriação e a fertilidade era uma dádiva e não um pecado.)

A Deusa era relacionada à terra, que gera, alimenta e cria. Nas representações, seu corpo simbolizava o universo.

(Deusa mãe de 6.700 a.C. encontrada num assentamento paleolítico em Çatalhoyüuk na Anatolia, Turquia.)

Os arqueólogos encontraram várias imagens de mulheres datadas da era paleolítica (35.000 a 10.000 a.C.) em escavações na Europa, no Oriente Médio e na Índia. 

(Deusa-mãe encontrada em Creta.)

Essas estátuas ressaltam partes do corpo associadas à geração e à preservação da vida, como seios, ventre e nádegas exageradas. 

Esses povos provavelmente tinham uma ativa criação artística e uma organização social igualitária. 

A figura da Deusa-Mãe continuou presente durante muitos anos, mesmo muitas vezes coexistindo com outras divindades.

(Deusa Nut, entre os egípcios, ela existiu antes do Deus-Sol, pois ele ainda era apenas um aglomerado aquoso e sem forma. Ela era a escuridão, o céu e sustentava a vida e o destino final dos homens.)

No egito, apareceu como a deusa Nut, a mãe-céu. 

(Deusa Ganga, representada com corpo masculinizado. Esse fenômeno também é encontrado em representações semitas, pois como o livro do Gênesis nos ensina, a mulher foi um tipo de homem, mas com comportamento diferenciado. Uma transição interessante da imagem feminina para a masculina numa divindade.)

Reinou ao longo de todo o vale do Indo-Ganges, na Índia, como Ganga.

(Deusa sumeriana Inana, esta deusa era reverenciada como provedora da fertilidade e da sexualidade. Era conhecida no céu como o planeta Vênus.)

Chamavam-na de Inana na antiga Suméria...

(Deusa Ishtar, também uma deusa da fertilidade e representada como o planeta Vênus no céu.)

...Ishtar na Babilônia...

(Deusa cretense Potnia, deusa da Lua e dos animais.)

...Potnia em Creta...

(Deusa grega Deméter, deusa dos grãos.)

...Deméter na Grécia, a deusa da agricultura, até ser dominada por uma imagem paternalista e patriarcal.

A divindade feminina foi desaparecendo por meio de invasões e guerras.

(O filme As Brumas de Avalon, adaptação do livro com o mesmo título lançado na década de 1980, relata de forma bem interessante a chegada do cristianismo na Bretanha (Inglaterra) e como a Deusa sucumbiu a essa nova religião sob o cenário do Rei Arthur. Assistam!)

Na época do surgimento da Babilônia, por exemplo, o deus Marduk tomou o lugar da Grande Deusa, cortando-a em pedaços para construir o universo, mesmo ele já estando pronto.

Javé só conseguiu acabar com a função das deusas, quando os sacerdotes judeus baniram, sob rigoroso controle e ameaças espirituais as deusas Asherah de Canaã e Ishtar da Babilônia - que durante muito tempo tiveram seguidores fiéis entre os israelitas, sobretudo mulheres - exercendo esse expurgo de forma violenta  e  com confrontos.

(Deusa Asherah, contraparte feminina de Jeová.)

Deus criou o mundo sozinho...

Mas nas entrelinhas do Antigo Testamento a divindade feminina aparece: é Sofia, a deusa da sabedoria.

(Deusa Sophia dos gnósticos e cristãos cátaros, que reverenciavam-na como a esposa de Deus. Sophia também é conhecida secretamente ente as ordens esotéricas como o Espírito Santo.)

(Michelangelo, pintor da Capela Sistina, representou Sophia sustentando Deus. Ele era um iniciado da Ordem Iluminati que só veio a ser conhecida em 1776.)

A Sabedoria surge como uma espécie de esposa de Javé no livro dos Provérbios. A deusa foi uma figura poderosa na cultura helenística do Mediterrâneo, e retornou com a figura da Virgem, na tradição católica romana.

Deus e as Religiões

Veja abaixo, como Deus é concebido nas várias religiões do mundo:

Cristianismo

Para os católicos é o Senhor criador de todas as coisas, ao mesmo tempo: Pai (Deus), Filho (Jesus) e Espírito Santo. 

(Santíssima Trindade)

Os protestantes e evangélicos seguem a mesma concepção, com algumas diferenças. 

Espiritismo

É a inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas, conceito do Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec. 

(Jesus é um espírito de elevada evolução e hierarquia.)

Não creem que Jesus seja Deus. 

Ele foi um homem que passou por várias encarnações até se tornar um espírito puro, assim como o próprio Deus deste universo.

Judaísmo

É o Criador e Legislador. 

Por meio do profeta Moisés, introduz as leis civis e religiosa da Torá.

(O Nome de Deus é assim representado entre os cabalistas e secretamente entre os veneráveis rabinos.)

Seu nome não deve ser pronunciado, porque é sagrado, mas aparece designado como Yahweh nas Escrituras e somente cabalistas treinados podem entender, manipular e pronunciar este nome. 

Islamismo

Allah é absoluto e recebe no Corão 99 nomes ou atributos que enfatizam que Ele é a origem de todas as qualidades positivas do universo.

(Como Jeová no judaísmo, Allah jamais pode ser representado, pois nada contêm sua sagrada imagem entre os homens.)

Alguns deles: al-Gahani, O rico e infinito; al-Muhyi, O doador da vida e al-Alim, O conhecedor de tudo.

Hinduísmo 

O panteão hindu é bastante complexo...

Há perto de 330 milhões de divindades. Os deuses reencarnam e são representados sob diferentes formas.

(Os deuses mais importantes no hinduísmo.)

Os mais importantes, porém, compõem a sagrada trindade formada por Brahma, deus da criação, Vishnu, o que preserva e Shiva, o destruidor e recriador.

Budismo

Não concebe a figura de um ser superior, onisciente e onipotente. 

O caminho para alcançar o sagrado depende das ações do indivíduo. 

(No budismo não existe um indivíduo como Deus, mas uma Força inteligente e imanente que perpassa todas as coisas, que nos cria e forma.)

A ideia de Deus é substituída pelas forças que regem o universo, porque Deus é essa força. 

Candomblé

Olorum é o Deus supremo e criador dos orixás, divindades africanas que fazem ligação entre o mundo espiritual e o terreno. 

Mas ele não interfere no funcionamento do universo, que fica a cargo de seus filhos divinizados, os orixás. 

(Oxalá, o criador dos homens.)

Olorum incumbiu Oxalá, o mais sábio deles, de criar todas as coisas, mas como ele não reverenciou Exu, a Terra acabou sendo criada por Odudua. 

Para Oxalá, sobrou a criação dos homens e dos outros seres vivos. 

Os orixás têm características parecidas com os humanos. 

Umbanda

Tem os mesmos orixás do Candomblé, pois é um ramo renovado da mesma religião, mas eles não se manifestam no culto.

São os guias que se apresentam para os médiuns. A tríade principal desses guias é formada por índios e caboclos, pretos velhos e crianças, desencarnadas, mas que seus espíritos ajudam ao pedinte guiando-o a uma solução ou cura de seus problemas.

(Exu, orixá que dá aos seus filhos o bem e o mal.)

Os Exus, orixás que são o princípio dinâmico da vida social, também são importantes, e não são seres bons ou maus, apenas são espíritos zombeteiros que podem ajudar ou não, conforme o pedido e autoridade do médium.


Fim.:.


Referências Bibliográficas

Uma História de Deus, de Karen Armstrong, ed.Companhia das Letras, 2002.

Deus, Uma Biografia, de Jack Miles, ed. Companhia das Letras, 2002.

Experimentar Deus, de Leonardo Boff, ed. Verus, 2002.

A Trindade, Uma Aventura Teológica, de Francisco Catão, ed. Paulinas, 2000.

Sobre Deus e o Sempre, de Nilton Bonder, ed. Editora Campus, 2003.

O Poder do Mito, de Joseph Campbell, ed. Palas Athena, ed. 1990.




sábado, 2 de maio de 2015

Trabalho e Santidade - Parte 2

(Josemaría num de seus muitos encontros na Espanha na década de 1930. Devemos lembrar que o surgimento do Opus Dei coincidiu com um dos momentos mais difíceis da humanidade: A Primeira Guerra Mundial, e a Espanha foi um dos países que o povo mais sofreu com a indeterminação política de seus representantes naquele momento. Com o fim da Guerra, a busca por uma espiritualidade que pudesse trazer as bases que os homens haviam perdido foi importante. Sociologicamente, após um evento catastrófico, os indivíduos  sobreviventes buscam por explicações de seu universo visível para esbarrar no invisível, já que não é necessário o uso da lógica para assimilá-la. Esse efeito é corriqueiro na História da humanidade.)

Os fiéis e suas obras sociais têm total independência em relação à estrutura diocesana por ser uma prelazia pessoal da Igreja Católica. 

Essa figura do Direito Canônico foi criada no Concílio do Vaticano II, na década de 1960, e o Opus Dei foi a única instituição a conquistar esse status jurídico até hoje.

O prelado - cargo ocupado atualmente por Monsenhor Javier Echevarría - é vitalício e sse trabalho é orientado por dois conselhos, um de homens e um de mulheres. 


Ele indica um vigário para cuidar dos fiéis e dos sacerdote em cada país ou grupo de países. No Brasil, o vigário regional é Vicente Ancona Lopez.

Os integrantes da prelazia destacam-se por seguir estritamente as regras e os dogmas do Catolicismo. As organizações ou grupos religiosos de cunho altamente conservador e tradicionalista como o Opus Dei aparecem como tentativas de preservar o que consideram a essência da fé católica frente à parcela da Igreja que se abriu mais para as questões sociais e ecumênicas.

(O novo campus da Faculdade Teológica da Opus Dei em Roma, um imenso complexo onde se estuda a doutrina da Obra. Não existe nenhuma diferença no currículo regular das disciplinas em Teologia, a única inclusão significativa é a matéria de Neurociências e Introdução em Enfermagem, provavelmente, para responder ao uso de cilício por seus adeptos.)

O Opus Dei tem o direito de ordenar sacerdotes próprios, formando-os na sua faculdade de teologia em Roma, pela Ordem Sacerdotal de Santa Cruz. Esses sacerdotes - hoje cerca de 1800 - participam de trabalhos da Obra e de dioceses, quando convidados.

A serviço da prelazia, utilizam uma estola com o símbolo do Opus Dei, uma cruz dentro de um círculo, representando o mundo.

(Um sacerdote ordenado do Opus Dei é facilmente identificável, pois ele ostenta o símbolo da Obra: A cruz no mundo.)

A Igreja tem demonstrado habilidade política e religiosa ao incorporar esse grupo e outros movimentos católicos, que às vezes parecem até outra religião, sem perder a ortodoxia. 

O reconhecimento oficial da prelazia ocorreu em 1982. O status dado à Obra é consequência de sua proximidade com os papas, desde João Paulo II, pois compartilhavam a mesma visão espiritualista de Igreja. Devemos lembrar que Joseph Ratzinger é um adepto do Opus Dei e foi conselheiro íntimo de João Paulo II, além de outros cardeais e arcebispos próximos ele. 

(O crescimento do Opus Dei tem trazido desconforto para os setores econômicos da sociedade. A revista acima vem de um dos países mais católicos do mundo: Portugal. Denúncias dessa magnitude já não chocam ninguém, afinal, há muito as igrejas cristãs deixaram o pudor em se envolverem na roda financeira do mundo. Rico, o Opus Dei pode influenciar o destino de muitos países.)

Outro fato considerado privilégio do Opus Dei dentro da Igreja foi a rapidez com que o fundador Josemaría Escrivá foi canonizado, apenas 27 anos depois da sua morte. E devem sair mais santos da prelazia, porque está em trâmite, desde 5 de março de 2004, a canonização do primeiro sucessor de Escrivá, dom Álvaro Portillo.

(Seja como for, o Opus Dei trabalha num caminho comum em vários outros setores espirituais. Saber lidar com o dinheiro e a sociedade são coisas que sempre trouxeram desconforto, pois para muitos, dinheiro, política e fé não se combinam. Contudo, todas as religiões do mundo, em algum momento de sua história, tiveram que enfrentar de forma prática a perseguição, guerra e pobreza. Sem recursos financeiros, não se pode ajudar ou crescer. Agora, como esse crescimento é fomentado, parte de cada adepto ou superior de sua expressão religiosa, fiscalizar.)

Eles afirmam que a relação íntima com o Papa sempre foi de muito amor. A proximidade está nisso, não em influências religiosas, afirmam. Para o Opus Dei, o fato de terem dois cardeais e outras pessoas da Obra trabalhando no Vaticano não significa privilégios à prelazia, mas disposição dos fiéis para engajar no que for necessário. 



Continua...





Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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