terça-feira, 30 de abril de 2013

Joana D'Arc, A Santa Guerreira - Parte 3


O resgate de 10 mil libras de ouro foi, então pago pela Inglaterra, por intermédio do bispo Pierre Cauchon, da cidade francesa de Beauvois. A idéia era julgar a jovem por crime de idolatria. 

A Igreja Católica via Joana como uma aliada inspirada por Deus. No entanto, não se opôs ao julgamento porque havia interesses econômicos e políticos em jogo.

Os interrogatórios públicos tiveram início em fevereiro de 1453, na cidade de Rouen, norte da França.

Apesar de o tribunal ser da Igreja, Joana ficou detida em uma prisão laica, guardada por homens, durante todo o processo. A preocupação daqueles que a condenaram centrava-se na forte associação da figura de Joana com a coroa francesa, que passava ao largo da Igreja institucionalizada. 


O bispo de Cauchon insistia para que Joana duvidasse das revelações que ela dizia receber, mas a Donzela não cedia. 

A conclusão do processo foi condenação por heresia, feitiçaria, blasfêmia e adivinhação, entre outros crimes. 

A punição para casos como esse era a morte na fogueira. Joana chegou a ser levada ao local onde seria queimada, mas, amedrontada, cedeu às pressões do bispo. Assinou um documento confessando-se mentirosa. 

Só não notou que o papel que lhe deram para assinar não era o mesmo cujos termos lhe haviam sido lidos anteriormente. Sem saber, Joana comprometera-se a permanecer presa pelo resto da vida, a pão e água, e também a vestir, dali por diante, somente roupas femininas - em vez das masculinas que usara durante o período como general. 


Era essa a armadilha de Cauchon. Para vê-la morta (e obter as recompensas prometidas pelos ingleses), ele tirara as roupas femininas da cela onde Joana dormia. Com medo de ser violentada pelos guardas, a Donzela não teve escolha, se vestiu como homem e quebrou o acordo. Joana não se desesperou: sua fé lhe dava a certeza de que estaria liberta, ao menos espiritualmente. 

Joana D'Arc tinha o dom da liderança. Mas era também uma pessoa embebida em espiritualidade - como uma esponja colocada em água. E isso a tornava quase invencível. 


Em 30 de maio de 1431, Joana foi queimada viva numa praça de Rouen.

Para os ingleses, foi motivo de alívio. Para aqueles que acreditavam na Donzela, parecia que a própria França se dissolvia em chamas. Para jovem, era apenas uma etapa antes do Paraíso. 

Coragem, Joana. Você é livre agora.

De Hereje a Santa

Joana D'Arc foi queimada na fogueira como feiticeira. Sendo assim, o rei Carlos VII teria sido coroado pelas mãos de uma herege, o que poderia desmoralizá-lo. 

Em 1450, o monarca solicitou um inquérito preliminar sobre o julgamento de Joana. Mais tarde, Isabelle Romée, a mãe da jovem, pediu a revisão do processo. 


Testemunhos foram tomados em diversas partes da França. Foram ouvidos, entre outros, os militares que acompanharam Joana nas batalhas. Por fim, em 1456, declarou-se nulo o julgamento de 1431 que condenava a donzela por heresia e blasfêmia. 

Ela voltava a ser motivo de orgulho para o povo francês.

Joana D'Arc é o símbolo mais forte da França. A jovem camponesa tornou-se heroína nacional, lembrada da Revolução Francesa à Primeira Guerra Mundial graças às características a ela atribuídas: santa e libertadora. 

Tornou-se também um ícone para os movimentos feministas. 


A canonização foi fruto da iniciativa do Papa Bento XV de fazer justiça a Joana, cinco séculos mais tarde, em 1920. A Igreja do século 20 não teve vergonha de pedir perdão.

Os milagres atribuídos a Joana e considerados no processo relacionam-se à cura dos doentes em estado terminal que evocaram a Donzela. 

Nos calendários católicos, 30 de maio é o dia de Santa Joana D'Arc. A fé foi o combustível para as vitórias de Joana e de seu povo. Para uma nação passando por lutas, a experiência da fé trazia esperança. Para Joana, trouxe amor, o que justificou seu sacrifício. 


Fim.:.


Referências Bibliográficas

Livros

Joana D'Arc, de Mark Twain, Ed. Record, 2001.

Jeanne d'Arc, de Régine Pernoud, Éditiouns du Seuil, 1959.

Filmes

A Paixão de Joana d'Arc, de Carl Theodor Dreyer, França, 1928.

Joana d'Arc, de Luc Besson, EUA, 1999.

Filme

Santa Joana D'Arc, de 1948 - completo.



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