sexta-feira, 12 de abril de 2013

Joana D'Arc, A Santa Guerreira - Parte 1


A jovem francesa, seguindo as orientações do arcanjo Miguel - que ela dizia ouvir - liderou o exército da França na Guerra dos 100 anos. Apesar de vitoriosa nas batlhas, foi condenada à fogueira como herege. 

"Joana, seja boa e frequente a Igreja". 

A voz parecia vir do céu. Era verão de 1425 e Joana, uma adolescente francesa de 13 anos, filha de camponeses , ouvia-a pela primeira vez. Sentiu medo.


Dias mais tarde, o pedido repetiu-se. Na terceira vez, Joana reconheceu a voz sendo a de um anjo, e o temor deu lugar à fé. Cercado de luz, Miguel - o arcanjo da fé, da proteção e da libertação do mal - disse-lhe: "É preciso ajudar o rei da França".


Há gerações a França não conhecia a paz. Fragilizada pela Guerra dos 100 anos, como foi chamado o conflito contra os ingleses iniciado em 1337, viu a situação piorar quando João Sem Medo, duque de Borgonha, assassinou o duque de Orléans, dando origem a uma guerra inteira. 


O filho de João Sem Medo, Felipe, da facção borgonhesa, aliou-se à Inglaterra e também passou a guerrear contra a França, na época sob a coroa de Carlos VI.


Em 1420, Henrique V, rei da Inglaterra, casou-se com Catarina, filha do monarca francês. A união, porém, não trouxe alento para a França. Após a morte do rei Carlos VI, o delfim Carlos VII, irmão de Catarina e tio do herdeiro do trono, envolveu-se em batalhas contra as tropas franco-inglesas.

Carlos VII era conhecido como governante somente no sul da França, e enquanto o norte respondia à coroa inglesa. Com a guerra, todo o país sucumbia à fome e à peste. 


Três anos passaram-se desde as primeiras aparições do arcanjo à Joana. Além dele, as santas Catarina e Margarida também manifestavam-se à menina. Os três estimulavam-na a cumprir uma missão divina: libertar a França do jugo inglês. 


A notícia da garota que vivia em Domrémy, uma pequena cidade no nordeste do país, e tinha visões celestiais, começava a se espalhar pela região. 


Em 1428, ela recebeu a incumbência que mudaria sua vida: 

"È preciso levantar o cerco em Orléans. Procure Robert de Baudricourt, em Vancouleurs; ele lhe dará homens para acompanharem-na até Chinon, onde está o delfim".

Convicta da urgência da tarefa, Joana conseguiu convencer o tio a levá-la à cidade de Vaucouleurs. Para ela, acima do arcanjo ou das santas, estava o próprio Deus a lhe chamar. 

Os santos são mediadores, pessoas que a Igreja apresenta como exemplo, porque obtiveram êxito no entendimento pleno de Jesus. São canais de contato com Deus.

O povo passava a considerar Joana uma enviada divina. Entre os séculos 14 e 15, houve uma gradual aproximação da religião com as camadas laicas da sociedade. Aumentou o uso do sermão, no lugar da missa tradicional, e da língua vulgar, em vez do latim, em espaços não litúrgicos, como praças e mercados. 


Naqueles tempos de guerra, enquanto as perdas e o sofrimento se faziam inevitáveis e a religiosidade parecia como consolo, não era difícil enxergar numa jovem como Joana uma espécie de "salvadora do reino". 


Relutante a princípio, o capitão francês Baudricourt leal a Carlos VII, convenceu-se de que Joana poderia ser útil quando ela previu a derrota dos franceses numa batalha perto de Orléans. A garota não só conquistou a confiança do capitão como conseguiu uma escolta para ir a Chinon, no sudoeste da França.

A fé é semelhante a intuição, a capacidade de resolver problemas concretos sem ter dados sobre eles amplia o campo de conhecimentos sobre Deus, sobre a própria pessoa e sobre o próximo. 

Em fevereiro de 1429, Joana, então com 17 anos, chegou a Chinon, uma das cidades mais protegidas da França, e solicitou uma audiência com o delfim Carlos VII. Ele ouvira falar da jovem tida como enviada divina e resolveu testá-la. 


Continua...

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