sábado, 11 de julho de 2015

Eterna Aliança com Deus - Parte 1

União para toda a eternidade ou enlace de almas que se complementam: o casamento religioso é considerado um momento sagrado, em que as bênçãos divinas recaem sobre aqueles que se unem em nome de uma mesma fé...

Um hino religioso quebra o silêncio da noite...

(Homenagem ao Deus Himeneu (filho de Apolo e Afrodite), guardião do casamento entre os gregos. É daqui que nasce todo um discurso sobre o hímen e a virgindade feminina. O sangue vertido após a primeira cópula de uma mulher devia ser dedicado ao deus em seu templo. Pintura de Nicolas Poussin.)

Os moradores saem às ruas da cidade grega para acompanhar a procissão. À frente, um jovem leva uma tocha, representando o deus Himineu, protetor do casamento. As mulheres carregam cestos com presentes e os homens tocam instrumentos musicais. 

(Deusa Hera, esposa de Zeus, também era considerada a guardiã dos casamentos e da família entre os gregos, mas apenas daqueles casamentos eternos, como encontros de almas gêmeas e/ou casamentos de sentido mais cósmico.)

Todos acompanham a carruagem que leva os recém-casados para casa.

O cortejo nupcial era o momento mais importante das cerimônias de casamento na Grécia Antiga. Marcado por cânticos e orações, servia para afastar os maus espíritos e pedir proteção divina aos novos casais. 

(Casamento de meus pais em 17 de Janeiro de 1969 em Vitória da Conquista no Seminário dos Capuchinhos. O padrinho, tio Dorgival, cumprimenta a noiva. Um ano depois, todo esse povo se mudaria para São Paulo formando novos núcleos familiares.) 

O ritual desapareceu com o tempo... Mas o desejo dos antigos gregos continua vivo em muitos homens e mulheres que hoje se casam.

Atualmente, os noivos procuram dar um sentido religioso à união, pedindo as bênçãos divinas em igrejas, sinagogas, templos e mesquitas. 

(Esta união já dura 86 anos e entrou no Guiness Books pelo casamento mais longo registrado na humanidade até agora. Ele é protagonizado pelo casal hindu Karan e Kartari Chand, Reino Unido. E, pelos rostinhos deles, ainda vai durar por um longo tempo...)

Ao buscar o casamento religioso, as pessoas compreendem que ele tem um significado mais profundo... Acreditam que, por meio da bênção religiosa, o casamento pode se transformar numa união com Deus.

Mas nem sempre foi assim...

(O casamento egípcio é o mais antigo já encontrado na historiografia humana, apesar dos egípcios nunca terem criado uma palavra específica para esse ato. Aqui há uma demonstração de como os noivos se vestiam e se posicionavam diante do templo de Ísis. O casamento egípcio era monogâmico e esta civilização introduziu leis sobre divórcio, heranças e dotes, algo extremamente moderno para a época. A família era algo muito importante para a cultura egípcia.)

Na pré-história, as uniões entre homens e mulheres eram motivadas pelo instinto sexual e serviam para garantir a reprodução da espécie. Não envolviam nenhum caráter sagrado.

Por volta do ano 5000 a.C., o surgimento das primeiras sociedades agrárias, apareceram também as primeiras formas de casamento. Essas uniões mais estáveis permitiam a identidade de uma linhagem familiar e eram bastante úteis na sucessão de bens. 

(O casamento da pré-história ainda é um mistério arqueológico. O que sabemos é que eles tinham muita consciência da sexualidade e da natureza, e registraram em pinturas rupestres, uniões entre homens e mulheres como algo natural e de fundo reprodutivo. As uniões eram feitas, provavelmente, entre os indivíduos do próprio clã com a finalidade de fortalecimento. Com o tempo, esse tipo de aliança foi caindo em desuso, pelo simples fato de haverem doenças congênitas recorrentes. Assim, os primeiros humanos perceberam que deveriam se unir entre si, sim, mas não de núcleos familiares muito próximos, agregando a isso os primeiros contratos políticos, religiosos e fraternais à essas uniões.)

Durante muito tempo, a principal função do casamento foi criar alianças entre grupos, ampliar comunidades e garantir que o patrimônio de uma família permanecesse com seus descendentes.

Em muitas sociedades, a mulher não tinha poder de escolha e sua tutela era transferida ao marido em reuniões familiares, presididas pelo pai. alguns rituais, no entanto, passaram a acrescentar um sentido religioso à união, como no caso dos antigos romanos. 

(Ritual de Beltane, data festiva das uniões entre os povos celtas pré-históricos, atualmente resgatado entre os wiccanos modernos, em 2013. O casamento entre os povos celtas e bretões era um evento natural e ligado ao equinócio da primavera e à Deusa. Até hoje, acreditamos que Maio é o mês dos casamentos e é o mês reservado para comemorarmos o dia das mães graças a essas festividades.)

O laço do matrimônio se estabelece quando o noivo entra na casa com a noiva nos braços para apresentá-la aos deuses daquele lar. Ao fazer isso, ele pede que os deuses iluminem a união e os presenteiem com filhos saudáveis.



Continua...


 

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