sábado, 2 de maio de 2015

Trabalho e Santidade - Parte 2

(Josemaría num de seus muitos encontros na Espanha na década de 1930. Devemos lembrar que o surgimento do Opus Dei coincidiu com um dos momentos mais difíceis da humanidade: A Primeira Guerra Mundial, e a Espanha foi um dos países que o povo mais sofreu com a indeterminação política de seus representantes naquele momento. Com o fim da Guerra, a busca por uma espiritualidade que pudesse trazer as bases que os homens haviam perdido foi importante. Sociologicamente, após um evento catastrófico, os indivíduos  sobreviventes buscam por explicações de seu universo visível para esbarrar no invisível, já que não é necessário o uso da lógica para assimilá-la. Esse efeito é corriqueiro na História da humanidade.)

Os fiéis e suas obras sociais têm total independência em relação à estrutura diocesana por ser uma prelazia pessoal da Igreja Católica. 

Essa figura do Direito Canônico foi criada no Concílio do Vaticano II, na década de 1960, e o Opus Dei foi a única instituição a conquistar esse status jurídico até hoje.

O prelado - cargo ocupado atualmente por Monsenhor Javier Echevarría - é vitalício e sse trabalho é orientado por dois conselhos, um de homens e um de mulheres. 


Ele indica um vigário para cuidar dos fiéis e dos sacerdote em cada país ou grupo de países. No Brasil, o vigário regional é Vicente Ancona Lopez.

Os integrantes da prelazia destacam-se por seguir estritamente as regras e os dogmas do Catolicismo. As organizações ou grupos religiosos de cunho altamente conservador e tradicionalista como o Opus Dei aparecem como tentativas de preservar o que consideram a essência da fé católica frente à parcela da Igreja que se abriu mais para as questões sociais e ecumênicas.

(O novo campus da Faculdade Teológica da Opus Dei em Roma, um imenso complexo onde se estuda a doutrina da Obra. Não existe nenhuma diferença no currículo regular das disciplinas em Teologia, a única inclusão significativa é a matéria de Neurociências e Introdução em Enfermagem, provavelmente, para responder ao uso de cilício por seus adeptos.)

O Opus Dei tem o direito de ordenar sacerdotes próprios, formando-os na sua faculdade de teologia em Roma, pela Ordem Sacerdotal de Santa Cruz. Esses sacerdotes - hoje cerca de 1800 - participam de trabalhos da Obra e de dioceses, quando convidados.

A serviço da prelazia, utilizam uma estola com o símbolo do Opus Dei, uma cruz dentro de um círculo, representando o mundo.

(Um sacerdote ordenado do Opus Dei é facilmente identificável, pois ele ostenta o símbolo da Obra: A cruz no mundo.)

A Igreja tem demonstrado habilidade política e religiosa ao incorporar esse grupo e outros movimentos católicos, que às vezes parecem até outra religião, sem perder a ortodoxia. 

O reconhecimento oficial da prelazia ocorreu em 1982. O status dado à Obra é consequência de sua proximidade com os papas, desde João Paulo II, pois compartilhavam a mesma visão espiritualista de Igreja. Devemos lembrar que Joseph Ratzinger é um adepto do Opus Dei e foi conselheiro íntimo de João Paulo II, além de outros cardeais e arcebispos próximos ele. 

(O crescimento do Opus Dei tem trazido desconforto para os setores econômicos da sociedade. A revista acima vem de um dos países mais católicos do mundo: Portugal. Denúncias dessa magnitude já não chocam ninguém, afinal, há muito as igrejas cristãs deixaram o pudor em se envolverem na roda financeira do mundo. Rico, o Opus Dei pode influenciar o destino de muitos países.)

Outro fato considerado privilégio do Opus Dei dentro da Igreja foi a rapidez com que o fundador Josemaría Escrivá foi canonizado, apenas 27 anos depois da sua morte. E devem sair mais santos da prelazia, porque está em trâmite, desde 5 de março de 2004, a canonização do primeiro sucessor de Escrivá, dom Álvaro Portillo.

(Seja como for, o Opus Dei trabalha num caminho comum em vários outros setores espirituais. Saber lidar com o dinheiro e a sociedade são coisas que sempre trouxeram desconforto, pois para muitos, dinheiro, política e fé não se combinam. Contudo, todas as religiões do mundo, em algum momento de sua história, tiveram que enfrentar de forma prática a perseguição, guerra e pobreza. Sem recursos financeiros, não se pode ajudar ou crescer. Agora, como esse crescimento é fomentado, parte de cada adepto ou superior de sua expressão religiosa, fiscalizar.)

Eles afirmam que a relação íntima com o Papa sempre foi de muito amor. A proximidade está nisso, não em influências religiosas, afirmam. Para o Opus Dei, o fato de terem dois cardeais e outras pessoas da Obra trabalhando no Vaticano não significa privilégios à prelazia, mas disposição dos fiéis para engajar no que for necessário. 



Continua...





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