sábado, 18 de abril de 2015

Trabalho e Santidade - Parte 1

(A Opus Dei foi criada para ser uma corrente interna de aperfeiçoamento do fiel católico. Mas, sua história contêm momentos e relatos onde a intolerância e conservadorismo chegaram a ser censurados pela sociedade.)

Nada empolga tanto seus seguidores quanto falar de sua família e de seu trabalho religioso...

Geralmente, têm orgulho de serem bons pais e falar de seus filhos. Frequentemente, são pertencentes de família católica, e é assim que eles conhecem a Opus Dei (Obra de Deus). São convites feitos, de forma discreta por alguns participantes fervorosos e comprometidos, muitas vezes, dependendo da cidade, em campus universitários ou agremiações ligadas à causa. 

(Típica família de adeptos da Opus Dei. Eles procuram ter uma vida sóbria e preenchem-na com os encontros da Obra.)

Essa história é sempre igual a de muitos fiéis que participam do Opus Dei, grupo católico fundado pelo padre espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer. 

Trata-se de uma prelazia pessoal, ou seja, de uma instituição que não está vinculada a um local ou a uma região, mas sim a uma pessoa, o prelado, que responde diretamente ao papa. 

(Prelazia da Opus Dei, D. Javier Echevarría e Papa Francisco num encontro em 10 de Abril de 2015.)

A promessa de santificação por meio do trabalho cotidiano e dos deveres ordinários do cristão atrai a maioria dos fiéis que entram para a Obra. 

Santificar o trabalho, conforme acreditam, significa trabalhar segundo o espírito de Jesus Cristo: trabalhar bem com qualidade, de acordo com a justiça e respeitando as leis, com o fim de amar a Deus e servir aos outros. 

(Desde o lançamento do Livro O Código Da Vinci a Opus Dei comercializa uma aura de associação nas muitas sociedades secretas massônicas: NENHUM SEGMENTO MASSÔNICO É ASSOCIADO A OPUS DEI.)

Seus seguidores procuram ter uma vida muito sóbria e simples, muitas vezes fazendo eles mesmos, trabalhos que muitos relegariam. Eles tentam nestas atitudes mostrar sua piedade e santidade a Deus. 

A celebração dos centros Opus Dei é igual às missas em outras igrejas, a não ser pela leitura do Caminho, livro escrito por Escrivá e usado como guia pelos fiéis da prelazia. 

(Os livros de Josemaría Escrivá que fiéis da Obra leem em suas reuniões.)

Nas capelas da Obra, a única imagem ao lado da Virgem Maria e de Jesus Cristo é a de São Josemaría Escrivá. 

Seus fiéis também doam mensalmente parte de suas economias para as obras sociais do Opus Dei e praticam retiros espirituais e pequenas penitências - no caso, jejuns, mas há pessoas que optam até por sacrifícios físicos, como o uso de cilício, um tipo de cinto áspero.

(O cilício, uma prática extrema de autopenitência adotado na Idade Média, é praticada ainda hoje em alguns setores católicos, principalmente na Opus Dei. A intenção é interromper pensamentos obsessivos que distraem o fiel da vida piedosa.)

Para acompanhar sua vida cristã, consultam uma diretoria espiritual, a quem pedem orientação e aconselhamento.

Chamado Divino

Josemaría Escrivá recebeu a inspiração para criar o Opus Dei quando celebrava uma missa, em 2 de Outubro de 1928.

(Padre Josemaría Escrivá de Balaguer, criador da Opus Dei. Foi canonizado em 2002 pelo Papa João Paulo II.)

A instituição, formada inicialmente só por homens, foi aberta às mulheres um ano e meio depois. 

A proposta de Josemaría se espalhou pelo mundo e alcançou todos os continentes, somando hoje cerca de 85 mil fiéis.

(Os membros mais antigos e definidos como importantes na manutenção da Obra ganham um cordão com seu emblema. O poder da Opus Dei tem crescido no Brasil onde meios de comunicação tem seu controle. Tal poder se justifica desde a ajuda oferecida ao Banco Ambrosiano em 1982, onde Roberto Calvi era membro da Maçonaria P2 e, por isso, as associações indevidas entre os dois grupos.)

No Brasil, a Obra teve início em 1957 e reúne atualmente, em torno de 1.700 católicos em várias capitais e em outras grandes cidades, como Londrina e Campinas. 

Segundo os fiéis, a entrada para a Obra se dá por um chamado especial de Deus. 

Após frequentar as reuniões, se a vocação se confirma, a pessoa escreve uma carta para o prelado, líder máximo do Opus Dei. O fiel ratifica seu pertencimento algumas vezes até que venha a confirmação definitiva, alguns anos depois. 

(A Opus Dei tem sido uma constante fonte de curiosidade e, revistas e jornais de referência têm esgotado esse tema nas bancas desde 2003... A Opus Dei é apenas um segmento rígido e conservador do catolicismo, mas seu crescimento em setores econômicos acendeu um alerta de cuidado. Mas o irritante é a aura de sociedade secreta, principalmente em associação com a Maçonaria, as quais estariam em dissidência entre si. Nada mais falso...!)

Só adultos podem integrar a prelazia, pois, ao se tornarem membros, assumem um comprometimento jurídico com a instituição.

Alguns sentem uma vocação especial para viver o "celibato leigo", dedicando-se interamente à Obra: são os chamados Numerários. 

(Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, cargo ocupado pela 4ª vez, é um dos mais conhecidos membros da Opus Dei no Brasil.)

Quando isso ocorre, em alguns países como a Espanha, esses membros podem se mudar para uma residência destinada e própria ao seu gênero sexual, trabalhando em tarefas cotidianas mantendo o funcionamento da casa. 

Contudo, para a maioria dos leigos, a casa constitui uma família que entende e acolhe uma escolha tão extremada de isolamento para os padrões atuais. 

(Centro Cultural Porto Belo, localizado na Av. Lucas de Oliveira, 919, bairro Bela Vista, Porto Alegre-RS. Casa de acolhimento e aconselhamento aos Numerários da Opus Dei.)

Independentemente de optar pelo celibato ou não, homens e mulheres estão sempre separados na estrutura do Opus Dei: cada grupo desenvolve atividades de formação e obras sociais próprios.

Eles acreditam que assim é melhor, já que deduzem que ambos os sexos tem necessidades distintas no que tange o crescimentos espiritual. Acreditam que, com esse formato, existe maior liberdade para falarem de seus problemas e necessidades se estão somente em seus gêneros.

(Centro Social Morro Vermelho, onde todos os dias moças e mulheres se reúnem para capacitação profissional. Em funcionamento há 50 anos.)

No Brasil uma das obras mais importantes organizadas pelas mulheres é o Centro Social Morro Velho, no Jardim do Taboão, em São Paulo, onde capacitam profissionalmente cerca de 300 alunas por ano, que se formam cozinheiras, copeiras e fabricantes de tapetes de sisal. 

Além disso, oferecem cursos para gestantes, ensinam história da arte e doutrina católica, com aulas sobre como ser uma boa esposa e mãe. 

(Centro Educacional e Assistencial de Pedreira, onde meninos e rapazes carentes têm uma oportunidade gratuíta de aprendizado profissional.)

Os homens mantêm o Centro Educacional e Assistencial de Pedreira, na periferia de São Paulo, uma escola de referência onde ensinam Eletricidade, Administração e Informática a cerca de 500 meninos carentes, também acompanhado de aulas de religião. 


Continua...


 

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