sexta-feira, 24 de março de 2017

Eterno Universo Recriado! - Parte 3

(O Canal History Channel lançou em 2015 uma série maravilhosa chamada Exploração Asteca. Foi uma coprodução com o INAH - Instituto Nacional de Antropologia e História do México. Foram produzidos 4 episódios numa viagem fascinante aos mistérios da civilização Asteca e Maia que ocuparam a região Mesoamericana entre 1325 a 1521. Atualmente, os episódios estão disponíveis para os assinantes do H2, subprodução do History.)

Segundo uma das histórias da cosmologia mexicana antiga, o período atual e definitivo do mundo foi precedido pela criação de quatro mundos anteriores, regidos por quatro sóis, cada um com um tipo de habitante e dominado por um deus solar.

Foram destruídos, respectivamente, por causa de vulcões, inundações, chuva de fogo e invasões de feras selvagens. 


(Acima, visita à cidade de Teotihuacan, no México.)

A quinta criação foi realizada por uma reunião de deuses em Teotihuacan, um dos primeiros grandes centros urbanos do altiplano central do México.

Um mito nahua, cultura da qual os astecas faziam parte, conta que um dos deuses se lançou ao fogo para se tornar o próprio Sol, outro se transformou na Lua e assim sucessivamente, até que virassem todos os astros que se movem ordenadamente o universo. 

(Acima, ave Quetzal, que deu origem e forma ao deus Serpente Emplumada ou Quetzacoatl.)

As divindades do México indígena formavam um complexo panteão. 

Nem boas nem más, eram capazes de manifestar-se de diversos modos, muitas vezes de forma dual, em pares. 

Podiam transformar-se em seres humanos e vice-versa e, por isso, havia uma multiplicidade de deuses e de denominações.

(Quetzacoatl foi uma mistura de Jesus Cristo e Krishna... Este Deus veio ao mundo para ensinar aos homens a sabedoria. Seu corpo era de uma serpente, pois esse é o símbolo teológico universal da Sabedoria Divina, e a Cabala nos explica o porquê: Pois o som da Criação é o mesmo som de uma faísca de fogo: um chiado ou "shhh", som característico de uma cobra ou serpente. As plumas representa a conjugação da ave nacional do México o Quetzal, com sua linda plumagem verde e azul, que anuncia a chegada dos equinócios de Outono e Primavera. Acima, várias cabeças de Quetzacoatl ornando a Pirâmide da Lua, na cidade de Teotihacan.)

A Serpente Emplumada, por exemplo, era um deus que se tornou rei. 

A fronteira entre homens e animais também não era rígida, os guerreiros poderiam transformar-se em jaguares ou águias e adquirir sua força e habilidade porque tinham a alma partilhada com eles.


Calendário Religioso

Os mesoamericanos cultuavam os mesmos deuses, embora pudessem ter diferentes nomes. 

O criador de todas as divindades foi Ometéotl, que se desdobrava em um casal, assumindo uma versão ora masculina, ora feminina. 

(Tláloc dá suas boas-vindas ao visitante no Museu de Antropologia do México. Esta escultura foi encontrada em 1967, numa escavação para as fundações de um prédio residencial. Hoje ele orna a entrada do museu mexicano, exigindo respeito e veneração por esta cultura antiga.)

Abaixo dele, estava Tláloc, deus das águas e das montanhas e um dos mais antigos, chamado Chac entre os mais e de Cocijo pelos zapotecas.

(Acima, o deus/deusa Ometéotl)

Havia também Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada, que ajudou a dar origem às diversas humanidades e sóis e a criar a Idade Atual, e Tezcatlipoca, cujas ações resultaram nas epopeias dos povos mesoamericanos pelos diferentes mundos.

(Acima, deus Tezcatlipoca.)


(Todo magista sabe: Quanto mais antiga for uma Inteligência da Esfera da Terra, mais perigosa e dominadora ela é. Um magista tem que ter um grau mágico muito elevado para se conectar, comandar e invocar esses deuses. Poucos de nós estão preparados para isso... Acima, cenas do filme Esquadrão Suicida, que traz em um de seus personagens uma entidade antiga mexicana, de 2016.) 

Era o patrono de uma Era anterior, que teria sido destruída por um dilúvio. 

Ao lado desses, estavam Xiuhtecuhtli, ou Velho Deus Velho, celebrado no ritual do Fogo Novo, e Mectlatecuhtli, o deus dos mundos subterrâneos para aonde iam certos mortos.

(O deus Xiuhtecuhtli é semelhante ao orixá Omulú do candomblé. Ele oferece a cura ou a doença, o conselho ou  a loucura.)

Todas as forças do universo e as cerimônias religiosas coletivas eram regidas pelo calendário mesoamericano astronômico de 365 dias, dividido em 18 meses de 20 dias cada um, mais cinco dias à parte, sem festas.

Havia também outro calendário de 260 dias, mais usado para adivinhação, com nome dos deuses relacionados aos vegetais e animais

(O deus Mictlantecuhtli, era a entidade que tomava conta de Mictlan, um tipo de Umbral, para sair dali, o homem deveria ganhar no jogo de bola mesoamericano, e a mulher, arrumar sua casa e lhe fazer uma boa refeição.)


(Hollywood adora brincar com coisa séria, aí, é gente morrendo, adoecendo... Mas um dia eles aprendem... Acima, Mictlantecuhtli no filme Esquadrão Suicida, um tipo de demônio que queria dominar a Terra, de 2016.)

Entre as formas de adivinhação, estavam a observação do curso dos astros para deduzir o destino de um homem, o manejo de cordas para ver a sorte de um doente e também jogos com milho.

As festas realizavam-se no início do mês e culminavam com o último dia do ano.

Algumas dessas datas até hoje influenciam as festas mexicanas, como a do Dia dos Mortos.

(A deusa da morte Mictecacihuatl. Quando uma entidade antiga deseja ressuscitar, ela aparece sob novos aspectos, mas sem deixar de ser ela mesma...)


(A Santa Muerte explicada pelos próprios mexicanos. Acima, programa do canal Dia a Dia, de 2014. Para saber mais, acesse o link Santa Morte. )

Muitos dos elementos que os indígenas usavam no calendário ritual foram incorporados nas festividades cristãs, como as oferendas.

No Dia de Finados, os mexicanos passam horas decorando os túmulos com flores. 

Há muita comida dedicada aos mortos, como se os ancestrais estivessem voltado naquele momento!



Continua...


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