sábado, 19 de setembro de 2015

O Tao é o próprio Caminho - Parte 5

(Tábua de Feng Shui)

O caminho espiritual proposto pelo Taoísmo objetiva despertar o sagrado que existe no indivíduo e uni-lo ao sagrado divino a fim de que ambos caminhem de forma simultânea até a união com o Absoluto. 

Para isso, os mestres taoístas desenvolveram técnicas de expansão da consciência que ajudam o ser humano a entrar em contato com o reino das divindades e alcançar a iluminação.

Essas técnicas são divididas em três grupos: as artes (Su), a Lei (Fa) e, de novo, o caminho (Tao). 

(Que sono...! - Começar a meditar ou aprender os rituais taoístas exige disciplina. Mas, uma vez adquirida algumas técnicas e posturas, nunca mais se esquece...!)

As artes procuram restaurar o fluxo energético da pessoa. 

O Fa é o conjunto de práticas ritualísticas que restituem o equilíbrio interior e exterior. 

E o Tao usa a meditação como meio para entrar em contato com o Vazio.

(Um erro muito comum que sempre ouço: "Não consigo deixar minha mente quieta. Não consigo não pensar em nada para meditar!" - mas quem disse que não é para pensar em nada? Deve-se pensar, pois é isso o que sua mente faz de melhor! No entanto, treina-se para pensar uma coisa de cada vez. Aqui, técnicas conjugadas com a respiração fazem com que o meditador possa ficar horas  num estado de concentração e silêncio, sem que isso lhe seja opressivo ou sonolento.)

As artes taoístas resultam da mistura de conhecimentos filosóficos, medicinais, químicos e astronômicos dos antigos mestres, que almejavam uma vida mais integrada à natureza.

(Como é viver num monastério chinês. Se aproxime da arte da meditação, disciplina e artes marciais, neste filme Os Caçadores do Templo Shaolin.)

Costumam ser divididas em "práticas de entrada", aquelas em que as divindades se manifestam por intermédio dos jogos de adivinhação, como o IChing, e "práticas de saída", pelas quais a pessoa busca atingir ao Tao.
(Por que é tão importante treinar o corpo com lutas, se o que pretendo é ter paz e harmonia? Ora, se não consigo ver meu espírito, mas consigo ver meu corpo, então irei influenciar meu espírito, disciplinando meu corpo. Resistência e equilíbrio, eis a alma das artes marciais orientais. Fragmento do filme O Último Samurai, 2004.

"Não sabeis vós, que os que correm no estádio, todos na verdade correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado". - I Co 9:24-27) 

Entre essas, estão a acupuntura, o Feng Shui, que é um método para harmonizar as energias presentes no ambiente, e o Tai Chi Chuan, um misto de trapia corporal e arte maarcial que os antigos acreditavam manter a saúde e trazer longevidade (para maiores informações sobre cada técnica citada nesta matéria, acesse: Aranel Ithil Dior e digite no campo de pesquisa). 

Há também o Tui-na e o Shiatsu, que são técnicas de massagem, e o Qi-Gong, uma prática que usa respiração, concentração e relaxamento para equilibrar corpo, mente e espírito.

(Contemplar e relaxar, são virtudes que qualquer ser humano deve aprender, independentemente, de sua nacionalidade. Acreditamos erroneamente, que uma pessoa oriental é calma por natureza, mas isso não é verdade...)

(...Brincadeirinha, Japonês, sou sua super fã!!!)

Os rituais usam a meditação, o gesto, o movimento e o canto para chegar a uma integração maior com o sagrado. 

Há dois tipos principais: o Ritual da Purificação, cujo objetivo é harmonização espiritual de cada um, e o Ritual de Oferenda, mais informal, quando são entregues incenso, flores, água ou chá, velas e frutas às divindades em sinal de agradecimento.

(O melhor é fazer dessa busca uma jornada calma, assertiva e curiosa. Não precisa ter pressa ou expectativas. Aqui, a gente vai saboreando cada pequeno degrau de crescimento espiritual...)

Existem também cerimônias tradicionais, como o casamento e os rituais fúnebres.

Apesar disso, não se fala em rotina religiosa entre os taoístas. Cada um age de acordo com sua consciência e com o tempo que dispõe. 

Não há regras, o que existe é a sabedoria do momento: compreender a dinâmica da natureza presente no Ying e Yang.

Essa liberdade, aliada ao lado místico e filosófico do Taoísmo, conquistou adeptos no Brasil. 

(Ir em São Paulo e não conhecer um dos bairros mais legais do mundo, é um pecado sem tamanho...! Morei no Bairro da Liberdade por 7 anos com meus pais e irmãos. Éramos pequenininhos e minha mãe ia até ali -  no "barrio dos japoneses", como Fernando falava - comprar seus aviamentos de costura, pois ela sempre estava em algum projeto maluco de colocar lantejoulas em seus vestidos... Coisas dos anos 70, fazer o quê!)

A tradição chegou com força nos anos 90, quando intelectuais chineses que aportaram por aqui aproveitaram o crescente interesse pela cultura oriental para difundir os conceitos taoístas.

Logo, artes, como o Feng Shui e o Tai Chi Chuan, foram assimiladas pelo ecletismo brasileiro.

O Taoísmo não é o único caminho possível, é só mais um entre todas as religiões disponíveis!

(Documentário do Canal Odisséia da TV Portuguesa que apresenta as artes chinesas de cura, terapia e sua mística.)

Afinal, o objetivo de todo o ser humano é unir-se ao Todo...

Como ensinavam os antigos mestres:

"Primeiro se aceite, tome consciência, se conheça e, depois, tente mudar e transformar-se naturalmente.

"O Caminho é longo..."
Lao-Tsé



Fim.:.



Referências Bibliográficas

Livro:

Iniciação ao Taoísmo, de Wu Jyh Cherng, Vol. I e II, ed. Mauad, Rio de Janeiro, 2000.

Onde:

Sociedade Taoísta do Brasil, Rua Cosme Velho, 355, Rio de Janeiro - RJ.

Templo Taoísta de São Paulo, Rua Ágata, 49, São Paulo, SP. 

Site: 

www.taoismo.org.br


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