sábado, 12 de setembro de 2015

Eterna Aliança com Deus - Parte 4

(Casamento da Profª. Tuca - Uesb, Depto. História, campus Caetité - e Mário ocorrido em Abril 2014, no Terreiro de Ogum.)

Apesar de ser uma tradição afro-brasileira, a Umbanda também confere ao matrimônio um caráter de aperfeiçoamento espiritual.

É fundamental que o casamento seja realizado sob as bênçãos dos orixás e guias espirituais. Assim, com o casal afinado espiritualmente, há uma tendência para a nova família viver com mais harmonia e em paz. 

(Para os adeptos que tem a oportunidade de celebrar seu casamento numa praia, o que geralmente acontece, uma celebração que dura a noite inteira é preparada. Os sete véus de Iemanjá cobrem as areias e na primeira luz do dia, a união é feita. Depois, um banho de mar espera a todos os convidados com as devidas dedicações de flores e banhos de água de cheiro.)

As celebrações ocorrem em terreiros (ou quando os adeptos podem, a beira do mar) e são realizados por um sacerdote ou uma sacerdotisa, também chamados de pai ou mãe-de-santo.

Os noivos vestem branco, ficam descalços e trocam alianças. 

No fim da cerimônia, o sacerdote incorpora uma entidade e, impondo as mãos sobre a cabeça, o coração e as mãos cruzadas dos noivos, abençoa a união.

Sinal da Graça Divina

Na tradição cristã, o casamento é um sacramento, ou seja, um meio de receber a graça de Deus. É um veículo pelo qual o ser humano encontra o significado de sua vida e descobre o projeto que Deus preparou para ele. 

(Seminário dos Capuchinhos em Vitória da Conquista, foto de 1964. Seria aqui, 5 anos depois, que meus pais se casariam...!)

A fidelidade de Cristo a Deus e o amor de ambos pela humanidade servem de modelo aos casais cristãos, que são orientados a basear suas relações nesses valores. 

Nem sempre, contudo, é o que ocorre...

(Seminário dos Capuchinhos, atualmente.)

Muitas pessoas não fazem uma reflexão sobre o significado do casamento e não têm consciência de tudo o que ele implica. A maioria entra na onda ritual.

Quando os noivos se casam com a ideia de "vamos ver se dá certo" já estão preparados para o casamento não dar certo. No primeiro conflito, acabam se separando...

(Desde 2003, cursos de casamentos são ministrados em todas as paróquias de Vitória da Conquista. Uma ação para desafogar o intenso fluxo de católicos nos principais templos da cidade: Nossa Senhora de Fátima e Santo Antonio de Pádua. Há 5 anos no comando da Arquidiocese da regional de Vitória da Conquista, frei Luíz Gonzaga Silva Pepeu, descentralizou os cursos e as muitas celebrações de presbíteros, batismos e consagrações, o que muito ajudou no tempo e agendamento dos trabalhos.) 

Os cursos ou palestras para noivos são a alternativa encontrada pelas igrejas cristãs para lembrar o significado religioso do casamento. 

Nessas, ocasiões, padres e pastores explicam o sentido de estabelecer uma aliança divina pelo matrimônio. 

O sacramento confere graça de Deus capacitando o casal a viver tudo aquilo que é necessário para o matrimônio, dando-lhes forças para vencer as batalhas da vida em comum 

(A Igreja Católica Ortodoxa tem uma maneira própria de celebrar seus casamentos. Historicamente, tais tradições remontam a Idade Média e os conflitos católicos ocorridos entre Roma e Constantinopla. Acima, casamento da atriz global Mariana Rios ocorrido em Outubro de 2012.)

As cerimônias de casamento da Igreja Ortodoxa Antioquina, de tradição turca, começam com o padre abençoando os noivos com o Evangelho. O casal, em seguida, beija o texto sagrado em reverência aos ensinamentos de Jesus. 

Na tradição ortodoxa, é o padre quem põe as alianças nos noivos. É a igreja que casa! Então, como o sacerdote é o ministro do sacramento, cabe a ele colocar as alianças.

(Teologicamente, o seguimento católico ortodoxo mantêm suas doutrinas numa perspectiva mais antiga e, portanto, mais pura, que o seguimento romano. Podemos fazer uma restrospectiva de como os casamentos eram celebrados entre 700 a 1000 d.C.)

O casamento ortodoxo também costuma ser chamado de "sacramento da coroação". Trocam-se as coroas sobre a cabeça dos noivos, três vezes, para dizer que não há um rei e uma serva, ou uma rainha e um servo. São dois senhores que devem governar com sabedoria o pequeno reino que é o lar cristão.

Terminada a coroação, os noivos são considerados casados. 

(A taça de vinho compartilhada entre os noivos é uma tradição adquirida entre os primeiros judeus convertidos ao cristianismo nos anos 60 d.C.)

Mas o ritual continua... Uma taça de vinho é servida aos recém-casados, que bebem três goles.

Além da referência à Santíssima Trindade, compartilhar o vinho significa compartilhar a vida, seja ela doce, amarga ou suave. 

Por fim, os noivos dão três voltas ao redor do altar, no sentido anti-horário. As voltas são o símbolo da eternidade de Deus e servem para que esse eternidade se mantenha na união deles. 

(Casamento de Aline e Lucas, evangélicos, ocorrido em Maio de 2015. Foto cedida pela colega do depto. Áudio Visual - Uesb, Vitória da Conquista. Acima, filhos e enteados do casal.) 

Os casamentos evangélicos são realizados durante os cultos e, muita vezes, as uniões civil e religiosa fundem-se numa única cerimônia. 

Músicas e hinos são alguns dos ingredientes da celebração, onde os noivos são lembrados que o casamento é uma instituição divina e baseada nos ensinamentos bíblicos. 

Para os mórmons, casamento e família são princípios fundamentais. 

(Novo templo mórmon em Vitória da Conquista, local para as uniões deste seguimento cristão.)

Afinal, creem, as uniões realizadas neste mundo continuarão mesmo após a morte. 

A cerimônia de casamento, chamada "selamento", é realizada no templo e apenas fiéis mórmons assistem-na. 

A união é "selada" para toda a vida e para a eternidade.

(Os mórmons são muito reservados no que tange a veicular imagens sobre suas celebrações de casamento. Isso se explica pelo fato de que tais rituais estarem ligados a doutrina de resgate das almas dos antepassados de cada lado da família dos noivos. São membros muito atuantes na sociedade e facilmente identificáveis em público. Seu propósito não é apenas pregar uma mensagem de salvação para quem se encontra vivo, mas dar esperança para aqueles que partiram sem terem o conhecimento de Cristo. Foto cedida pelo membro mórmon, Allan, funcionário da UINFOR - Uesb, Vitória da Conquista.)

Dentre as religiões cristãs, apenas o Espiritismo não realiza rituais de casamento. 

Para eles, Jesus não veio ensinar rituais e, por isso, não batizou nem casou ninguém. 

Portanto, não há necessidade de cerimônias para recebermos as bênçãos de Deus. Na união entre duas pessoas, o importante é que vivam em harmonia, seguindo os ensinamento de Cristo...

(O Centro de Convenções Divaldo Franco abriga já há mais de 5 anos os encontros de Espíritas da Cidade de Vitória da Conquista. O Casamento entre os espíritas é um tema um pouco controverso, no entanto, não para seus adeptos. Eles não celebram os casamentos, e não julgam qualquer tipo de união hetero, trans, bi, ou homossexual. O foco deste seguimento cristão está na evolução do espírito e não nas preferências que a presente encarnação acarreta para seus membros. Acima, encontro da 62ª Semana Espírita ocorrendo de 06 a 13 de Setembro de 2015. Visitem!)


Continua...    

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