quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O Paraíso é Aqui - Parte 3

Concluindo nosso estudo sobre a Igreja Messiânica.


(Igreja Messiânica de Salvador com o ministrante Francisco Jesus Fernandes)

O Brasil é o terceiro em número de fiéis, depois do Japão e da Tailândia, e é o que mais manda missionários para o centro de treinamento japonês de difusão da doutrina. 

A Igreja considera os brasileiros os propulsores do movimento mundial de criação do Paraíso na Terra. 

Como imigrantes de todas as ascendências vivem aqui em harmonia, é possível que a missão do País seja estar à frente da construção do mundo idealizado por Deus. 

(Solo Sagrado, templo aberto e representação do Paraíso na Terra da Igreja Messiânica em Guarapiranga - São Paulo)

É no Brasil que fica o Solo Sagrado, único modelo de Paraíso terrestre no Ocidente. 

Existem ainda outros quatro: três no Japão e um na Tailândia. 

Descendentes de japoneses lembram o trabalho que deu para construir o Solo Sagrado em Guarapiranga. "Era tanta pedra para carregar, e não havia a ajuda de nenhuma máquina pesada", contam os adeptos. 

(Solo Sagrado em Kyoto, Japão)

Foram os próprios messiânicos que plantaram cada flor e puseram cada pedra do modelo de Paraíso na Terra, que completou uma década de inauguração em novembro de 2013.


Vida de Mestre: da Penúria à Salvação

Longe do esterótipo de líder religioso, asceta e devotado, o fundador da Igreja Messiânica Mundial, Mokiti Okada, foi empresário, casou duas vezes e até os 40 anos era ateu.

(Mokiti Okada, fundador da Igreja Messiânica)

Nasceu em Tóquio, capital japonesa, numa família pobre, e, na infância, sofreu com doenças como a pleurisia - que causava perda respiratória - e a tuberculose.

Aos 20 anos, decidiu abrir uma loja de bijuterias. 

O interesse pela religião começou apenas na fase adulta, quando a crise econômica do país juntou-se a desgraças pessoais. Seu negócio faliu na mesma época em que perdeu a primeira mulher e a filha no parto.

(Ritual Xintoísta)

Okada iniciou o estudo religioso pelo Xintoísmo e pelo Budismo, principais credos japoneses, para depois vivenciar a crença Oomoto, que prega a reforma do mundo. 

Interessava-se ainda por livros sobre paranormalidade.

(Oomoto, movimento Xintoísta e seu maior representante Onisaburu Degushi que reformou dentre outras coisas a arte marcial Aikido)

Aos 44 anos, teria tido a revelação divina que se tornaria o messias da salvação mundial. 

"Há uma bola de luz em meu ventre. É o espírito de Deus", dizia. Foi quando ganhou o nome religioso de Meishu-Sama, Senhor da Luz.

Mas como um ateu pode se integrar, de uma hora para outra e com tanta intensidade, a Deus?

(Meishu-Sama com sua última esposa e companheira de fé)

Meishu-Sama passou por um duro processo de purificação, como doenças e problemas financeiros, para que pudesse se encontrar com Deus. É o caminho pelo qual todos nós passamos... 


Seria a Igreja Messiânica a Religião do Futuro?

A Igreja Messiânica Mundial propõe-se a ser a crença que conduzirá o planeta a um estado de bem-aventurança. Para tanto, aceita como adeptos gente de todos os credos. 

Aliás, em sua base teológica, encontram-se influências de religiões do Oriente e do Ocidente.

Do Cristianismo, a Igreja herdou o conceito de um único Deus, que seria o mesmo para todos os credos.

(No centro do altar a representação de Deus da Igreja Messiânica)

Só que o Supremo messiânico não teria forma humana. "Deus é Luz", conceituou Okada. 

Acredita-se ainda no Juízo Final. O acerto de contas entre o Bem e o Mal na Terra seria gradativo e teria começado com a revelação de Meishu-Sama, em 15 de junho de 1931.

Esse julgamento estaria visível pela "grande ação purificadora" - doenças incuráveis, conflitos e desastres naturais - que ocorre na atualidade.

(Tsunami no Japão em 2011)

Os membros veem essa atuação como uma graça divina pela qual deem agradecer. 

Tudo serviria para a evolução do homem e do planeta. Os bons permaneceriam na Terra, e os maus ficariam retidos no mundo espiritual. 

Os fiéis seguem também o conceito budista da reencarnação - os espíritos, até mesmo os de animais, estariam sempre em processo evolutivo. 

A influência do credo fica clara também pela veneração que Okada tinha à divindade de misericórdia, Kannon.

(Kannon, principal divindade no budismo)

O líder pintou diversos quadros dela. Para ele, Kannon era o Sagrado do passado. 

Hoje, esse Sagrado se manifestaria em forma de Luz. Por fim, um toque de Xintoísmo: a Igreja reverencia a natureza e os antepassados. 

Mas a teologia, sozinha, não faz muito sentido para os messiânicos. O diferencial da Igreja é que o fiel não busca apena o contato com Deus no plano espiritual. 

O que se quer é construir materialmente o Paraíso na Terra. E, para estabelecer o mundo ideal, ministrar a luz divina (Johrei) é o passo mais importante. 

(Meishu-Sama com a Luz Kannon flagrada numa fotografia)

É na prática altruísta que os fiéis evoluem. Nas palavras de Okada: "Quem quer ser feliz deve, primeiro, fazer feliz seu semelhante".


As Três Colunas da Salvação

Conheça os princípios que norteiam a Igreja Messiânica.

Johrei - Sente-se na frente de um messiânico e espere que ele faça uma reverência a Deus, transformando-se assim no que seria um veículo de luz divina para você.

(O ideograma que é guardado no Ohikari. Um selo de proteção e invocação)

Receba a energia que passa por suas mãos, colocadas em forma de concha a meio metro do seu corpo. A energia divina viria de sua integração com Meishu-Sama, materializada pelo ideograma da palavra Luz escrito pelo mestre e guardado num pingente (Ohikari) que os membros trazem no pescoço.

(O Ohikari é uma relíquia que o Membro da Igreja Messiânica ganha para contatar seu Mestre Meishu-Sama)

Acredita-se que o Johrei elimine impurezas espirituais, como sentimentos de ódio e insatisfação, e os males do corpo, originados pela ingestão de remédios e alimentos com aditivos químicos. 

É portanto, uma prática de reequilíbrio espiritual e físico. 

Agricultura Natural - Segundo Meishu-Sama, nutrir o corpo é nutrir o espírito. Para tanto, nada melhor do que uma alimentação orgânica, pois isso traria a energia da água, do solo e do sol. 

Produtos com agrotóxicos, pelo contrário, teriam a força da natureza limitada por compostos químicos.

(O uso de produtos orgânicos é imprescindível para uma vida espiritual harmônica)

Hoje, estudos científicos alertam contra alimentos cultivados artificialmente, já que poderiam causar doenças como câncer e alergias. 

Belo - Espalhar flores por todo canto: em casa, no escritório, em presídios.

Segundo Okada, são obras de Deus que purificam o espírito. A arte humana também tem esse poder. mas tudo depende do autor da peça. 

Caso idealize o bem, essa energia passaria aos demais. "O artista deve funcionar como orientador espiritual do povo", dizia Okada. 

A atividade mais incentivada da Igreja é a Ikebana Sanguetsu.

(Quanto mais simples a Ikebana, mais beleza ela ostenta)

A palavra ikebana significa "dar vida à flor". Ao fazer esse arranjo floral, a pessoa vivenciaria um processo de renovação. 

Para os messiânicos, educar também é uma arte. 

Eles editam a revista em quadrinhos Planeta Azul.

(Planeta Azul, revista mensal voltada para as crianças com vários jogos e interatividades onde a doutrina e ensinamentos sobre o respeito à Natureza são passados. A Editora Abril publica e divulga essa ideia)

Nela, crianças de escola públicas e particulares são incentivadas a participar da Campanha do Obrigado, que consiste no esforço em receber dez agradecimentos por dia. 

O que começa como uma obrigação se torna uma postura altruísta natural dos alunos.


Fim.:.



Referências Bibliográficas

Onde

Solo Sagrado de Guarapiranga, Estrada do Jaceguay, 6.567, Parelheiros, São Paulo, Tel. (11) 5970-1000.

Livro

Alicerce do Paraíso, 5 Volumes, de Mokiti Okada, ed. Fundação Mokiti Okada, 2002.

Site

www.messianica.org.br

Documentário


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