O desejo de driblar a morte e seguir comuncando-se com quem já partiu está presente na humanidade desde sempre. Cada uma a seu modo, as várias crenças religiosas contemplam essa possibilidade.
Levante a mão quem nunca teve, mesmo que por um instante, curiosidade em saber como seria o tal "Além", o misterioso "outro lado", o mundo do não palpável.
Em especial, nos momentos de perda, quando um parente querido ou um amigo próximo morre e surge o desejo de estabelecer algum tipo de contato póstumo com essa pessoa tão especial. Para onde será que ela foi? Estará bem?
Para uns, tal comunicação pode acontecer por meio da oração, sonhos ou pequenos sinais do cotidiano. Para outros, ela ocorreria de fato, concretizada em cartas psicografadas, conversas por intemédio de médiuns ou até visões.
Há ainda quem se relacione com o não palpável cumprindo ritos e cultos aos ancestrais. Qualquer que seja a crença, o mundo espiritual parece estar mais próximo do que você imagina.
A tentativa de se comunicar com quem já morreu é uma prática incorporada há milênios pelos seres humanos e faz parte da busca de respostas para a mais perturbadora das dúvidas: O que acontece conosco quando morremos?
Segundo estudiosos, há cerca de 4 mil anos os nobres egípcios já ornavam as tumbas de seus parentes mortos como se fossem verdadeiras moradas - com roupas, talheres e móveis. E, por meio de rituais, criavam, então, um vínculo com o ente querido.
Na Mesopotâmia, arqueólogos encontraram indícios de que, por volta de 1340 a.C., os reis assírios acreditavam jantar com seus ancestrais nos dias de Lua Nova, quando o mundo dos vivos e dos mortos se aproximariam um do outro.
Se cientificamente esse outro mundo existe de fato ou não, é impossível comprovar. mas que está inserido na cultura humana, está. Desde que a humanidade é humanidade, a crença em espíritos e na vida após a morte é recorrente. A morte é um limite que o homem sempre se recusou a aceitar.
Os relatos sobre a ligação com os que morreram há pouco tempo e com os antepassados ainda são nebulosos para a ciência. Na opinião dos estudiosos da paranormalidade, muitos fenômenos relacionados a uma possível capacidade de ver ou ouvir tais espíritos estariam diretamente ligados ao psiquismo humano.
Há pessoas que podem mentir deliberadamente, enquanto outras sofrem de desordens psiquiátricas que resultam com alucinações de conteúdo religioso. E há aquelas que, simplesmente, interpretam eventos naturais como produções de um mundo transcendente. Isso ocorre pois existe um local em nosso cérebro capaz de reproduzir, por meios artificiais, sensações transcendentais ou espirituais conhecido sob o nome de "O ponto de Deus", e portanto, tais percepções hoje, tem estado em xeque para a ciência.
Para os estudiosos, receber e transmitir mensagens que , a princípio, parecem ter vindo do Além também pode ser apenas uma manifestação da própria mente humana. O nosso inconsciente se comunica. É como se fosse uma realidade virtual de nossa mente, um banco universal de informações. Tudo o que já passou por nós fica registrado ali.
Assim, com a ajuda de mecanismos que regulam o ritmo do cérebro (como a respiração profunda) ou de um estado emocional intensificado (como o medo ou a tristeza), abre-se a porta para um mergulho neste baú de memórias.
Mas já que a ciência admite que ainda não tem respostas precisas para esses fenômenos, entram em cena as religiões, para as quais o contato com o não palpável faz todo o sentido.
Diálogo com os Mortos
Diversas crenças apóiam-se na teoria da reencarnação para explicar esse elo entre a vida cotidiana e o "lado de lá". Quer dizer, a alma do corpo que morre poderia renascer em outro, numa nova vida, e assim sucessivamente.
O ciclo estaria encerrado quando a alma atingisse a completa evolução esipiritual. Desse modo, ficaria livre da reencarnação e viveria eternamente no "outro lado" da existência.
Para alguns credos, seria possível estabelecer comunicação com os espíritos dos que morreram, mesmo antes da libertação do ciclo reencarnatório. Para outros, porém, só os mais evoluídos, que já não renascem, poderiam manifestar-se para os vivos.
Continua...
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