sexta-feira, 4 de julho de 2014

Gato Preto dá Azar?

(O gato preto, que foi já motivo de ódio, hoje é um dos mais procurados em lojas de Pets. Eu também tenho uma, Luna. Agora sim, minhas duas gatinhas: Isabelle e Luna!)

Essa é uma superstição que surgiu durante a Idade Média, período que a Igreja Católica exercia forte influência na sociedade e tinha até criado um tribunal - a Inquisição - com a finalidade de perseguir e julgar hereges e bruxas.

Naquela época, muitas pessoas acreditavam que os gatos, em função de seus hábitos noturnos, tinham parte com o demônio ou eram um disfarce usado por bruxas. 

(Felix, o Gato, personagem criado nos anos 20 no tempo do cinema mudo. Joe Oriolo ressuscita o gato em 1953, tornando-o um enorme sucesso com sua bolsa mágica e rabo que se transformava em várias ferramentas divertidas.)

(Os americanos fizeram o bichano preto se tornar um pet divertido e uma febre na década de 60 tornando-se desde relógios de parede até estampas divertidas de roupas.)

Se ele fosse preto, pior ainda, pois essa cor era relacionada às trevas e ao mal. 

(Malcom X, um afro-americano muçulmano, estudou, filosofou e militou sobre a questão de como uma sociedade via a cor negra como algo nefasto, nocivo e, determinante de ideologias discriminadoras. Num de seus famosos discursos, ele fez observações eternas: "Não somos negros, somos marrons. E se uma cor define algo, ela não pode ser boa nem má, ela é apenas um estado físico e químico determinada por sua função". Ele lutou para que o dicionário Oxford mudasse a definição sobre a palavra Negro.)

A neurose envolvendo os bichanos chegou a tal ponto que, no século 15, o papa Inocêncio VIII incluiu o felino na lista de perseguição pela Inquisição. 

O tempo passou e a má fama dos gatos não se apagou...

(Um dos povos mais supersticiosos do mundo e que muito contribuiu para as disseminações de lendas e temas de contos de fadas, os irlandeses, no afã de proteger o cristianismo, a nova religião que surgia juntamente com a Idade Média, criou muitos conceitos que hoje conhecemos sobre os gatos pretos)

Atualmente, os mais supersticiosos sentem arrepios quando veem um gato preto, principalmente, se ele cruza o caminho deles, sinal de má sorte.

(O gato, na cultura japonesa, é um animal de boa sorte, principalmente se ele estiver com sua patinha levantada, como na imagem acima. Hoje em dia, há um resgate dos gatos, principalmente, os britânicos de pelo curto, comumente conhecidos como vira-latas...)

O curioso é que em algumas culturas os gatos não têm a fama de azarentos. 

(A deusa Bastet, a deusa em forma de gato, era adorada e venerada no Egito. A quantidade de gatos no Egito era tão grande que se calculou terem 3 gatos para cada habitante do antigo Egito, tanto livres como escravos.)

Os antigos egípcios, por exemplo, consideravam os felinos amuletos de sorte e os reverenciavam como divindades. 

(O gato preto é um dos principais personagens no Halloween, a Festa dos Mortos do povo celta, mas que os cristãos medievais irlandeses remanejaram para o dia 31 de Outubro, se tornando uma das festas mais comemoradas hoje em dia na América como o Dia das Bruxas.)

Hoje em dia, em alguns países, como no Japão e na Inglaterra, o gato preto é sinônimo de boa sorte.

(Gatos Pretos e outras Superstições, infelizmente, é inédito no Brasil, mas o inglês do livro é de fácil compreensão para os que se interessarem por este assunto. Leiam!)

As interpretações relacionadas a esses bichanos são tão variadas que já renderam até livro: Black Cats and Other Superstitions, ainda inédito em português, de Shirley Blumenthal.

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