domingo, 23 de março de 2014

O que é Pecado?

(O pecado foi simbolizado por um fruto não identificado na Bíblia, mas na Europa, como a maçã era uma fruta dedicada às divindades pagãs, tornou-se seu ícone identificador. Nas mitologias das populações existem outros frutos que representam as falhas humanas: A laranja, para os gregos; a uva, para os árabes;  a romã para os incas e maias.)

As grandes religiões monoteístas - Cristianismo, Islamismo e Judaísmo - definem o pecado como qualquer infração aos mandamentos de Deus. 

Segundo as três crenças, a primeira transgressão ocorreu quando Adão e Eva decidiram comer o fruto da árvore do conhecimento:

(Chamado de Pecado Original, o encontro entre Eva, a Serpente e, por fim, Adão, vaticinou o destino da humanidade para sempre e, apenas a adoção à uma religião a salvaria. Tal conceito não é compartilhado por outras religiões. Acredita-se que esse posicionamento radical foi imposto por sacerdotes judeus, que desejavam manter o controle mental e emocional, numa sociedade sempre crescente e exposta aos assédios de outras populações como Israel.)

Esse pecado original teria consequências até os dias de hoje: todos os descendentes de Adão e Eva, devido à falta cometida pelos dois, teriam uma propensão a pecar ao longo da vida.

Os cristão são os únicos que acreditam que, pelo erro do casal primevo, toda as pessoas já nasçam impuras - daí a necessidade do batismo, para que sejam perdoadas e purificadas. 

Seja como for, há um consenso entre judeus, cristãos e muçulmanos: pecado é tudo aquilo que vai contra os preceitos divinos. 

(O estudo sistemático teológico define o Pecado para as principais religiões monoteístas como qualquer ato de desobediência aos mandamentos divinos.)

Na Torá, o livro sagrado dos judeus, por exemplo, há 613 mandamentos (e não apenas os 10 como muitos acreditam), e não cumpri-los seria pecado.

Normalmente, as noções de pecado e culpa aparecem relacionadas, sendo a última uma decorrência psicológica da primeira. Para muitos estudiosos, contudo, tal associação seria uma distorção do que seria a verdadeira obediência a Deus.

A fé religiosa pode implicar um sentimento de culpa, sim, mas isso também ocorre na vida moral secular, do indivíduo que não professa uma religião.

(O sentimento de Culpa tem sido sistematicamente associado ao sentimento de pecado: "Se você sente culpa, você pecou!". Psicologicamente a Culpa é apenas um sentimento de reavaliação de um comportamento que não se projetou adequadamente nos padrões culturais sociais vigentes. Ou seja, o que é pecado hoje, não será amanhã.)

Ao invés de conviver com um sentimento de culpa, o indivíduo que encontra uma crença, canalizaria a culpa imobilizante de alguma danação inevitável por seus atos à misericórdia de Deus. 

O perdão divino estaria disponível a todos aqueles que se voltam a Ele, arrependem-se e mudam a atitude - a única ofensa considerada imperdoável é a apostasia, ou seja, a renúncia da fé. 

Esse pedido de clemência ao Criador é feito, principalmente, por meio das orações. 

(O Yom Kipur é o dia do perdão judaico comemorado na dependência do calendário lunar em meados de Setembro/Outubro, pois se acredita que nada pode parar as falhas humanas, a não ser o castigo. Nesse dia, uma brecha da misericórdia divina é aberta, e o fiel pode se redimir de seus erros sem passar pelo castigo.)

Os judeus têm, ainda, um dia especial para enfatizar o pedido de perdão, o Yom Kipur.

Já para os cristãos, o indulto se dá por meio da prática de confessar as faltas ao sacerdote. A função básica da confissão é dar visibilidade ao pedido de perdão. Assim, ficaria mais fácil renunciar aos pecados.

(O Confessionário é uma prática mais recente do que se imagina. No passado os sacerdotes adotavam a conversa a dois, com o tempo, a necessidade de receber os nobres e cortesões, levou a igreja a confeccionar um espaço reservado, no qual o adepto e o sacerdote poderiam exercer o ato do perdão. O primeiro Confessionário se encontra na Escócia e data de 1794. Este ato faz parte dos três principais sacramentos da igreja que todo fiel católico deverá cumprir em algum momento de sua vida.)

Nem todas as religiões, contudo, lidam com o conceito de pecado.

Para budistas e espíritas, por exemplo, que trabalham com a ideia da reencarnação, a consequência espiritual de um erro está no Carma negativo que a pessoa carregará para as vidas futuras. 

(1º Encontro Pagão ocorrido em Diamantina em 2013, onde errar e pecar são ações tão naturais, quanto os próprios ciclos da natureza)

Religiões como o Candomblé, Wicca, ou seitas voltadas para rituais à natureza, o Bem e o Mal, não são ações perfeitamente demarcadas e, portanto, não existe nesse cenário de fé o inferno, o diabo ou a perda eterna da alma, que está sempre na busca da própria evolução e aperfeiçoamento individual, como a própria natureza que oferece o frio, o caos, a morte e, por fim, a vida, a fertilidade e a ordem.

Cabe a cada religião instruir seus adeptos e seguidores para que ajam com responsabilidade, especialmente em relação ao que farão contra terceiros, ou seja, o indivíduo classificado como o próximo. 

Que afinal, é o propósito central do conceito do pecado religioso:  Despertar no indivíduo sua Responsabilidade Social. 



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