quarta-feira, 10 de julho de 2013

Templários, os Cavaleiros de Deus - Parte 3

O Fim Trágico

Por ironia do destino, seriam sua imensa fortuna, seus segredos e seu excessivo orgulho as causas do trágico fim da Ordem do Templo.

(Felipe, o Belo, rei da França e os prisioneiros templários)

Endividado com a ordem o soberano francês Felipe, o Belo, viu na dissolução dela a oportunidade ideal para se apropriar de seus bens.

(Uma das muitas construções dos templários espalhadas numa Europa pobre em meados de 1300)

Não foi difícil armar o golpe.

Para muitos, era chocante saber que a Terra Santa havia sido perdida, enquanto os templários, seus defensores por excelência, esbanjavam riqueza.

(Templários modernos)

Boatos sobre os rituais secretos da ordem também não faltavam. Finalmente, o papa Clemente V, seu maior protetor, era basicamente um refém do soberano francês em Avignon, sede do papado naqueles tempos.



(A terrível criatura que somente os não-iniciados temem, por não entenderem a simbologia e ensinamentos por trás do ícone)

 ("Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule" - canta o mestre de cerimônia, e nós respondemos: "É número de homem!")


Assim, no dia 13 de outubro de 1307, Felipe, o Belo, deu ordem de prisão aos templários em todo o território francês, sob acusação de múltiplas heresias, dentre elas a sodomia, a adoração de um misterioso ídolo chamado Bafomé (talvez uma corruptela do nome Maomé), a negação da cruz no ritual de iniciação e o “beijo obsceno” de consagração, dado nos genitais e no ânus dos companheiros da ordem.

A princípio, o papa protestou.

(Anel de adesão da ordem somente usado nos momentos de rituais hoje em dia)

Mas depois preferiu sacrificar essa ordem para poupar as demais. Ele arrancou de Felipe II a promessa de que os bens dos templários iriam para os hospitalários.

(Cremação dos templários, iluminura medieval)

Após quase três anos de torturas e julgamentos, em maio de 1307, 44 templários foram queimados como hereges reincidentes. Milhares de outros membros da ordem assinaram sua confissão como hereges e foram perdoados.

(Calabouço medieval, este é do Castelo de Praga)

Os que se negaram a admitir as acusações apodreceram nos calabouços.




O último grão-mestre da ordem, Jacques de Molay, foi queimado em 18 de Março de 1314, após confessar e depois negar os crimes a ele imputados.

Reza a lenda que, antes de ser imolado, Molay teria dito ao papa e ao rei da França que os esperava, ainda naquele mesmo ano, para comparecer junto ao tribunal de Deus.

(Local da morte de De Molay, onde reside um silêncio tenebroso até nossos dias)

Coincidência ou não, Clemente V faleceu em 20 de Abril, pouco mais de um mês após a morte de De Molay, e Felipe, o Belo, em 29 de novembro do mesmo ano, num acidente durante uma caçada.



Atualmente, existe um consenso geral entre os historiadores modernos de que os templários não eram culpados das heresias que lhes foram atribuídas.

(In Memorian ao Maçom Alberto Mansur, um dos templários no Brasil falecido em 2012)

E, ao contrário de serem consumidos pela fogueira da Inquisição, os ideias dos templários mantiveram-se vivos ao longo dos séculos seguintes.

Paradoxalmente, seu fim tão dramático provou-se uma potente fonte de mitos, de modo que pode-se afirmar que, na mente de muitos cristãos, o ideal do Templo permanece vivo até hoje.


Fim.:.


Referências Bibliográficas

Livros

As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de Amin Maalouf, ed. Brasiliense, 1988.

A History of the Order o the Temple, de Malcolm Barber, Cambridge University Press, 1994.

Os Templários, de Piers Paul Read, ed. Imago, 2000.

Site

http://www.the-orb.net/encyclop/religion/monastic/milindex.html 

Filme

Cruzada (Kingdom of Heaven), dir. Ridley Scott, distr. 20th Century Fox, 2005.

Documentários





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