quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Qual a Origem do Terço?


Forte instrumento da religiosidade popular, o terço começou a ser usado no Cristianismo por volta do século 4, entre os monges do Oriente. 

Na época, os cordões com nós ou contas, que equivaliam cada qual a uma oração, tinham como principal finalidade auxiliar os religiosos com pouca instrução. Havia monges que não sabiam latim e, por isso, não podiam cumprir o ofício divino. 

Assim, era estipulado certo número de preces para eles, como compensação. As contas ajudavam na contagem das rezas.

Com o tempo, o uso dos cordões disseminou-se entre os fiéis que frequentavam os mosteiros e que, da mesma forma, não entendiam uma palavra da missa. 


O terço católico na forma que o conhecemos hoje, um colar de contas com uma cruz pendurada, só apareceu entre os séculos 11 e 12, quando as orações rezadas nos mosteiros foram distribuídas em grupos correspondentes aos cinco mistérios de Cristo, que relatam passagens da vida de Jesus. 

A cada dez ave-marias, medita-se sobre um dos mistérios, como a anunciação do anjo a Maria.

No total, são 50 aves-marias, cinco pais-nossos e cinco glórias-ao-Pai. 

A popularização do terço deu-se com maior intensidade a partir do século 13, com as cruzadas, sobretudo devido ao trabalho incansável de São Domingos, grande pregador popular. 


Reza a lenda que Nossa Senhora teria aparecido para ele e lhe transmitido o rosário, como passou a ser chamado o conjunto de orações que reúne os três grupos de cinco mistérios de Jesus - os gozosos, os dolorosos e os gloriosos. 


Em 2002, o papa João Paulo II, cuja oração preferida era o rosário, acrescentou ainda os mistérios luminosos, que contemplam a vida pública de Jesus. 

Agora, não se pode mais dizer que reza-se o terço - equivalente à terça parte do rosário - mas, sim, o "quarto". 

Na Igreja Ortodoxa é usado o terço bizantino, também conhecido como starets ou combolói. Inicialmente, ele era confeccionado de lã negra trançada e tinha 100 nós, mas hoje também é feito de contas, cujo número pode variar. 


A cada uma delas, o fiel repete a jaculatória "Jesus, Filho de Deus vivo, tem compaixão de mim, que sou pecador", que pode ser intercalada por um pai-nosso ou pequenos trechos de meditação sobre os Evangelhos. 

O ritual do terço é muito importante para os crentes católicos, pois é um modo de estar em oração diante de Deus, num espírito de paciência, humildade e bondade. 

Independentemente da tradição, se católicos ou ortodoxos, os religiosos afirmam que, ao rezar o terço sentem-se mais próximos de Deus, chegando até a se desligar do resto do mundo, tamanho o estado de contemplação. 

É uma terapia espiritual, muitos dizem. As pessoas dedilham as contas, oram e isso lhes dá muita paz, pois o fazem com fé.

Também é essencial uma reflexão atenta, além da fé, ao rezar o terço. O ponto fundamental não é a repetição da ave-maria, mas a meditação sobre os mistérios de Cristo. 


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