Também chamados de sufis, os dervixes são seguidores do Sufismo, vertente mística do Islã que surgiu no século 7 junto com a doutrina do profeta Muhammad.
Incialmente, os dervixes eram ascetas radicais, que abandonaram a vida material em nome de um completo aprofundamento na fé. Só mais tarde começaram a se agrupar em irmandades, com características distintas entre si, mas sempre tendo por bandeira o crescimento interior como forma de integração com o Criador.
Enquanto o islâmico comum pode orar a Deus por obrigação, o sufi tem por objetivo unir-se a Ele. O fato de relegarem os aspectos materiais não os torna superiores. Cada um tem uma função destinada por Deus. O fiel que se preocupa mais com a matéria, mas segue o Corão, também será recompensado por Allah.
Além do estudo do Corão, os dervixes têm várias práticas voltadas para o auto-conhecimento e a conexão com o Sagrado. Um dos rituais mais conhecidos é o Sama, no qual os místicos giram durante horas, atingindo um profundo estado de transe devocional.
No Sama, há orientações específicas quanto às posturas que o fiel deve adotar, por exemplo: Deve-se girar apenas em sentido anti-horário, com a mão direita voltada para o céu e a esquerda para o chão - segundo crêem, dessa forma o poder de Deus entra pela palma da mão direita, passa pelo corpo e então sai pela palma da outra mão, difundindo-se pela terra.
Nem todas as vertentes, porém, executam o Sama da mesma forma. A cerimônia, assim como outros rituais sufi, pode ser adaptada conforme a orientação do mestre de cada linha.
Seja como for, uma coisa é consenso entre todas as linhas: ao contrário de uma dança, na verdade o Sama é uma "oração em movimento".
Entre os exercícios praticados por esses místicos estão ainda o zikr - reptição contínua dos nomes e atributos de Allah - e a prática da meditação.
Referências Bibliográficas
Sama, Etnografia de uma Dança Sufi - de Giselle Camago, ed. Madras, 2005.
.:.
0 comentários:
Postar um comentário