Constituída por elementos de diversas crenças, a Ordem Rosa-Cruz é uma fraternidade mística e filosófica direcionada para a evolução de seus membros e, em última instância, de toda a humanidade.
Sua origem é envolta em lendas, mas acredita-se que tenha nascido entre as escolas místicas do Antigo Egito, sendo fundada pelo faraó Akhenaton, em 1350 a.C.
Os primeiros documentos sobre a ordem, porém, só teriam aparecido mais tarde, no início do séulo 17, na Alemanha. Trata-se dos manifestos apócrifos Fama Fraternitatis, de 1614, e Confessio Fraternitatis, de 1615, que contam a história de Christian Rosencreuz, personagem lendário fundador de um grupo cujo símbolo era uma rosa vermelha e uma cruz.
A imagem da rosa que desabrocha no centro da cruz é uma alegoria da consciência humana se abrindo na cruz da vida. A cruz representa as vicissitudes da existência, e a rosa, a evolução do homem diante dessas transformações.
Atualmente, o rosacrucianismo divide-se em várias escolas, mas a Amorc é a organização de maior expressão.
A Amorc floresceu por apresentar a espiritualidade segundo princípios científicos, que fornecem ensinamentos aplicáveis no cotidiano, como as técnicas de mentalização.
Criada nos Estados Unidos, em 1915, a Amorc difunde seus ensinamentos por meio das chamadas "monografias" - coletâneas de textos rosacruzes enviadas pelo correio. A ordem é aberta à pessoas de qualquer credo, raça ou classe social, mas, na prática, a maioria dos adeptos provém das faixas mais instruídas da população.
A linguagem rosacruciana é cheia de textos herméticos, com terminologia erudita, e, em vez de revelar, oculta o saber.
Seja como for, após sua filiação, um membro pode permanecer como estudioso ou iniciar-se na hierarquia da fraternidade. No último caso, passa por 12 etapas de formação, cada qual precedida de uma iniciação ritualística na loja (ou templo), numa cerimônia reservada aos adeptos, o que reforça o estigma de sociedade secreta que cerca a ordem.
Entretano, não há nada secreto, a loja funciona apenas como um laboratório para colocar em prática o que é assimilado nas monografias.
Os rosacruzes também não se consideram uma religião, mas um grupo filosófico: "Não temos dogmas, mas, sim, métodos de aprendizagem e total liberdade para aceitar ou não os ensinamentos. Cremos que, no íntimo de cada um, está a chave que o ligará ao Criador, fonte de toda a vida".
(Shakespeare também foi um membro Rosa-Cruz)
Acredita-se que várias personalidades tenham pertencido à ordem, que reúne hoje cerca de 200 mil membros no mundo - 35 mil no Brasil. Entre os adeptos ilustres, estaria o poeta Fernando Pessoa, que tem vários textos dedicados à rosa e à cruz, como o este trecho de O Encoberto:
Que símbolo fecundo
Vem na aurora ansiosa?
Na Cruz Morta do Mundo
a Vida, que é a Rosa.
Que símbolo divino
Traz o dia já visto?
Na Cruz, que é o Destino,
A Rosa que é o Cristo.
Referências Bibliográficas
Site
www.amorc.org.br
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