segunda-feira, 22 de abril de 2013

Joana D'Arc, A Santa Guerreira - Parte 2


No dia da audiência, Carlos VII pôs outro homem sentado em seu trono e misturou-se aos cortersãos presentes, Joana caminhou até o trono e parou. Olhou em volta e identificou o governante na multidão. Corando, jogou-se aos pés dele.

Depois, Joana fez ao delfim uma revelação secreta, "vinda dos céus". Isso o convenceu a confiar na jovem. 


Submetida a uma bancada de clérigos na cidade Poitiers, onde foi considerada "boa cristã", Joana foi nomeada general comandante-em-chefe dos exércitos da França.

Em 28 de abril de 1429, ela e suas tropas partiram para a cidade de Orléans, onde os ingleses haviam construído um cerco isolando os habitantes do restante do reino.

Numa época em que as mulheres se restringiam às atividades domésticas e jamais ocupavam postos militares, a fervorosa Joana liderava um exército e conquistava o respeito e a confiança dos soldados. No acampamento de sua tropa, não havia prostitutas nem bebida, e os homens se confessavam com frequência e iam à missa. 


A Donzela, como a própria Joana se fazia chamar desde a apresentação ao delfim - o nome de família "d'Arc" só foi atribuído a ela depois de sua morte - liderou os ataques contra o cerco inglês em Orléans. Foi ferida no ombro, mas, segundo testemunhas, extraiu com as próprias mãos a lança que lhe atravessava o corpo e logo voltou ao combate. 


Joana acabou com a resistência inimiga que assombrava a cidade havia sete meses. E, no fim, orou pelas almas dos ingleses mortos na batalha. O fato de uma camponesa ter derrotado um exército poderoso revela a intervenção de Deus, afirmam os teológos católicos. 

Outras vitórias seguiram-se. Devido à aceitação popular que Joana conquistou, a motivação religiosa libertadora era o que havia de mais evidente. Mas não podemos esquecer suas vitórias nas guerras. Tudo cairia por terra se ela não conquistasse perante o exército e à população a confirmação de que levava uma mensagem verdadeira. 


Em 17 de Julho de 1429, Carlos VII fez o juramento real e foi ungido com o óleo sagrado. A vontade de Deus cumpria-se. 

Morte na Fogueira

Restavam apenas alguns povoados, que ainda estavam sob domínio inglês, para completar a reunificação da França. 

Carlos VII, já como monarca, havia proposto uma trégua a Felipe de borgonha, governador de Paris nomeado pelo duque de Fedford, da Inglaterra. Este, porém, impôs como condição para a suspenção do conflito que lhe fossem entregues algumas cidades francesas. O rei, que autorizara um ataque a Paris, voltou atrás e decidiu fazer o acordo. 

Para Joana, porém, a missão não tinha terminado.
Em maio de 1430, decidiu desmontar a resistência inimiga em Compiègnhe, cidade subjugada por Felipe de Borgonha. Com algumas centenas de soldados, atacou o cerco, mas foi rechaçada.

As tropas inglesas auxiliaram as borgonhesas e o exército francês, em pânico, recuou. Durante a batalha, Joana foi encurralada. Sua guarda pessoal resistiu até quando pôde, mas a Donzela acabou presa e levada ao duque de Borgonha. 


Era de se esperar que Carlos VII pagasse o resgate da prisioneira, mas isso não ocorreu. Foi a oportunidade que os ingleses esperavam para silenciar Joana e, assim, acabar com a fonte do nacionalismo francês.


Continua...

 


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