(Afresco de Cima de Conegliano intitulado Deus Pai.)
A crença no Deus único foi introduzida por Abraão, o primeiro dos patriarcas bíblicos, modelo de fé para judeus, cristãos e muçulmanos.
Ele acreditou em Javé, o Deus invisível e onipresente, que lhe prometeu terras e uma descendência numerosa e com Ele selou duas alianças.
(Filme Abraão do cineasta Soren Kierkegaard que se concentra na dinâmica entre pai e filho de Abraão e Isaac.)
Sua história aparece no Gênesis, o primeiro livro bíblico, no Talmude (livro de tradição oral judaica) e no Corão.
Mesmo com algumas diferenças, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo vivem intensamente a noção de Deus supremo. Os judeus não pronunciam seu nome, por ser sagrado, e os muçulmanos não podem representá-lo porque está além de nossa compreensão.
No imaginário cristão, Deus chegou a ser caracterizado na figura de um velho sábio em pinturas de igrejas do mundo todo, como os famosos afrescos de Michelangelo, na Capela Sistina, em Roma.
(Adão e Deus, afresco de Michelangelo na capela Sistina em Roma. O toque entre o homem e Deus que não acontece. O pintor retrata que o ser humano precisa de muito pouco para se conectar com sua espiritualidade e com a verdadeira face de Deus.)
É a visão de um Deus pai e criador, que apareceu no exílio dos hebreus, porque eles precisavam recriar a vida, e depois se tornou a própria imagem de Deus na Idade Média, um período também de perdas materiais e orfandades.
(Deus Odin, o deus pai dos povos nórdicos.)
(Deus Cerullo, o deus pai dos povos Celtas, que habitaram parte da Bretanha, Irlanda e centro-sul da Europa.)
(Deus Viracocha, deus pai dos povos Incas e Maias.
Todos
são representados ostentando uma barba. Até mesmo Viracocha é um Deus
de pele branca num povo de pele vermelha. O que levou a tantos povos
equidistantes entre si representarem quase que igualmente esse
personagem é um mistério arqueológico.)
Não se têm provas de que Deus seria um senhor com barba branca, sentado numa nuvem acima da Terra, porém as imagens tradicionais mantêm-se fortes na imaginação humana, não apenas na poesia e na arte, mas também na devoção.
A crença em um Criador, com letras maiúsculas, torna difícil a compreensão de outras religiões que falam de uma realidade transcendente e nem nomeiam Deus, como o Taoísmo ou o Budismo.
(Na teologia Taoísta o universo é regido por uma Força inteligente. Esse conceito ajudou a George Lucas, cineasta de Star Wars, a criar os sacerdotes e uma teologia singular em seu universo fictício.)
(Na mitologia de Star Wars uma Força invisível rege, comanda e concede poderes àqueles que tiverem uma contagem de mitocôndrias específicas em suas células.)
No Taoísmo, o universo obedece a uma Lei ou Ordem - o Tao, que move o mundo.
O Budismo prega que a meta do indivíduo é chegar ao Nirvana, conseguindo a iluminação.
(Muitos acreditam que Buda seja a representação de Deus no budismo, mas isso não é uma interpretação correta. Buda é o nirvana de Sidarta Gautama, príncipe hindu. Não existe um Deus no budismo, porque Nós somos esse Deus espalhado e compartilhado em várias formas e histórias. Nossa tarefa é evoluirmos até Deus e evoluir, nessa jornada, o próprio Deus, que como nós, precisa crescer e aprender.)
Talvez, no fundo, todas falem da mesma coisa, apontando que existe outra dimensão, pois todas as religiões estão de acordo em solicitar de nós o mais profundo empenho no próprio ato de viver...
Continua...
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