domingo, 30 de março de 2014

Rumo ao Nirvana - Parte 2

 (Buda foi o primeiro a provar se o Budismo era realmente um caminho para a Iluminação do homem. E ao comprová-lo, deixou seus ensinamentos em forma oral para seus discípulos)

Aproveitando os conhecimentos acumulados em sua longa busca, Buda teria criado um sistema espiritual inovador. Suas ideias confrontavam as crenças existentes até então que não prometiam uma salvação ainda nesta vida.

As Quatro Verdades seguem uma sequência lógica, diretamente relacionada com a experiência vivida por ele. A primeira e a segunda estão ligadas às constatações que fizeram Buda sair de casa para procurar uma resposta. 

A terceira relaciona-se à esperança de encontrar uma solução para o problema do sofrimento humano. 

(O Nirvana não é o Céu, como no Cristianismo, é algo maior e melhor. Ele está aqui, é um lugar imaterial, aonde a Alma do adepto se recolhe quando ele desejar. É um estado e não uma busca. É o agora, e não uma futura salvação. O adepto só precisa focar sua mente numa estrutura adequada e adaptável ao carma inerente de cada um)

A quarta verdade, por fim, faz referência ao momento em que ele atinge o Nirvana. O fato de não haver plena certeza sobre Buda ser o autor dessas verdades, uma vez que seus ensinamentos foram transmitidos oralmente durante quatro séculos até que fossem registrados, não tira, de modo algum, o mérito dessa proposta espiritual. 

Esses quatro princípios representam um método de investigação e concentração que pode levar à iluminação total. 

Solução Para Todos

Pode-se dizer que os ensinamentos de Sidarta Guatama foram revolucionários. Havia, afinal, um meio para que o homem se libertasse do sofrimento sem depender de sacerdotes, muito menos da sua posição social: bastavam dedicação e entrega aos preceitos da religião budista. 

(A divisão das Castas no Bramanismo)

Como esse caminho estava ao alcance de qualquer ser humano, representava uma solução universal. Tratava-se de algo inédito e revolucionário na Índia de 2500 anos atrás, onde a sociedade estava dividida pelo Bramanismo em castas, ou seja, em grupos de pessoas que tinham diferentes acessos à salvação espiriutal. 

A propostas, portanto, guarda semelhanças com a do Cristianismo, que veio séculos mais tarde. Para seguir os ideais de Buda ou de Jesus, não era exigido que a pessoa tivesse nascido budista ou cristã. 

(A semelhança da mensagem de Jesus e Buda se encontram no fato do adepto não precisar ter um nascimento ou função específica dentro da sociedade ao qual faz parte)

Essa característica ajudou essas religiões a se diferenciarem do Bramanismo e do Judaísmo, respectivamente. Também colaborou para a grande expansão que os dois credos tiveram por todo o planeta - no caso do Budismo, um crescimento que teve como base um modelo extremamente simples e profundo de paz e de compaixão.

Um Ensinamento e Muitas Escolas

O Budismo dividiu-se em várias escolas. As duas principais são a Theravada e a Mahayana.

(Monge budista Theravista ensinando os textos antigos budistas aos pequenos aspirantes do monastério)

A primeira segue os textos mais antigos, escritos no idioma páli. Na segunda, que surgiu entre os séculos 2 a.C e 1 a.C., a Iluminação e buscada por meio da compaixão dos bodhisattvas - seres que renunciaram ao Nirvana para ajudar os outros. 


(Budistas Vairanistas do Japão, cumprindo seus rituais de meditação os quais em sua maioria são secretos)

Hoje, há ainda a corrente Vajrayana, centrada nos tantras (textos esotéricos de transformação da mente), e o Zen-Budismo, focado na meditação. 

Embora guardem diferenças entre si, todas mantiveram a essência dos ensinamentos de Buda. 


Legado para a Posteridade

Os ensinamentos de Buda influenciaram a filosofia ocidental.

Estudiosos acreditam que algumas de suas ideias inspiraram conceitos do filósofo escocês David Hume (1711-1776). Para Hume, a existência de um "Eu" é enganosa. 


(David Hume e a filosofia da insanidade onde o ser humano são muitas partes, e nenhuma é o homem de fato)

Como nossa personalidade vem de um conjunto de sensações em mudança permanente, toda pessoa torna-se diferente a cada minuto, hora, dia e ano, até o fim de sua vida. 


 (Arthur Schopenhauer e sua coragem em dizer tudo o que pensava, encontrou um lugar fértil no homem moderno que questionava a crença cega num Deus provedor, mas que na verdade, a morte, doenças e sofrimento, não mostram assim tanto cuidado divino...)

O conceito da impermanência também aparece na obra do alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), que ficou conhecido como o "filósofo do pessimismo".


Continua...


0 comentários:

Postar um comentário

Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

Search This Blog