sábado, 15 de março de 2014

Rumo ao Nirvana - Parte 1


Com base em princípios que revelam a essência da existência humana, o Budisno ensina a atingir a iluminação, um estado de contato pleno com o Absoluto.

Do conforto do útero materno para uma fria sala de hospital - a estreia no mundo começa depois de um choro.

No cotidiano de todas as pessoas, rupturas assim também acontecem. Momentos de alegria dão lugar a dúvida, aborrecimentos e medos. A causa pode ser o desespero diante de uma doença recém-descoberta, a falta de dinheiro para uma compra ou uma mágoa que se mostra difícil de se apagar.

(Paulo Coelho, escritor, letrista e jornalista, sabe a dor do sofrimento e da solidão, pois foi internado como louco por seus pais duas vezes, até seu exílio em Londres no tempo da ditadura brasileira)

Existem duas atitudes possíveis diante de situações como essas: negar a dor, fingindo que ela não existe, ou aceitar que o sofrimento faz parte do cotidiano e aprender a superá-lo. 

Para o Budismo, se não houver um exercício constante de desapego diante das intempéries da vida, é inevitável que o contentamento vire angústia num ciclo contínuo. 

(Filósofo, poeta e escritor português, Fernando vivenciando seu ostracismo pós-guerra, encontrou uma forma de lidar com a solidão deixando pequenas doses doces de esperança em suas obras)

E aí, parodiando Vinícius de Moraes e Tom Jobim, a tristeza não terá fim, mas a felicidade, sim.

Essa ideia, diferentemente do que possa parecer, não tem nada de nova...

A constatação de que "a vida é feita de sofrimento"  tem sido uma das principais bases do pensamento religioso e filosófico do Budismo. Trata-se, aliás, da primeira das chamadas Quatro Nobres Verdades, princípios que teriam sido formulados por Buda e que constituem os pilares da doutrina budista.


As outras verdades afirmam que o sofrimento tem origem no desejo, que a eliminação dos desejos extingue o sofrimento e que existe um caminho par que o indivíduo se liberte do sofrimento. Esse conjunto de enunciados propõe, assim, um caminho para que o file alcance a Iluminação.


Ao conseguir desprender-se da dor que permeia a existência humana, a pessoa atingiria o Nirvana, um estado de quietude e sabedoria plenas que corresponderia ao último estágio de evolução espiritual no Budismo.


Segundo os textos que fundamentaram a crença, Sidarta Gautama - como Buda era chamado originalmente - teria, ele mesmo, experimentado cada uma dessas verdades.

(A 4ª Nobre Verdade é a cessação do sofrimento pelo caminho óctuplo: Entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.)

Sidarta nasceu príncipe, em 563 a.C., numa região próxima da fronteira entre a Índia e o Nepal. Quando estava com apenas 5 dias de ida, uma profecia apontou que ele estaria destinado a tornar-se um homem santo.

(Interior da 51ª edificação de Maia Devi cidade onde Buda viveu no sec.VI a.C. Visão interna do Templo onde Buda teria nascido, recentemente encontrado no Nepal e divulgado em Nov/2013. As escavações arqueológicas ainda continuam.) 

O oráculo afirmou que Sidarta partiria de casa para seguir seu destino ao deparar-se com quatro personagens: Um idoso, um doente, um corpo e um monge. 

(Documentário da BBC que conta em detalhes interessantes a jornada espiritual de Sidarta Gautama, o Buda)

Como seu pai queria que ele se tornasse um soberano, cercou-o de todos os prazeres e isolou-o do mundo. Mas, aos 29 anos de idade, o príncipe começou a fazer passeios escondidos fora do palácio. Foi assim que viu um ancião, um doente e um cadáver. 

Tomou contato, então, com a velhice, a doença e a morte. Ao encontrar um asceta, resolveu deixar tudo o que tinha para trás em busca de um alívio para as dores humanas. 

(As técnicas espirituais de Buda sobre a meditação e nirvana somente são ensinadas em mosteiros budistas e para alunos de elevado grau de comprometimento físico e espiritual. Isso porque as técnicas de pranayama, a arte de retirar do ar as energías cósmicas, são intensas e exigem grande domínio da concentração corporal e mental)

Foi uma longa procura...

Sidarta aprendeu a dominar avançadas técnicas de meditação, experimentou privações e mortificações corporais. Passou fome e dormiu ao relento no inverno. Mas tudo isso só serviu para aumentar seu sofrimento.

Concluiu, então, que só chegaria à resposta que tanto buscava, sozinho, sem ajuda dos Céus.

Em pleno século 6 a.C., Buda libertou o homem do medo dos deuses e do misticismo.


Sidarta sentou-se sob um figueira e prometeu a si mesmo que só se levantaria quando obtivesse sucesso na sua empreitada.

Naquela noite, atingiu o Nirvana e tornou-se um Buda, palavra que significa, "o iluminado", ou "o desperto". 


Continua...


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