sábado, 30 de abril de 2016

Hierarquia Angelical - Parte 2

(O tipo de anjo mais popular é o Anjo da Guarda, o qual não existe de fato no estudo da Angeologia cristã. Esse atributo do anjo é cabalístico, o qual ensina que um Servo do SENHOR guarda os filhos de um homem que seja bom e servidor da Torá. Jesus ensina que essa proteção independe da fé. De fato, toda a natureza é guardada, por um determinado tempo, por Servos que cuidam de seu desenvolvimento. É uma energia inteligente que garante a vida, crescimento e seu mínimo desenvolvimento.)

Com o decorrer do tempo, e com a absorção de outras culturas teológicas europeias por meio das missões católicas evangelizando o continente, ter uma ideia de um protetor pessoal fora algo bem aceito entre os novos adeptos cristãos. 

Enquanto, os muitos povos celtas cultivavam a ideia de fadas e gnomos serem os guardiões de casas, campos e lareiras, os missionários cristãos chegaram com uma doutrina ainda mais interessante: seres alados, gigantes e poderosos, que podem te proteger de ataques, acidentes e prejuízos. Não tinha como essa ideia não seduzir os pobres celtas...

(Sininho (Tinker Bell, trad.: sino tocador ou guizo) é a fada mais famosa de nossa cultura moderna. Eternizada pelas animações dos estúdios da Disney, ela tenta reavivar a memória dos habitantes do hemisfério norte, desse ser de luz suave, que habitava as florestas e jardins e, que se manifestava num perfume ou vento... As fadas são seres da mitologia celta que povoaram a mente dos habitantes europeus. Elas faziam tanto o bem quanto o mal. Seres divertidos, podiam esconder até recém nascidos. Foram responsáveis por levar o corpo do Rei Arthur para Avalon, e guardá-lo até que o mundo seja justo o suficiente para este Alto Rei retornar. Demonizadas pelos missionários católicos, até hoje são vistas como devaneios de pessoas ignorantes. As fadas eram os anjos para os povos celtas, uma energia que preservava a natureza de todas as coisas... Acima, trailer O Segredo das Fadas, 2012, o qual os Estúdios Disney utilizaram técnicas de animação e efeitos especiais de última geração para dar texturas, brilhos e movimentos mais naturais aos personagens digitais.) 

Mas a teologia cristã nunca ensinou isso... Na verdade essa doutrina se apoia no que Jesus disse aos discípulos, quando estes afastavam as crianças dele...

"Vede, não desprezeis  qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem incessantemente a face de meu Pai celeste. Porque o Filho do homem veio salvar o que estava perdido..."
Evangelho de São Mateus 18:10

Contudo, Jesus estava se referindo a uma doutrina da Cabala, um segmento místico do judaísmo, que ensinava que a todo buscador das revelações, com tempo e dedicação poderia ter, ele mesmo, um servo dos céus à sua disposição durante toda a sua vida. Enquanto criança, essa presença seria limitada até os 8 anos do infante, quando o mesmo, adquirindo sua consciência, perdia essa proteção gradativamente...

(Para uma pessoa comum, essa proteção só é possível se o Mestre da Esfera de atuação assim desejar em sua sabedoria. Infelizmente, nem todos podem usufruir desse cuidado espiritual, pois não sabem invocar esses seres. Em Cerimônias Mágicas invocamos Emrudue e seus exércitos, um forte e prestativo guardião da Esfera da Lua, que protege a vida, família e bens materiais dos servidores da Grande Fraternidade Branca.)

Por isso, para um adulto, no conceito cabalístico, ter uma presença angélica, só com uma vida de muita dedicação espiritual e mística.


Segunda Esfera

2a - Domínios ou Dominações

Apesar de não estarem na primeira esfera, a proximidade dá aos Domínios também a função de guardar o reino celeste.

Os anjos de ordens inferiores submetem-se a eles. Assim, Deus exerce seu "domínio" sobre o mundo por meio desse coro. 

2b - Virtudes

São anjos que passam aos demais coros as ordens de Deus. Eles auxiliam na execução perfeita das tarefas removendo obstáculos e dificuldades que impeçam o cumprimento da vontade divina.

2c - Potestades ou Poderes

Eles têm uma função muito parecida com a esfera das Virtudes. Também transmitem aos outros coros quais são os desígnios de Deus e qual a melhor forma de executá-los. 


(Na década de 70, inesperadamente, os temas de fadas e anjos ressurgem nos Estados Unidos por meio de uma publicação pirata vinda da Inglaterra. Era um livro que seria o ícone de um momento histórico entre a Guerra do Vietnã e os movimentos pelo respeito à vida, à natureza e à igualdade sexual. Em meio a tanto LSD, O Senhor dos Anéis, um mundo mítico criado pelo célebre professor universitário de Oxford, J.R.R. Tolkien, não ficou despercebido. Numa obra que levou mais de 10 anos sendo escrita, Tolkien tentou explicar em sua mitologia, o porquê os celtas acreditavam em Fadas e Gnomos, e como eles deveriam ser. Em sua visão, esses seres não eram pequenos, mas altos, sábios e furtivos, por isso a ideia de serem pequenos ou invisíveis. Em seus estudos mitológicos e teológicos, Tolkien acreditou que houve uma Era de Ouro entre a humanidade, no qual seres mais inteligentes habitaram conosco ensinando-nos a sermos humanos.)

Apesar de estarmos colocando essas entidades em níveis e classificações numéricas e alfabéticas, eles não são seres com graus de importância ou poderes inferiores ou superiores entre si. Essa divisão é apenas didática. Todos os anjos são importantes e, dependendo de uma determinada situação, são mais poderosos que seus companheiros mais próximos de Deus, pois dominam e tem autoridade total em sua própria esfera de atuação.



Continua...




sábado, 9 de abril de 2016

Maria, A Face Feminina de Deus - Parte 1

(Um símbolo que impacta qualquer pessoa, independentemente de sua crença. Ela consegue subtrair de nós amor, resignação e perdão... Virgem Maria, a mãe de todos nós!)


Segundo símbolo cristão mais venerado. Nossa Senhora - como é conhecida - passa longe do esterótipo de mulher submissa e resignada. Tanto nos evangelhos quanto segundo a tradição, mostra-se como mãe corajosa, atenta às dificuldades e à devoção dos fiéis.

Uma bela moça que engravida, torna-se malfadada e perseguida. Para dar à luz seu filho, procura abrigo em uma estrebaria. 

Foge em seguida para um país distante para defendê-lo, protagonizando uma saga formidável de dor e sofrimento pelo mais nobre dos objetivos: salvar a humanidade. 

(A anunciação de Maria)

Não é à toa que essa narrativa, que lembra as aventuras das heroínas dos contos de fadas encanta fiéis há 2 mil anos e é o ponto de partida para o surgimento das religiões cristãs.

Para os cristãos, essa é a história real de Maria, a mãe de Jesus.

O mês de maio foi eleito pelos fiéis, inspirados pelas flores da primavera no hemisfério norte, como a época ideal para celebrar essa mulher especial. 


(A verdadeira causa do mês de maio ter sido dedicado à Virgem Maria foi que na época de 350 a 550 d.C., durante as conquistas romanas na Bretanha, chegando ali, os soldados romanos encontraram um incrível ritual que acontecia todo ano naquele mês: Os Fogos de Beltane. Apesar que para os visitantes parecesse terrível, esse ritual congregava todos os celtas e pictos da grande ilha inglesa, para comemorarem a fertilidade da Deusa com Deus: A terra sendo fertilizada pela seiva do Sol: A primavera no hemisfério Norte.)

Foi em 13 de maio que a Virgem apareceu pela primeira vez a três crianças na cidade portuguesa de Fátima, em 1917. 

O papa Paulo IV, na encíclica Mense Maio, 1965, oficializou a data, consagrando de vez o quinto mês do ano como o mês de Maria

De fato, nada melhor do que as flores da primavera para lembrar aquela que é "cheia de graça": menina de pele morena, provavelmente trazia os cabelos longos e escuros presos numa trança frouxa. 

(The Nativity Story, 2006, foi um dos filmes mais legais já feitos contando a história dessa mulher que enfrentou problemas sociais, que, ela nem sabe, ainda hoje enfrentaria: Dizer que carrega no ventre um bebê, que ela nem saberia explicar quem seria o pai... Maria enfrentou a humilhação da honra feminina ser arranhada, algo tão simples...)

No rosto, os olhos pretos brilhavam com vivacidade. Talvez vestisse batas largas e gastas e calçasse sandálias simples. Eis o retrato de Myriam, seu nome em hebreu. 

Ela deveria ser bonita, mas de uma maneira muito mais interessante do que aquela imagem suave e tradicional que estamos acostumados.

A imagem que se tem dela hoje não tem nada a ver com a realidade do Oriente Médio, mas sim com os ideais de beleza feminina propagados depois pelo Renascimento italiano.

(Hoje, Maria seria uma mulher assim...: Inteligente, mas atuante, defendendo seu país e seu direito de não apenas viver na terra que nasceu, mas de acreditar em seu Deus. Trabalhar, sofrer e se submeter faz parte do universo feminino hebreu... Acima, o primeiro exército moderno do mundo a ter mulheres nas linhas de defesa: As Forças de Defesa de Israel. Lá, o serviço feminino é obrigatório.)

Miryam, como é seu nome original, significa "a amada de Javé", pode também ter havido alguma corruptela no decorrer do tempo e corresponder a Mariam, que significa "senhora" em aramaico. 

A forma grega Maria só aparece séculos depois.

O nome, corriqueiro, designava uma em cada três mulheres da região. 

Se o nome era comum, ocorria o mesmo com seu cotidiano, semelhante ao de tantas outras mulheres pobres de sua época. 

(Vida Maria, 2006, é um curta de animação feito aqui no nordeste fazendo um paralelo da menina do sertão com a santa menina da antiga palestina.)

Maria cuidava de todos os afazeres domésticos, muitas vezes pesados: varria o chão de terra batida, trazia jarros d'água da fonte, moía a cevada para o preparo do pão e até pegava na enxada para limpar e semear o campo. 

Ao cair da noite, descansava no chão forrado com palha e coberto com esteiras. 

Todos dormiam juntos no mesmo cômodo.

A simplicidade repetia-se na hora das refeições: não havia mesas nem cadeiras, comia-se sentado no chão. 

(Um dia a dia sem expectativa, com tarefas sendo refeitas repetitivamente... Assim era a vida de uma adolescente palestina.)

Essa ausência de luxo e de conforto é coerente, historicamente, mas destoa, mais uma vez, da tradicional imagem frágil e delicada...



Continua...



sábado, 2 de abril de 2016

Hierarquia Angelical - Parte 1

(Esses seres sempre apareceram em todas as mitologias dos povos antigos. No estudo teológico são seres que acompanham e obedecem a Deus conforme suas determinações na regulação e manutenção da ordem do Universo.)

Os anjos, para os católicos, são os mensageiros divinos. Organizam-se em nove coros, cada qual com sua função.

A palavra "anjo" vem do grego aggelos e do latim ángelus, que significam mensageiro. 

A tradição judaico-cristã consagrou os anjos como seres espirituais que fazem a relação entre Deus e os homens.


(No decorrer do tempo os anjos ganharam vários status e formas. Na Idade Média representavam-nos como crianças, sem haver de fato uma explicação plausível para isso. Rafael Sanzio foi um dos maiores pintores renascentistas que retratou anjos em suas obras. As sociedades secretas ensinam que, como os pintores eram iluminatis e, a visão dessas sociedades secretas eram opostas as doutrinas católicas sobre esse tema, então eles ridicularizavam a visão católica pintando seres infantis e sem ação no mundo humano. Como quem via não entendia a mensagem, pressupunha-se que queriam representar a pureza dessas criaturas.)

São citados em diversas passagens bíblicas, porém apenas três anjos recebem nomes próprios: Gabriel, Miguel e Rafael.

Com a influência da cultura do Império Persa (539 a 331 a.C.), que tratava Deus como um ser distante da humanidade, as interpretações das Escrituras Sagradas passaram a considerar a importância de seres que ligassem o humano ao divino. 

(Acima, a mais antiga representação de anjos católicos já encontrada. É uma imagem que mostra um anjo alado onde foi pintado em afresco numa cripta chamada de Sarcófago do Príncipe em Istambul, descoberto em 1930. Acredita-se que é do tempo de Teodósio, 379-395 d.C.)

Os nove coros de anjos foram citados no Antigo e Novo Testamentos, mas foi o teólogo italiano Tomas de Aquino quem organizou as hierarquias, especificando características e funções. 

Apesar de não haver um documento que oficialize tal divisão na doutrina católica, a cultura popular se baseia na organização feita deste estudioso. 

(São Tomas de Aquino (1225-1274) foi o primeiro sacerdote católico a se interessar pelo tema e tentar organizá-lo através dos escritos canônicos da Bíblia.)

A disciplina Angeologia é ensinada em qualquer curso de Teologia, não importando a procedência ou a inclinação da escola teológica. No entanto, a divisão utilizada para o ensino é a de Aquino.

Outras divisões menos famosas foram feitas e são utilizadas em outros seguimentos espirituais como a divisão da Cabala e da Maçonaria. 

(Os hebreus sempre reconheceram os anjos ou gênios como entidades a serviço de Deus e ajudadores dos homens. Foram denominados pelos hebreus de Malakl que significa mensageiro. Os cabalistas acrescentaram as terminações iah, el, ael, iel representando-os como atributos de Adonai. Constituíram 72 grupos de anjos dos quais se desdobraram em 365 se distribuindo um para cada dia do ano. Os cabalistas não representam os anjos como figuras humanas, sua representação é sagrada e somente um cabalista sabe invocar ou entender o que cada símbolo quer dizer. Acima, o Cubo de Metraton, o mais venerável e poderoso dos anjos. Um serafim de 1ª Ordem ou Esfera, que chamamos de Anjo Supremo.)

Há ainda a figura do Anjo da Guarda, que é criado por Deus para acompanhar cada ser humano (como a cultura popular assim determinou), protegendo-o e inspirando-o pelo bom caminho.


A Primeira Esfera


É formada pelos seres mais luminosos e sábios já criados. Eles cooperaram com Deus na formação e desenvolvimento do Universo. A partir de textos egípcios, maçônicos e cabalistas, acredita-se que surgiram a partir do primeiro som produzido pela boca de Deus. Uma canção os fizeram ter vida. E cada um deles possui uma vibração distinta no estudo cabalístico. 

1a - Serafins

Na ordem mais elevada, eles circundam o Trono Sagrado e são os guardiães do reino celeste. Por sua humildade e pronta servidão, encontram-se muito perto do Criador. 

(Maat, Deusa egípcia da Justiça, era quem pesava os corações dos homens no Salão das Duas Verdades para que fossem até Aru ou Campo dos Juncos. Os egípcios foram os primeiros a darem asas aos deuses e, por associação, os hebreus quando habitaram no Egito absorveram essa identificação do divino e espiritual. Cabalisticamente, as Asas, como ocorrem com Maat representavam a Justiça e a Verdade. Quanto mais asas um anjo tiver, mais elevada é sua Justiça e, portanto, mais perto de Deus ele estará.) 

O nome deste grupo vem do hebreu Seraph (queimar), por arderem no amor a Deus. 

1b - Querubins 

São anjos de grande conhecimento e, por isso, guardiães e mensageiros dos mistérios divinos.


(Acima, um fragmento de um dos documentários mais legais sobre este tema: The Exodus Decoded, 2006, Simcha Jacobovici instiga nossa imaginação com pesquisas interessantes sobre como seria a Arca da Aliança. Como bom judeu, ele sabia que os Querubins da Arca jamais assemelhavam-se a homens. Dirigido por James Cameron, sim, o mesmo que roteirizou e dirigiu Titanic, nos leva a uma viagem muito, mas muito interessante mesmo, ao antigo Egito. Documentário disponível para os assinantes do Netflix , assistam!) 

Por receberem a beleza e luz que vem do Criador, são como refletores que transmitem sabedoria às demais ordens de anjos. 

1c - Tronos 

Eles refletem a grandeza de Deus e garantem, com os demais anjos da primeira esfera, a solidez e a segurança do poder divino. 

É por meio deles que os anjos das ordens inferiores percebem a onipotência divina.


(Os Anjos, um documentário do Discovery Channel de 2010 mostra o imaginário popular desses seres que incita nossa curiosidade.)



Continua...


Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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