O Fim Trágico
Por ironia do destino, seriam sua
imensa fortuna, seus segredos e seu excessivo orgulho as causas do trágico fim
da Ordem do Templo.
(Felipe, o Belo, rei da França e os prisioneiros templários)
Endividado com a ordem o soberano
francês Felipe, o Belo, viu na dissolução dela a oportunidade ideal para se
apropriar de seus bens.
(Uma das muitas construções dos templários espalhadas numa Europa pobre em meados de 1300)
Não foi difícil armar o golpe.
Para
muitos, era chocante saber que a Terra Santa havia sido perdida, enquanto os
templários, seus defensores por excelência, esbanjavam riqueza.
(Templários modernos)
Boatos sobre os rituais secretos da
ordem também não faltavam. Finalmente, o papa Clemente V, seu maior protetor,
era basicamente um refém do soberano francês em Avignon, sede do papado
naqueles tempos.
(A terrível criatura que somente os não-iniciados temem, por não entenderem a simbologia e ensinamentos por trás do ícone)
("Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule" - canta o mestre de cerimônia, e nós respondemos: "É número de homem!")
Assim, no dia 13 de outubro de 1307,
Felipe, o Belo, deu ordem de prisão aos templários em todo o território
francês, sob acusação de múltiplas heresias, dentre elas a sodomia, a adoração
de um misterioso ídolo chamado Bafomé (talvez uma corruptela do nome Maomé), a
negação da cruz no ritual de iniciação e o “beijo obsceno” de consagração, dado
nos genitais e no ânus dos companheiros da ordem.
A princípio, o papa protestou.
(Anel de adesão da ordem somente usado nos momentos de rituais hoje em dia)
Mas
depois preferiu sacrificar essa ordem para poupar as demais. Ele arrancou de
Felipe II a promessa de que os bens dos templários iriam para os hospitalários.
(Cremação dos templários, iluminura medieval)
Após quase três anos de torturas e
julgamentos, em maio de 1307, 44 templários foram queimados como hereges
reincidentes. Milhares de outros membros da ordem assinaram sua confissão como
hereges e foram perdoados.
(Calabouço medieval, este é do Castelo de Praga)
Os que se negaram a admitir as
acusações apodreceram nos calabouços.
O último grão-mestre da ordem,
Jacques de Molay, foi queimado em 18 de Março de 1314, após confessar e depois
negar os crimes a ele imputados.
Reza a lenda que, antes de ser
imolado, Molay teria dito ao papa e ao rei da França que os esperava, ainda
naquele mesmo ano, para comparecer junto ao tribunal de Deus.
(Local da morte de De Molay, onde reside um silêncio tenebroso até nossos dias)
Coincidência ou não, Clemente V
faleceu em 20 de Abril, pouco mais de um mês após a morte de De Molay, e
Felipe, o Belo, em 29 de novembro do mesmo ano, num acidente durante uma
caçada.
Atualmente, existe um consenso geral
entre os historiadores modernos de que os templários não eram culpados
das heresias que lhes foram atribuídas.
(In Memorian ao Maçom Alberto Mansur, um dos templários no Brasil falecido em 2012)
E, ao contrário de serem consumidos
pela fogueira da Inquisição, os ideias dos templários mantiveram-se vivos ao
longo dos séculos seguintes.
Paradoxalmente, seu fim tão
dramático provou-se uma potente fonte de mitos, de modo que pode-se afirmar
que, na mente de muitos cristãos, o ideal do Templo permanece vivo até hoje.
Fim.:.
Referências Bibliográficas
Livros
As Cruzadas Vistas pelos Árabes, de
Amin Maalouf, ed. Brasiliense, 1988.
A History of the Order o the Temple, de Malcolm Barber, Cambridge University Press, 1994.
Os Templários, de Piers Paul Read, ed. Imago, 2000.
Site
http://www.the-orb.net/encyclop/religion/monastic/milindex.html
Filme
Cruzada (Kingdom of Heaven), dir. Ridley Scott, distr. 20th Century Fox, 2005.
Documentários
0 comentários:
Postar um comentário