quinta-feira, 27 de junho de 2013

Templários, os Cavaleiros de Deus - Parte 2

Nascia aí, uma mistura revolucionária: a figura do monge guerreiro, essencial nas conquistas militares graças ao seu fanatismo religioso e firmeza no combate.

(Warmund Picquigny)

No dia de Natal de 1119, todos os nove fizeram votos de pobreza, castidade e obediência perante o patriarca de Jerusalém, Warmund de Picquigny.

(Mesquista de Al-Aqsa, antigo local do castelo de Godofredo)

Godofredo de Bouillon, o governante daquele reino, apressou-se em fornecer aos cavaleiros uma sede em seu palácio, localizado na atual mesquita Al-Aqsa (o famoso templo da cúpula dourada em Jerusalém, erguido no alto do monte onde, acredita-se, tenha existido antes o Templo de Salomão).


Foi daí aliás, que a ordem tirou seu nome: Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salomonici, algo como Ordem dos Pobres Soldados de Cristo do Templo de Salomão, ou simplesmente, templários.

(Bernard de Clarvaux, Mestre dos Cistercienses)

Em 1127, Hugh de Payens foi à Europa angariar recursos. Conseguiu a inestimável proteção de Bernardo de Clarvaux, mestre dos monges cistercienses, ordem nascida de uma cisão com os beneditinos que gozava de grande prestígio entre os cristãos por seu estrito código de conduta.

(Fragmento da obra De Laude Novae Militiae de Bernardo)

Figura das mais proeminentes da Idade Média, São Bernardo foi um grande místico e veemente estimulador das Cruzadas. Os templários tornaram-se sua “menina dos olhos”, a ponto de ele escrever um manifesto em seu favor - De Laude Novae Militiae (Em Louvor da Nova Ordem da Cavalaria) – e de redigir as severas regras da nova ordem.


Além disso, Bernardo conseguiu que o papa Honório II aprovasse oficialmente a ordem, concedendo-lhe uma série de isenções e privilégios.

(Papa Honório II)

O exemplo bem-sucedido dos cavaleiros do Templo estimulou o surgimento de outras ordens similares, como os Hospitalários e os Cavaleiros Teutônicos.

(Hospitalário)

Cada aspecto do dia a dia dos templários era regulado nos mínimos detalhes. Como a que horas comer, como deveriam ser seus aposentos, qual sua vestimenta, qual seu procedimento em batalha e até como cortar um queijo.

Ao todo, eram mais de 600 artigos.

O Poder Templário

Durante sua estada na Terra Santa, os templários receberam rios de dinheiro em doações e heranças. Por exemplo: Henrique II, da Inglaterra, em seu testamento, doou 20 mil marcos para uma cruzada, 5 mil para os templários e 5 mil para os hospitalários, uma verdadeira fortuna. 

(Henrique II, Rei da Inglaterra)

Isentos de impostos e do dízimo, os cavaleiros logo descobriram uma nova vocação: agiam como o primeiro banco internacional da História. Eles se tornaram credores dos maiores reinos da Europa.

Eram uma verdadeira multi-nacional.

(Rei Ricardo da Inglaterra, o Coração de Leão)

Com o tempo, não foram poucos os que reclamaram da arrogância dos cavaleiros da Ordem do Templo. Conta-se que Ricardo Coração de Leão, em seu leito de morte, teria deixado “seu orgulho aos cavaleiros do Templo”.

(Papa Inocêncio III)

O papa Inocêncio III também não poupou os templários do pecado do orgulho em sua bula De Insolenta Templariorium.

(Bula De Insolenta Templariorium)

Mas eles também incomodavam por conta da aura de mistério que os cercava. Seus rituais de iniciação eram tão secretos que até hoje não há fontes históricas confiáveis que possam descrevê-los.

Além disso, o grão-mestre da ordem prestava contas única e diretamente ao papa.

Até por uma questão militar, os templários tinham regulamentos específicos que proibiam os irmãos de contar a um estranho o que se passava dentro da comunidade.

(Iniciação templária ocorrida dezembro de 2012, atualmente)

Por outro lado, tal sigilo estaria vinculado durante sua contínua estada na Palestina. Houve muito intercâmbio com o misticismo judeu e muçulmano. Porém, como explicar isso aos europeus que permaneceram no continente sem que soasse herético?


Continua...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Qual a Origem da Estrela de Davi?


Na realidade, não se conhece nenhum registro que permita precisar o local e a data de surgimento do hexagrama, como os místicos chamam a estrela de seis pontas.

(Hexagrama na arte teológica da Índia, onde os dois triângulos são chamados de Him e Om, respectivamente)

Sabe-se apenas que ela já era conhecida na Índia por volta de 4.000 a.C., e era conhecida como Shanmukha - As Seis Faces, representando as seis faces de Shiva e Shakti.

(Representação do Hexagrama pelo povo Mulçumano, este pertence ao Codex de Leningrado)

E, embora tenha ficado famosa como símbolo do Judaísmo, ela nunca foi de uso exclusivo dessa religião – pode ser vista também na arte muçulmana e na decoração de muitas catedrais cristãs da Idade Média.

 
O hexagrama sempre foi, para vários povos, um símbolo de proteção, representando a união do Céu com a Terra.

(Hexagrama entre o povo Sumério)

O nome Estrela de Davi vem do hebraico Magen Davi, literalmente Escudo de Davi.

(Rei Davi, novela apresentada pela TV Record durante o início deste ano)

Segundo a tradição judaica, os soldados do rei Davi – um dos principais personagens do Antigo Testamento – traziam no escudo o hexagrama para atrair proteção divina.

(Iconografia bizantina onde é representado o rei Davi)

Só bem mais tarde, já no século 17, a Estrela de Davi foi consagrada símbolo oficial da comunidade judaica de Praga, na atual República Checa.



Dois séculos mais tarde, passou também a representar o Judaísmo da mesma forma que a cruz simboliza o Cristianismo.


Por isso, a estrela aparece não só em sinagogas e túmulos como no centro da bandeira de Israel.
 
(Judeus in memorian de seus irmãos mortos nos campos nazistas)

O símbolo marcou também um episódio trágico do século 20: o nazismo alemão, que obrigou os judeus a usar, no braço, uma faixa com uma Estrela de Davi amarela, para serem reconhecidos pelos soldados de Hitler.

Aprenda mais, consultando:

Spectrum Gothic - Entre outros assuntos, resumo sobre a Estrela de Davi.

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domingo, 9 de junho de 2013

Templários, os Cavaleiros de Deus - Parte 1


Temida pelos muçulmanos, idolatrada pelos cristãos e invejada por reis e nobres, a Ordem dos Cavaleiros do Templo uniu pela primeira vez as duas maiores vocações dos europeus medievais: as armas e a fé.

(Os Cruzados em Ascalon)

Fazia pelo menos, sete meses que os cruzados tentavam invadir a fortaleza muçulmana de Ascalon, encravada no litoral sul da Palestina. Na noite de 15 de agosto de 1153, a oportunidade finalmente surgiu.

(A Muralha de Ascalon, atualmente)

Uma muralha desabou, abrindo uma passagem. Por essa fenda entrou, alucinadamente, um grupo de 40 cavaleiros vestidos de branco, com uma cruz vermelha estampada no peito, liderados por Bernard de Tremèlày, o grão-mestre da temida Ordem Templária.

(Símbolo da Ordem dos Templários)

Foi aí que algo inusitado aconteceu.

Com exceção dos templários, nenhum dos outros sitiantes avançou pela brecha. Em poucos minutos, os árabes restabeleceram as muralhas. Encurralados dentro da cidade, os cavaleiros do Templo foram trucidados. Na manhã seguinte, seus corpos decapitados estavam pendurados nos muros.


Ascalon caiu quatro dias depois, em 19 de agosto. O martírio dos templário, entretanto, rendeu muitas histórias.

Enquanto sua bravura suicida alimentou ainda mais fantasia em torno daquela ordem de monges guerreiros, outros viram naquele ato não coragem, mas cobiça.

(Guilherme de Tiro)

O cronista medieval Guilheme de Tiro, por exemplo, escreveu em seu relato Historia Rerum in Partibus Transmarinis Gestarum (História dos Feitos Realizados no Além-Mar), datado do final do século 12, que o próprio grão-mestre havia ordenado a seus soldados que não deixassem mais ninguém entrar pela brecha, para que apenas a eles coubesse a glória de tomar a cidade – além da melhor parte do saque.

(As Crônicas Medievais das Cruzadas)

Muito do mito acerca dos templários deriva do forte sentimento ambíguo que eles geravam. Por um lado, eram visto como a encarnação do mais alto ideal de sua época, a figura do nobre cavaleiro que devotava sua vida a Cristo combatendo os infiéis na Terra Santa.


Por outro lado, eram tidos como arrogantes e imensamente ricos, graças aos privilégios e isenções concedidos a eles por diversos papas.

Origens da Ordem

Nada disso, porém, passou pela cabeça do francês Hugo de Payns, fundador e primeiro grão-mestre da cavalaria.

(Hugo Payns, Fundador da Ordem do Templo)

Afinal, ele jamais imaginaria que, em poucas décadas, o que havia começado como um juramento feito entre nove amigos acabaria se transformando na ordem militar mais poderosa e influente da época das Cruzadas.

(Nobres da Primeira Cruzada em Jerusalém)

Hugo de Payns era um cavaleiro da pequena nobreza. Em 1114, foi, com uma comitiva de nobres, prestar seus serviços à fé na Terra Santa. Fazia apenas quinze anos que os cavaleiros da Primeira Cruzada tinham conquistado Jerusalém em 1099 e criado quatro pequenos reinos cristãos no litoral da Palestina – o principado de Antioquia, o condado de Trípoli, o condado de Edessa e o reino de Jerusalém.

(Fortaleza do antigo Condado de Edessa, 1114)

Este último era governado por Godofredo de Bouillon, que não possuía mais do que 300 cavaleiros e mil soldados de infantaria para proteger todo o reino.

(Godofredo de Boullion, estátua em Bruxelas)

Hugo logo percebeu quão frágeis eram aqueles reinos recém-criados, ao constatar a falta de proteção dada aos peregrinos cristãos que, ao chegar à Terra Santa, eram vítimas de inúmeros ladrões e bandoleiros.


(Os peregrinos da Idade Média)

Não havia quem os defendesse. A primeira cruzada, promovida pelo papa Urbano II, havia direcionado toda a belicosidade dos cavaleiros francos em prol de uma causa santa. Após conquistar Jerusalém e saquear Antioquia, Edessa e Trípoli, boa parte dos nobres julgou cumprido seu dever para com Deus, voltando para seus feudos na Europa.


Assim, em 1118, Hugo e oito cavaleiros decidiram unir aquilo que sabiam fazer – lutar – com o forte ideal religioso de proteger os peregrinos e guardar o Santo Sepulcro. 


Continua...


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Quantos são os Profetas do Islã?



Embora o mais conhecido dos profetas muçulmanos seja Muhammad (Maomé), há milhares além dele e são mais de 120 mil.

Entretanto, poucos, apenas 25, são citados nominalmente no Corão.

Entre eles estão personagens bíblicos como Adão, Enoque, Noé, Abraão, Jacó, Moisés, Salomão, João Batista e Jesus.

Allah teria enviado suas normas para os fiéis por meio dos livros sagrados e também dos profetas, que são os responsáveis por aplicar as leis divinas na vida cotidiana.

Um dos preceitos básicos do Islamismo reza que todo muçulmano deve acreditar nos mensageiros do Criador, sem fazer nenhuma distinção entre eles.

Porém, nem todos aparecem com o mesmo destaque no Corão. No caso de Adão, por exemplo, não é declarado que ele seja um profeta, mas há textos que apontam nessa direção.

(Enoque)

Outros como Enoque e Ezequiel, são apenas mencionados, sem maiores detalhes. Na realidade, em meio aos milhares de mensageiros, há um seleto grupo dos mais prestigiados no Islã: Muhammad, Jesus, Moisés, Noé e Abraão.

Como eles têm histórias mais marcantes que os demais, tornaram-se mais conhecidos. E, dentro todos, Muhammad é tido como o principal.

(Maomé e o Anjo Gabriel)

O profeta Muhammad foi enviado para toda a humanidade e não apenas para um povo específico, como ocorreu com os profetas que o antecederam. Por isso, ele é considerado o mais importante.

Seja como for, cada vez que o nome de qualquer profeta é citado, os muçulmanos repetem a súplica “que a paz e a benção de Allah estejam sobre ele”.

Segundo a tradição, é uma forma de agradecê-los por seus ensinamentos.

Veja abaixo como alguns desses mensageiros são apresentados no livro sagrado do Islã:

Jesus


Ele é citado diversas vezes no Corão como um enviado ao povo de Israel para lembrar-lhes a importância do amor e da misericórdia. Mas há ressalvas quanto ao caráter divino de Jesus, como a mencionada na 4ª surata:

Jesus, filho de Maria, foi tão somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo (…)

Sabei que Deus é Uno. Glorificado Seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho”.

José


O homem que, na infância, foi jogado num poço pelos irmãos e mais tarde tornou-se conselheiro de um faraó tem sua importância resumida no último verso da 12ª surata:

Em suas histórias há um exemplo para os sensatos. É inconcebível que seja uma narrativa forjada, pois é a corroboração das anteriores, a elucidação de todas as coisas, orientação e misericórdia para os que creem”.

Aarão


Irmão de Moisés, Aarão teve papel fundamental na condução do povo que estava no Egito, como ao tentar conter as heresias dos hebreus durante as quarenta noites de solidão de Moisés.

Na surata As Narrativas, o Corão diz:

Em verdade, fortalecer-te-emos com teu irmão; dar-vos-emos tal autoridade, para que eles jamais possam igualar-se a vós”.

Zacarias


No livro sagrado muçulmano, Zacarias é apresentado como o educador de Maria, Mãe de Jesus.

Ele pede ao Senhor que lhe dê também um filho, apesar de sua idade avançada e de sua mulher estéril.

Ao sair do templo, Zacarias ficou mudo, mas comunicou com sinais ao povo que glorificassem Deus de manhã à tarde.

Seu pedido foi atendido e ele foi pai de João Batista. 


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Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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