Nascia aí, uma mistura
revolucionária: a figura do monge guerreiro, essencial nas conquistas militares
graças ao seu fanatismo religioso e firmeza no combate.
No dia de Natal de 1119, todos os nove fizeram votos de pobreza, castidade e obediência perante o patriarca de Jerusalém, Warmund de Picquigny.
Godofredo de Bouillon, o governante daquele reino, apressou-se em fornecer aos cavaleiros uma sede em seu palácio, localizado na atual mesquita Al-Aqsa (o famoso templo da cúpula dourada em Jerusalém, erguido no alto do monte onde, acredita-se, tenha existido antes o Templo de Salomão).
Foi daí aliás, que a ordem tirou seu nome: Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salomonici, algo como Ordem dos Pobres Soldados de Cristo do Templo de Salomão, ou simplesmente, templários.
Em 1127, Hugh de Payens foi à Europa angariar recursos. Conseguiu a inestimável proteção de Bernardo de Clarvaux, mestre dos monges cistercienses, ordem nascida de uma cisão com os beneditinos que gozava de grande prestígio entre os cristãos por seu estrito código de conduta.
Figura das mais proeminentes da Idade Média, São Bernardo foi um grande místico e veemente estimulador das Cruzadas. Os templários tornaram-se sua “menina dos olhos”, a ponto de ele escrever um manifesto em seu favor - De Laude Novae Militiae (Em Louvor da Nova Ordem da Cavalaria) – e de redigir as severas regras da nova ordem.
Além disso, Bernardo conseguiu que o papa Honório II aprovasse oficialmente a ordem, concedendo-lhe uma série de isenções e privilégios.
O exemplo bem-sucedido dos cavaleiros do Templo estimulou o surgimento de outras ordens similares, como os Hospitalários e os Cavaleiros Teutônicos.
Cada aspecto do dia a dia dos templários era regulado nos mínimos detalhes. Como a que horas comer, como deveriam ser seus aposentos, qual sua vestimenta, qual seu procedimento em batalha e até como cortar um queijo.
Ao todo, eram mais de 600 artigos.
Durante sua estada na Terra Santa, os templários receberam rios de dinheiro em doações e heranças. Por exemplo: Henrique II, da Inglaterra, em seu testamento, doou 20 mil marcos para uma cruzada, 5 mil para os templários e 5 mil para os hospitalários, uma verdadeira fortuna.
Isentos de impostos e do dízimo, os cavaleiros logo descobriram uma nova vocação: agiam como o primeiro banco internacional da História. Eles se tornaram credores dos maiores reinos da Europa.
Eram uma verdadeira multi-nacional.
Com o tempo, não foram poucos os que reclamaram da arrogância dos cavaleiros da Ordem do Templo. Conta-se que Ricardo Coração de Leão, em seu leito de morte, teria deixado “seu orgulho aos cavaleiros do Templo”.
O papa Inocêncio III também não poupou os templários do pecado do orgulho em sua bula De Insolenta Templariorium.
Mas eles também incomodavam por conta da aura de mistério que os cercava. Seus rituais de iniciação eram tão secretos que até hoje não há fontes históricas confiáveis que possam descrevê-los.
Além disso, o grão-mestre da ordem prestava contas única e diretamente ao papa.
Até por uma questão militar, os templários tinham regulamentos específicos que proibiam os irmãos de contar a um estranho o que se passava dentro da comunidade.
Por outro lado, tal sigilo estaria vinculado durante sua contínua estada na Palestina. Houve muito intercâmbio com o misticismo judeu e muçulmano. Porém, como explicar isso aos europeus que permaneceram no continente sem que soasse herético?
Continua...
(Warmund Picquigny)
No dia de Natal de 1119, todos os nove fizeram votos de pobreza, castidade e obediência perante o patriarca de Jerusalém, Warmund de Picquigny.
(Mesquista de Al-Aqsa, antigo local do castelo de Godofredo)
Godofredo de Bouillon, o governante daquele reino, apressou-se em fornecer aos cavaleiros uma sede em seu palácio, localizado na atual mesquita Al-Aqsa (o famoso templo da cúpula dourada em Jerusalém, erguido no alto do monte onde, acredita-se, tenha existido antes o Templo de Salomão).
Foi daí aliás, que a ordem tirou seu nome: Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salomonici, algo como Ordem dos Pobres Soldados de Cristo do Templo de Salomão, ou simplesmente, templários.
(Bernard de Clarvaux, Mestre dos Cistercienses)
Em 1127, Hugh de Payens foi à Europa angariar recursos. Conseguiu a inestimável proteção de Bernardo de Clarvaux, mestre dos monges cistercienses, ordem nascida de uma cisão com os beneditinos que gozava de grande prestígio entre os cristãos por seu estrito código de conduta.
(Fragmento da obra De Laude Novae Militiae de Bernardo)
Figura das mais proeminentes da Idade Média, São Bernardo foi um grande místico e veemente estimulador das Cruzadas. Os templários tornaram-se sua “menina dos olhos”, a ponto de ele escrever um manifesto em seu favor - De Laude Novae Militiae (Em Louvor da Nova Ordem da Cavalaria) – e de redigir as severas regras da nova ordem.
Além disso, Bernardo conseguiu que o papa Honório II aprovasse oficialmente a ordem, concedendo-lhe uma série de isenções e privilégios.
(Papa Honório II)
O exemplo bem-sucedido dos cavaleiros do Templo estimulou o surgimento de outras ordens similares, como os Hospitalários e os Cavaleiros Teutônicos.
(Hospitalário)
Cada aspecto do dia a dia dos templários era regulado nos mínimos detalhes. Como a que horas comer, como deveriam ser seus aposentos, qual sua vestimenta, qual seu procedimento em batalha e até como cortar um queijo.
Ao todo, eram mais de 600 artigos.
O Poder Templário
Durante sua estada na Terra Santa, os templários receberam rios de dinheiro em doações e heranças. Por exemplo: Henrique II, da Inglaterra, em seu testamento, doou 20 mil marcos para uma cruzada, 5 mil para os templários e 5 mil para os hospitalários, uma verdadeira fortuna.
(Henrique II, Rei da Inglaterra)
Isentos de impostos e do dízimo, os cavaleiros logo descobriram uma nova vocação: agiam como o primeiro banco internacional da História. Eles se tornaram credores dos maiores reinos da Europa.
Eram uma verdadeira multi-nacional.
(Rei Ricardo da Inglaterra, o Coração de Leão)
Com o tempo, não foram poucos os que reclamaram da arrogância dos cavaleiros da Ordem do Templo. Conta-se que Ricardo Coração de Leão, em seu leito de morte, teria deixado “seu orgulho aos cavaleiros do Templo”.
(Papa Inocêncio III)
O papa Inocêncio III também não poupou os templários do pecado do orgulho em sua bula De Insolenta Templariorium.
(Bula De Insolenta
Templariorium)
Mas eles também incomodavam por conta da aura de mistério que os cercava. Seus rituais de iniciação eram tão secretos que até hoje não há fontes históricas confiáveis que possam descrevê-los.
Além disso, o grão-mestre da ordem prestava contas única e diretamente ao papa.
Até por uma questão militar, os templários tinham regulamentos específicos que proibiam os irmãos de contar a um estranho o que se passava dentro da comunidade.
(Iniciação templária ocorrida dezembro de 2012, atualmente)
Por outro lado, tal sigilo estaria vinculado durante sua contínua estada na Palestina. Houve muito intercâmbio com o misticismo judeu e muçulmano. Porém, como explicar isso aos europeus que permaneceram no continente sem que soasse herético?
Continua...