sexta-feira, 18 de julho de 2014

Quem são os Rastafáris?

(O Rastafarianismo foi um movimento filosófico-religioso que foi apresentado ao mundo na década de 70 pelo músico e adepto Bob Marley.)

São adeptos de um movimento político-religioso surgido na Jamaica no século 20, em reposta às miseráveis condições sociais e econômicas dos descendentes de escravos africanos trazidos para as Américas durante o período colonial.

Os rastafarianismo começou como uma forma de restituir a autoestima e a autonomia espiritual do povo negro no Novo Mundo, solapadas pela ideologia colonialista e pela discriminação racial.

(Bob Marley um dos maiores representantes do estilo reggae, que nada mais era do que um tipo de música gospel negro-espiritual, mas que na década de 70 os movimentos hippies da América consagraram como um estilo musical de uma geração...)

Mas hoje, levado a todo o mundo pelo reggae, movimento músico-cultural, encontrou seguidores em todas as raças, homens e mulheres que colocam a vida espiritual no centro de sua existência. 

(Marcus Mosiah Garvey, comunicador, empresário e ativista jamaicano)

Suas crenças, formalizadas pela primeira vez em 1953, derivam dos ensinamentos de vários profetas independentes, e em especial do movimento de retorno à África, liderado pelo ativista jamaicano Marcus Garvey (1887-1940).

(Marcus Garvey deixou um compêndio de ensinamentos que ainda hoje é a base da filosofia do orgulho afro-descendente.)

Os rastas seguem um conjunto de preceitos bíblicos, como a abstenção do consumo de álcool ou carne e a proibição do corte de cabelos. 

(Os adeptos rastafáris não podem cortar seu cabelo como uma forma de mostrar sua opção religiosa. É um tipo de trança que é amassada com as mãos. A trança não poderá ser desfeita, restando ao dono do cabelo, raspá-lo se quiser que ele retorne ao formato de antes.)

Já outras práticas, como o uso da maconha e a crença na superioridade da raça negra, não são partilhadas por todos os seguidores. 

(A maconha ocupa o espaço de um tipo de condutor espiritual dentro da religião rastafári. O uso de alucinógenos é prática comum nas religiões africanas. O uso da droga nada tem a ver como uma propaganda ao uso indiscriminado. O uso abusivo ocorre por falta de uma verdadeira iniciação do adepto por um guia verdadeiramente comprometido com o crescimento do crente.)

A maioria crê na suposta divindade do ex-imperador da Etiópia, Haile Selassie (1892-1975), tido como encarnação de Deus e chamado de Jah (Deus), daí ser comumente lembrado em frases do tipo: "Pertencente a nação de Jah!"


(Haile Selassie, seu nome era Tafari Makonnen, conhecido como Ras Tafari (filho de Tafari) foi regente e imperador da Etiópia de 1930 a 1974. É considerado simbolo religioso e Deus encarnado entre seus adeptos. Existem atualmente mais de 15 milhões de rastafáris em todo o mundo.)


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sábado, 12 de julho de 2014

Guerras Sem Fim... - Parte 2

(Acreditar que é a fidelidade a Deus que move as guerras no passado ou atualmente, é um grande equívoco, aonde na verdade imperam desejos secretos e ambições humanas das mais estranhas formas...)

A defesa dos valores desta ou daquela religião pode servir de pretexto para confrontos graves, mas não é o principal motivo das guerras em nome da fé. 

Todo conflito esconde muitos fatores, principalmente, socioeconômicos e étnicos.

Há dois tipos principais de guerras religiosas: no primeiro se enquadram os conflitos políticos ou étnicos. É o caso da briga, sempre atual, entre judeus e árabes pela ocupação da Terra Santa - na raiz das desavenças entre a Palestina e o Estado de Israel está uma questão política e territorial mal resolvida desde o fim da Segunda Guerra Mundial. 

(O sequestro dos jovens israelenses: Naftali Frenkel, Gilad Shaer e Eyal Yifrach desaparecidos em 12 de junho de 2014, os corpos foram encontrados, e o crime atribuído ao grupo Hamas.) 

A tensão entre católicos e protestantes na França no final do século 16 também é um exemplo de guerra motivada pela política. 

Narrado pelo escritor Alexandre Dumas no romance A Rainha Margot, de 1845, o massacre da Noite de São Bartolomeu provocou o exterminio de milhares de protestantes. 

(O conflito do dia de São Bartolomeu foi mais um dos momentos da humanidade onde o ódio superou em muito, a razão e o bom senso, onde milhares de mortes, muitas delas ocorridas pela fome, roubo e oportunismos, aconteceram numa França prostituída por uma política onde a Coroa já estava derrotada e falida há muito tempo...)

(Filme Rainha Margot, aonde há uma tentativa em mostrar o que aconteceu na noite fatídica de São Bartolomeu em 1845. Há algumas discrepâncias históricas, mas no geral, o filme é razoavelmente interessante...)

O episódio nasceu de intrigas palacianas para definir quem ocuparia o trono. 

A mãe do rei Carlos IX, Catarina de Médicis, buscou apoio da nobreza católica romana para atiçar os protestante, que desejavam a coroa. Provocados, eles se rebelaram e forneceram a jusfiticativa para que o rei, orientado por sua mãe, ordenasse um massacre que se estenderia pelos meses seguintes. 

(A ambição de homens inescrupulosos, tanto da Nigéria, quanto estrangeiros ricos de outros países, fomentam ainda mais as diferenças religiosas como uma desculpa perfeita para ascensões e quedas de poderes políticos nigerianos.)

(O filme Diamante de Sangue, traz de forma realística o drama vivenciado pelos países africanos onde as riquezas naturais como diamentes e ouro, são as reais alavancas das guerras civis africanas.)

Na segunda categoria das guerras pela fé entrariam as disputas em que predomina a questão econômica. A Nigéria, por exemplo, possui imensas riquezas minerais. E a cobiça pelos recursos alimenta a tensão entre cristãos e muçulmanos.

As investidas do governo norte-americano contra o Iraque foi outro exemplo. 

Com a justificativa de estabelecer a paz no Oriente Médio, os Estados Unidos garantiram a produção de petróleo na região.

(O conflito entre os EUA e o Iraque existe desde 1993, mas intensificou-se em 2001 onde a queda das Torres Gêmeas proporcionou a desculpa perfeita para o domínio americano do mercado petrolífero. As consequências após 10 anos de conflito, ainda não acabaram, e o ódio e as diferenças culturais e étnicas ainda são um barril de pólvora mundial.)

(O filme Zona Verde, mostra de forma magistral, e com uma performance maravilhosa de Mathew Damon o background das reais motivações da guerra entre Iraque e EUA. Assistam ao filme!)

Tudo isso, claro, com base num ressentimento não assumido contra o Islamismo. Forma-se, então, um círculo vicioso em que opressor e oprimido se confundem e alimentam o ódio um do outro. 

Para outros estudiosos, contudo, a religião atua como mero coadjuvante dos conflitos. 

Na verdade, as causas religiosas não existem.

Isso virou um clichê, pois os credos não pregam a guerra, em si mesmas... Com exceção, claro, dos movimentos fundamentalistas, que interpretam a doutrina ao pé da letra com o objetivo de estimlar a violência, fazendo com que textos sagrados escritos há milênios sirvam de justificativa para atrocidades em nome da fé...


Continua...


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Gato Preto dá Azar?

(O gato preto, que foi já motivo de ódio, hoje é um dos mais procurados em lojas de Pets. Eu também tenho uma, Luna. Agora sim, minhas duas gatinhas: Isabelle e Luna!)

Essa é uma superstição que surgiu durante a Idade Média, período que a Igreja Católica exercia forte influência na sociedade e tinha até criado um tribunal - a Inquisição - com a finalidade de perseguir e julgar hereges e bruxas.

Naquela época, muitas pessoas acreditavam que os gatos, em função de seus hábitos noturnos, tinham parte com o demônio ou eram um disfarce usado por bruxas. 

(Felix, o Gato, personagem criado nos anos 20 no tempo do cinema mudo. Joe Oriolo ressuscita o gato em 1953, tornando-o um enorme sucesso com sua bolsa mágica e rabo que se transformava em várias ferramentas divertidas.)

(Os americanos fizeram o bichano preto se tornar um pet divertido e uma febre na década de 60 tornando-se desde relógios de parede até estampas divertidas de roupas.)

Se ele fosse preto, pior ainda, pois essa cor era relacionada às trevas e ao mal. 

(Malcom X, um afro-americano muçulmano, estudou, filosofou e militou sobre a questão de como uma sociedade via a cor negra como algo nefasto, nocivo e, determinante de ideologias discriminadoras. Num de seus famosos discursos, ele fez observações eternas: "Não somos negros, somos marrons. E se uma cor define algo, ela não pode ser boa nem má, ela é apenas um estado físico e químico determinada por sua função". Ele lutou para que o dicionário Oxford mudasse a definição sobre a palavra Negro.)

A neurose envolvendo os bichanos chegou a tal ponto que, no século 15, o papa Inocêncio VIII incluiu o felino na lista de perseguição pela Inquisição. 

O tempo passou e a má fama dos gatos não se apagou...

(Um dos povos mais supersticiosos do mundo e que muito contribuiu para as disseminações de lendas e temas de contos de fadas, os irlandeses, no afã de proteger o cristianismo, a nova religião que surgia juntamente com a Idade Média, criou muitos conceitos que hoje conhecemos sobre os gatos pretos)

Atualmente, os mais supersticiosos sentem arrepios quando veem um gato preto, principalmente, se ele cruza o caminho deles, sinal de má sorte.

(O gato, na cultura japonesa, é um animal de boa sorte, principalmente se ele estiver com sua patinha levantada, como na imagem acima. Hoje em dia, há um resgate dos gatos, principalmente, os britânicos de pelo curto, comumente conhecidos como vira-latas...)

O curioso é que em algumas culturas os gatos não têm a fama de azarentos. 

(A deusa Bastet, a deusa em forma de gato, era adorada e venerada no Egito. A quantidade de gatos no Egito era tão grande que se calculou terem 3 gatos para cada habitante do antigo Egito, tanto livres como escravos.)

Os antigos egípcios, por exemplo, consideravam os felinos amuletos de sorte e os reverenciavam como divindades. 

(O gato preto é um dos principais personagens no Halloween, a Festa dos Mortos do povo celta, mas que os cristãos medievais irlandeses remanejaram para o dia 31 de Outubro, se tornando uma das festas mais comemoradas hoje em dia na América como o Dia das Bruxas.)

Hoje em dia, em alguns países, como no Japão e na Inglaterra, o gato preto é sinônimo de boa sorte.

(Gatos Pretos e outras Superstições, infelizmente, é inédito no Brasil, mas o inglês do livro é de fácil compreensão para os que se interessarem por este assunto. Leiam!)

As interpretações relacionadas a esses bichanos são tão variadas que já renderam até livro: Black Cats and Other Superstitions, ainda inédito em português, de Shirley Blumenthal.

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Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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