(A experiência de um encontro com Deus, independentemente da orientação religiosa, consegue mudar completamente o curso da vida de uma pessoa. É uma experiência intensa e profunda, que poucas coisas no mundo podem se comparar...)
"Deus existe, mesmo quando não há", diz Riobaldo, o célebre personagem de Grande Sertão Veredas, do escritor mineiro Guimarães Rosa.
No entanto, sem fé, não há modos de chegar a essa constatação - como ocorreu com o homem da canção dos índios cherokee, apresentado no início desta matéria.
Deus é a palavra mais fraca que encontramos para designar a plenitude de uma experiência religiosa...
Deus é a palavra mais fraca que encontramos para designar a plenitude de uma experiência religiosa...
(Não importa qual é sua religião, se esse caminho lhe convida a se conectar com a fraternidade, o perdão e o renascimento...
(... ou se lhe conforta o coração lhe dando uma alternativa de esperança quando nada no mundo lhe oferece...)
(...Parabéns! Você encontrou o seu lugar de paz e transcendência em meio ao grande universo criado por Deus.)
A tradição contemporânea propõe uma união mais holística do Sagrado: Deus está, sim, presente no mundo, mas o mundo todo também está presente nEle.
O divino é, ao mesmo tempo transcendente e imanente. Se somos limitados para descrever ou definir Deus, Ele deve ser experimentado como uma vivência de dimensões não racionais.
(A matéria de transcendência, reencarnação e experiências místicas sempre trouxeram questionamentos que somente agora os cientistas estão começando a entender. Existem áreas do cérebro que são ativadas nos momentos de plenitude espiritual. A eletro-estimulação nos giros occipitais do cérebro, por exemplo, oferecem ao indivíduo a experiência de teofania...)
Embora sem nome adequado, Deus arde em nosso coração e ilumina nossa vida, então, não precisamos mais crer em Deus. Simplesmente, sabemos dele porque o experimentamos.
(Estudos recentes da Universidade de Massachusetts-EUA conseguiram delimitar algumas áreas cerebrais que quando estimuladas eletromagneticamente, proporcionam experiências espirituais ao indivíduo: Lobo Parietal (região em amarelo) proporciona a sensação de união com o universo. O Lobo Frontal (azul) amplia a concentração e produz a sensação de meditação profunda. Lobo Temporal (verde) produz a sensação de gozo espiritual. Lobo Occipital (rosa) produz imagens de viagens fora do corpo ou aparições de símbolos religiosos, como: velas, estrelas, cruzes...)
O homem tenta alcançar a conexão com o divino de diversas formas: por meio da oração, da meditação, da filosofia, da arte, da música, da dança, das práticas ritualísticas e até mesmo do sexo.
As religiões podem divergir em muitos pontos, mas a mensagem do Amor supremo aparece em todas elas, sem exceção.
(Criado na década de 1980, o Capacete de Deus gerou controvérsias sobre a espiritualidade. O Dr. Michael Persinger quis provar que experiências espirituais podem ser produzidas artificialmente, apenas estimulando, na frequência adequada e é aqui que está o mistério, o Lobo Parietal do cérebro, onde pacientes relataram ouvir Deus falando com eles.)
Quando o ser humano se desenvolve plenamente no amor de Deus, da maneira como a Vida lhe apresentou essa experiência transcendente, ele se torna um espelho especial no qual o objeto e reflexo são um só, e se este Deus é amoroso, o amor irá transparecer; se for caridoso, a caridade será inata a esse indivíduo; se Deus for a perfeição, ou a piedade ou, ainda, a compaixão, tudo isso fará parte do dia a dia do caráter desse homem que se arriscou em estabelecer uma conexão com o invisível e impalpável.
(Mais de 30 anos se passaram, mas os estudos com o Capacete de Deus ainda não foram concluídos, porque existem voluntários que não sentem nada ao utilizá-lo. No entanto, serve para nos provar outra coisa: As experiências espirituais estão bem longe de serem invenções de mentes fracas. Elas são reais e localizáveis no corpo humano, da mesma maneira que as emoções afetam o coração...)
Uma história hindu conta que uma mulher aflita se dirigiu ao sábio Rama-Krishna. Dizia:
[Mulher]: "Ó, Mestre, não sei se amo Deus."
[Rama-Krishna]: "Não há nada que você ame?"
[Mulher]: "Há o meu pequeno sobrinho."
[Rama-Krishna]: "Eis aí seu amor a Deus, no seu amor a esta criança!"
(A mais recente descoberta neste ramo científico conhecido como Neuroteologia, vai mais além, e conceitua que nascemos para acreditar. Conhecido como o Gene de Deus ou VMAT2, este segmento cromossômico conteria a explicação do porquê alguns indivíduos creem e, outros não, em Deus. O Geneticista Dean Hamer propõe que a fé foi uma programação evolutiva e protetiva do ser humano e, como evoluímos, tal proteção não é mais necessária, fazendo com que o homem moderno se afaste desta busca espiritual gradativamente.)
Antes de procurar o Ser Supremo que existe acima de tudo e de todos, ensinavam os místicos, enxergue-o dentro de você.
No Sufismo, o lado místico do Islã, o uso da flauta ney (símbolo do sopro original da criação) expressa essa incessante busca por Deus.
A música linda e triste tocada nos rituais apresenta a angústia do ser humano por estar desligado de sua origem e fonte de existência. Afinal, dizem os sufis, fazemos parte dEle e para Lá voltaremos um dia.
(O Sopro original de Deus pode ser ouvido dentro da teologia Sufi através da flauta ney.)
Como escreveu, certa vez, o filósofo e educador Rubem Alves:
"Deus existe para tranquilizar a saudade..."
Continua...