sábado, 25 de abril de 2015

Deus, o Grande Mistério do Ser Humano - Parte 6

(A experiência de um encontro com Deus, independentemente da orientação religiosa, consegue mudar completamente o curso da vida de uma pessoa. É uma experiência intensa e profunda, que poucas coisas no mundo podem se comparar...)

"Deus existe, mesmo quando não há", diz Riobaldo, o célebre personagem de Grande Sertão Veredas, do escritor mineiro Guimarães Rosa. 

No entanto, sem fé, não há modos de chegar a essa constatação - como ocorreu com o homem da canção dos índios cherokee, apresentado no início desta matéria.

Deus é a palavra mais fraca que encontramos para designar a plenitude de uma experiência religiosa...

(Não importa qual é sua religião, se esse caminho lhe convida a se conectar com a fraternidade, o perdão e o renascimento...

(... ou se lhe conforta o coração lhe dando uma alternativa de esperança quando nada no mundo lhe oferece...)


(...Parabéns! Você encontrou o seu lugar de paz e transcendência em meio ao grande universo criado por Deus.)

A tradição contemporânea propõe uma união mais holística do Sagrado: Deus está, sim, presente no mundo, mas o mundo todo também está presente nEle. 

O divino é, ao mesmo tempo transcendente e imanente. Se somos limitados para descrever ou definir Deus, Ele deve ser experimentado como uma vivência de dimensões não racionais.

(A matéria de transcendência, reencarnação e experiências místicas sempre trouxeram questionamentos que somente agora os cientistas estão começando a entender. Existem áreas do cérebro que são ativadas nos momentos de plenitude espiritual. A eletro-estimulação nos giros occipitais do cérebro, por exemplo, oferecem ao indivíduo a experiência de teofania...)

Embora sem nome adequado, Deus arde em nosso coração e ilumina nossa vida, então, não precisamos mais crer em Deus. Simplesmente, sabemos dele porque o experimentamos. 

(Estudos recentes da Universidade de Massachusetts-EUA conseguiram delimitar algumas áreas cerebrais que quando estimuladas eletromagneticamente, proporcionam experiências espirituais ao indivíduo: Lobo Parietal (região em amarelo) proporciona a sensação de união com o universo. O Lobo Frontal (azul) amplia a concentração e produz a sensação de meditação profunda. Lobo Temporal (verde) produz a sensação de gozo espiritual. Lobo Occipital (rosa) produz imagens de viagens fora do corpo ou aparições de símbolos religiosos, como: velas, estrelas, cruzes...)

O homem tenta alcançar a conexão com o divino de diversas formas: por meio da oração, da meditação, da filosofia, da arte, da música, da dança, das práticas ritualísticas e até mesmo do sexo. 

As religiões podem divergir em muitos pontos, mas a mensagem do Amor supremo aparece em todas elas, sem exceção. 

(Criado na década de 1980, o Capacete de Deus gerou controvérsias sobre a espiritualidade. O Dr. Michael Persinger quis provar que experiências espirituais podem ser produzidas artificialmente, apenas estimulando, na frequência adequada e é aqui que está o mistério, o Lobo Parietal do cérebro, onde pacientes relataram ouvir Deus falando com eles.)

Quando o ser humano se desenvolve plenamente no amor de Deus, da maneira como a Vida lhe apresentou essa experiência transcendente, ele se torna um espelho especial no qual o objeto e reflexo são um só, e se este Deus é amoroso, o amor irá transparecer; se for caridoso, a caridade será inata a esse indivíduo; se Deus for a perfeição, ou a piedade ou, ainda, a compaixão, tudo isso fará parte do dia a dia do caráter desse homem que se arriscou em estabelecer uma conexão com o invisível e impalpável.

(Mais de 30 anos se passaram, mas os estudos com o Capacete de Deus ainda não foram concluídos, porque existem voluntários que não sentem nada ao utilizá-lo. No entanto, serve para nos provar outra coisa: As experiências espirituais estão bem longe de serem invenções de mentes fracas. Elas são reais e localizáveis no corpo humano, da mesma maneira que as emoções afetam o coração...)

Uma história hindu conta que uma mulher aflita se dirigiu ao sábio Rama-Krishna. Dizia:

[Mulher]: "Ó, Mestre, não sei se amo Deus."

[Rama-Krishna]: "Não há nada que você ame?"

[Mulher]: "Há o meu pequeno sobrinho."

[Rama-Krishna]: "Eis aí seu amor a Deus, no seu amor a esta criança!"

(A mais recente descoberta neste ramo científico conhecido como Neuroteologia, vai mais além, e conceitua que nascemos para acreditar. Conhecido como o Gene de Deus ou VMAT2, este segmento cromossômico conteria a explicação do porquê alguns indivíduos creem e, outros não, em Deus. O Geneticista Dean Hamer propõe que a fé foi uma programação evolutiva e protetiva do ser humano e, como evoluímos, tal proteção não é mais necessária, fazendo com que o homem moderno se afaste desta busca espiritual gradativamente.)

Antes de procurar o Ser Supremo que existe acima de tudo e de todos, ensinavam os místicos, enxergue-o dentro de você. 

No Sufismo, o lado místico do Islã, o uso da flauta ney (símbolo do sopro original da criação) expressa essa incessante busca por Deus. 

A música linda e triste tocada nos rituais apresenta a angústia do ser humano por estar desligado de sua origem e fonte de existência. Afinal, dizem os sufis, fazemos parte dEle e para Lá voltaremos um dia. 

(O Sopro original de Deus pode ser ouvido dentro da teologia Sufi através da flauta ney.)

Como escreveu, certa vez, o filósofo e educador Rubem Alves:

"Deus existe para tranquilizar a saudade..."




Continua...


sábado, 18 de abril de 2015

Trabalho e Santidade - Parte 1

(A Opus Dei foi criada para ser uma corrente interna de aperfeiçoamento do fiel católico. Mas, sua história contêm momentos e relatos onde a intolerância e conservadorismo chegaram a ser censurados pela sociedade.)

Nada empolga tanto seus seguidores quanto falar de sua família e de seu trabalho religioso...

Geralmente, têm orgulho de serem bons pais e falar de seus filhos. Frequentemente, são pertencentes de família católica, e é assim que eles conhecem a Opus Dei (Obra de Deus). São convites feitos, de forma discreta por alguns participantes fervorosos e comprometidos, muitas vezes, dependendo da cidade, em campus universitários ou agremiações ligadas à causa. 

(Típica família de adeptos da Opus Dei. Eles procuram ter uma vida sóbria e preenchem-na com os encontros da Obra.)

Essa história é sempre igual a de muitos fiéis que participam do Opus Dei, grupo católico fundado pelo padre espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer. 

Trata-se de uma prelazia pessoal, ou seja, de uma instituição que não está vinculada a um local ou a uma região, mas sim a uma pessoa, o prelado, que responde diretamente ao papa. 

(Prelazia da Opus Dei, D. Javier Echevarría e Papa Francisco num encontro em 10 de Abril de 2015.)

A promessa de santificação por meio do trabalho cotidiano e dos deveres ordinários do cristão atrai a maioria dos fiéis que entram para a Obra. 

Santificar o trabalho, conforme acreditam, significa trabalhar segundo o espírito de Jesus Cristo: trabalhar bem com qualidade, de acordo com a justiça e respeitando as leis, com o fim de amar a Deus e servir aos outros. 

(Desde o lançamento do Livro O Código Da Vinci a Opus Dei comercializa uma aura de associação nas muitas sociedades secretas massônicas: NENHUM SEGMENTO MASSÔNICO É ASSOCIADO A OPUS DEI.)

Seus seguidores procuram ter uma vida muito sóbria e simples, muitas vezes fazendo eles mesmos, trabalhos que muitos relegariam. Eles tentam nestas atitudes mostrar sua piedade e santidade a Deus. 

A celebração dos centros Opus Dei é igual às missas em outras igrejas, a não ser pela leitura do Caminho, livro escrito por Escrivá e usado como guia pelos fiéis da prelazia. 

(Os livros de Josemaría Escrivá que fiéis da Obra leem em suas reuniões.)

Nas capelas da Obra, a única imagem ao lado da Virgem Maria e de Jesus Cristo é a de São Josemaría Escrivá. 

Seus fiéis também doam mensalmente parte de suas economias para as obras sociais do Opus Dei e praticam retiros espirituais e pequenas penitências - no caso, jejuns, mas há pessoas que optam até por sacrifícios físicos, como o uso de cilício, um tipo de cinto áspero.

(O cilício, uma prática extrema de autopenitência adotado na Idade Média, é praticada ainda hoje em alguns setores católicos, principalmente na Opus Dei. A intenção é interromper pensamentos obsessivos que distraem o fiel da vida piedosa.)

Para acompanhar sua vida cristã, consultam uma diretoria espiritual, a quem pedem orientação e aconselhamento.

Chamado Divino

Josemaría Escrivá recebeu a inspiração para criar o Opus Dei quando celebrava uma missa, em 2 de Outubro de 1928.

(Padre Josemaría Escrivá de Balaguer, criador da Opus Dei. Foi canonizado em 2002 pelo Papa João Paulo II.)

A instituição, formada inicialmente só por homens, foi aberta às mulheres um ano e meio depois. 

A proposta de Josemaría se espalhou pelo mundo e alcançou todos os continentes, somando hoje cerca de 85 mil fiéis.

(Os membros mais antigos e definidos como importantes na manutenção da Obra ganham um cordão com seu emblema. O poder da Opus Dei tem crescido no Brasil onde meios de comunicação tem seu controle. Tal poder se justifica desde a ajuda oferecida ao Banco Ambrosiano em 1982, onde Roberto Calvi era membro da Maçonaria P2 e, por isso, as associações indevidas entre os dois grupos.)

No Brasil, a Obra teve início em 1957 e reúne atualmente, em torno de 1.700 católicos em várias capitais e em outras grandes cidades, como Londrina e Campinas. 

Segundo os fiéis, a entrada para a Obra se dá por um chamado especial de Deus. 

Após frequentar as reuniões, se a vocação se confirma, a pessoa escreve uma carta para o prelado, líder máximo do Opus Dei. O fiel ratifica seu pertencimento algumas vezes até que venha a confirmação definitiva, alguns anos depois. 

(A Opus Dei tem sido uma constante fonte de curiosidade e, revistas e jornais de referência têm esgotado esse tema nas bancas desde 2003... A Opus Dei é apenas um segmento rígido e conservador do catolicismo, mas seu crescimento em setores econômicos acendeu um alerta de cuidado. Mas o irritante é a aura de sociedade secreta, principalmente em associação com a Maçonaria, as quais estariam em dissidência entre si. Nada mais falso...!)

Só adultos podem integrar a prelazia, pois, ao se tornarem membros, assumem um comprometimento jurídico com a instituição.

Alguns sentem uma vocação especial para viver o "celibato leigo", dedicando-se interamente à Obra: são os chamados Numerários. 

(Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, cargo ocupado pela 4ª vez, é um dos mais conhecidos membros da Opus Dei no Brasil.)

Quando isso ocorre, em alguns países como a Espanha, esses membros podem se mudar para uma residência destinada e própria ao seu gênero sexual, trabalhando em tarefas cotidianas mantendo o funcionamento da casa. 

Contudo, para a maioria dos leigos, a casa constitui uma família que entende e acolhe uma escolha tão extremada de isolamento para os padrões atuais. 

(Centro Cultural Porto Belo, localizado na Av. Lucas de Oliveira, 919, bairro Bela Vista, Porto Alegre-RS. Casa de acolhimento e aconselhamento aos Numerários da Opus Dei.)

Independentemente de optar pelo celibato ou não, homens e mulheres estão sempre separados na estrutura do Opus Dei: cada grupo desenvolve atividades de formação e obras sociais próprios.

Eles acreditam que assim é melhor, já que deduzem que ambos os sexos tem necessidades distintas no que tange o crescimentos espiritual. Acreditam que, com esse formato, existe maior liberdade para falarem de seus problemas e necessidades se estão somente em seus gêneros.

(Centro Social Morro Vermelho, onde todos os dias moças e mulheres se reúnem para capacitação profissional. Em funcionamento há 50 anos.)

No Brasil uma das obras mais importantes organizadas pelas mulheres é o Centro Social Morro Velho, no Jardim do Taboão, em São Paulo, onde capacitam profissionalmente cerca de 300 alunas por ano, que se formam cozinheiras, copeiras e fabricantes de tapetes de sisal. 

Além disso, oferecem cursos para gestantes, ensinam história da arte e doutrina católica, com aulas sobre como ser uma boa esposa e mãe. 

(Centro Educacional e Assistencial de Pedreira, onde meninos e rapazes carentes têm uma oportunidade gratuíta de aprendizado profissional.)

Os homens mantêm o Centro Educacional e Assistencial de Pedreira, na periferia de São Paulo, uma escola de referência onde ensinam Eletricidade, Administração e Informática a cerca de 500 meninos carentes, também acompanhado de aulas de religião. 


Continua...


 

sábado, 11 de abril de 2015

Deus, o Grande Mistério do Ser Humano - Parte 5


(O homem moderno tenta ver Deus também como um elemento moderno. Provavelmente, Ele não se preocupa mais em bisbilhotar as vidas alheias, mas também, não deseja apenas salvá-las de si mesmas. Ele deve buscar o desenvolvimento do Homem como um todo.)

Com o tempo, a figura do Deus patriarcal das religiões monoteístas foi perdendo a abrangência diante dos questionamentos advindos com a evolução cultural da humanidade. 

Teólogos e pensadores passaram a conceber Deus como uma realidade suprema, impessoal e transcendente, buscando uma imagem mais inclusiva e geral da divindade.

(O estudante do misticismo ou de teologia nunca terá livros suficientes em suas estantes... Ler e ler de novo, e ler mais um pouco... Essa tarefa nunca acaba...)

Aproximaram-se de outras visões do Sagrado, especialmente as orientais. 

Foi assim que nasceu a tradição mística entre os judeus, cristãos e muçulmanos, um tema interessante de estudo e tão vasto que, creio eu, se me dedicasse toda a minha vida nela, não leria nem 30% de toda produção desses homens. 

(Santo Agostinho de Hipona)

O pensador católico Santo Agostinho, por exemplo, via o conhecimento interior de cada um como indispensável para entender Deus.


(De tudo o que Santo Agostinho deixou para nós, o mais sublime é perceber que questionar não é pecado.)

Místicos como Jacob Boehme, cristão, e Ilbn Arabi, muçulmano, cada qual à sua maneira afirmavam que os caminhos espirituais se encontravam dentro de cada indivíduo. 

(Jacob Boehme, filósofo e místico alemão, em seu livro O Caminho para o Cristo, disse: "Oh! Quanto tempo! Quanto tempo! Tanto tempo vivi iludido e a destempo... No tempo que é e não é tempo... De contratempo em contratempo...")

(Ilbn Arabi ou Abū Bakr Muhammad ibn 'Alī ibn 'Arabi, místico sufi, deixou escrito em seu livro Epístola de Luz: "Tenha consciência, vergonha frente a Deus. Ele será um bom motivo para estares prudente, vigilante. Te preocuparás, então, pelo que estás fazendo, dizendo e pensando, e os pensamentos e sentimentos que sejam feios aos olhos de Deus não poderão assentar-se em teu coração. Teu coração estará assim a salvo de desejar ações que não estejam de acordo com a vontade de Deus. Valoriza teu tempo, vive o presente. Não vivas imaginariamente, ou gastes mal o tempo de que dispões. Deus prescreveu um dever, um ato, um culto para cada momento. Aprende qual é e apressa-te para fazê-lo. Primeiro leva a cabo as ações que Ele estabeleceu como obrigatórias. Logo, realiza o que mandou fazer por meio do exemplo do seu Profeta. Depois, faça também as ações boas e aceitáveis que Ele deixou para tua livre decisão. Trabalha para servir aos que estejam necessitados. Tudo quanto faças, faça-o com o propósito de te aproximares de teu Senhor em teus atos de adoração e nas orações. Pensa que cada ação possa ser teu último ato, que cada oração possa ser tua última prostração, que possa ser que não tenhas outra oportunidade. Se o fazes assim, terás um novo motivo para manter-se vigilante e, também, para chegar a ser sincero e verdadeiro. Deus valoriza menos as boas ações feitas inconscientemente e sem sinceridade, que as realizadas consciente e sinceramente".)
 
Muitos filósofos, a partir do século 19, chegaram a decretar a "morte de Deus". Deus como é visto hoje até pode realmente desaparecer, porque ideias religiosas sempre foram descartadas quando pararam de fazer sentido para a vida dos fiéis, mas como o ser humano não pode suportar o vazio e a desolação, uma nova ideia teria de surgir para preencher o anseio da transcendência.

(Karl Heinrich Marx, revolucionário e intelectual alemão do séc. 19, fundador das primeiras ideias comunistas que, apesar de sua formação judaica (seu pai foi um rabino e poucos sabem disso), duvidou da misericórdia e graças divinas, levando uma vida marginal da fé. Apesar de ter conseguido deixar ideias igualitárias, não encontrou um Deus amoroso em suas jornadas intelectuais...)

É essa fragilidade espiritual do ser humano, a sensação de pequenez diante do Todo, que mantém a chama divina sempre acesa na trajetória da humanidade. 

(Será que um dia o homem deixará Deus? Acredito que a ideia de Deus está tão intimamente ligada a nós, que nesses momentos, entendo as doutrinas budistas que asseveram que Deus é nós mesmos, e é por isso que Ele sempre existirá.)

A vida é extremamente frágil e quando vem a angústia, ou algo inesperado como uma doença ou morte violenta, necessitamos de elementos que deem sentido nesse mundo.

Até mesmo alguns sonhos podem ser interpretados como avisos divinos.

(Ouvi por 16 anos um homem de origem simples dizer: "Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo." In memorian, Sr. Ubaldino, fiel e piedoso Maçon/Batista por toda a sua vida.)
 
Embora o intelecto humano não possa oferecer nenhuma prova da existência divina, o próprio Deus pode ajudar o homem a percorrer o árduo caminho em busca de si mesmo, na visão do psiquiatra alemão Carl Jung.

Ele foi muito criticado na época por aproximar-se da religião e ciência.

(Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, disse uma vez: "O conhecimento da verdade é a intenção mais elevada da ciência e considera-se mais uma fatalidade do que intenção se, na procura da luz,provocar algum perigo ou ameaça. Não é que o homem de hoje seja mais capaz de cometer maldades do que os antigos ou os primitivos. A diferença reside apenas no fato de hoje ele possuir em suas mãos meios incomparavelmente mais poderosos para afirmar a sua maldade. Embora sua consciência se tenha ampliado e diferenciado, sua qualidade moral ficou para trás, não acompanhando o passo. Esse é o grande problema com que nos defrontamos. Somente a razão não chega mais a ser suficiente!")

É preferível que nós aceitemos conscientemente a ideia de Deus, em vez de negá-la, pois se assim não o fizermos alguma outra coisa é colocada em Seu lugar, geralmente alguma coisa bastante imprópria e estúpida.

Interpretada de forma fundamentalista e deturpada, a figura divina pode servir a jogos de poder - como foi no passado e como ocorre ainda hoje, justificando atitudes terroristas, guerras e outras crueldades.



(Conflitos em países como a Índia, Tibet, Irlanda onde a fé foi a motivação para as maiores atrocidades na História da Humanidade... Quando a fé vence o amor, se este é o maior dom dos homens?)

(Ideais fundamentalistas precisam deixar de existir nos corações daqueles que professam uma fé num Deus amoroso. Ou não valerá de nada... No final, nós mesmos somos o Diabo que nos atormenta...)


(Osama bin Mohammed bin Awad bin Laden, filho de um magnata do petróleo, chamado entre os íntimos de O Príncipe, filho esquecido da 10ª mulher de seu pai, cresceu revoltado pela abastança que o cercava e nunca entendeu o poder e a graça que Deus lhe deu: De ser um homem poderoso para mudar o seu mundo, melhorando-o pelo conhecimento. Escolheu destruí-lo em nome de um deus que nunca existiu...)

Para perceber como Deus se revela e onde está a vida é preciso quebrar a ideologia das imagens de castigador e violento, atrelado aos interesses políticos e econômicos de quem ambiciona poder à custa da miséria. 



Continua...


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Qual o Simbolismo do Coelho e dos Ovos de Chocolate?


Oferecer ovos como presente é uma tradição anterior ao Cristianismo.

(Ritual da fertilidade no Egito onde os ovos eram um símbolo de um novo começo e nascimento.)

Na Babilônia e no Egito antigo, estavam associados ao culto da fertilidade. A tradição vem do Oriente, onde eram embrulhados com cascas de cebola e cozidos com beterraba para ficarem coloridos e serem oferecidos na Festa da Primavera.

(Deusa celta Eostre ou Ostera.)

Na Europa os Celtas adoravam a Deusa Eostre, a mãe da vida e da Primavera, que concedia os frutos e abençoava a sexualidade nesta época do ano. Por isso, o mês de Abril-Maio, dependendo do calendário lunar, era o mês do casamento e dos nascimentos de bebês. 

É aqui que nasce o símbolo da Deusa que é o Coelho Branco.

(A Páscoa que os cristão comemoram hoje em dia é uma transposição da páscoa (Pessach) judaica, que ocorre no mês de Nissan (Março-Abril, dependendo do calendário lunar, pois os judeus utilizam a Lua e não o Sol como seu marcador de tempo) comemorada por Jesus e seus discípulos por consequência de sua Paixão. Ali ele disse: "E, digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no Reino de meu Pai." - Sendo assim, ele aguarda a chegada de seus adeptos para uma última páscoa e neste ritual os ovos não aparecem.)

Os cristãos recém-convertidos na Europa se inspiraram nestes costumes e os consagraram como lembrança da ressurreição de Jesus, porque simbolizava a nova vida, que é o sentido do próprio ritual quando criado, tanto no Oriente quanto na própria Europa. 

(Imagem do Códice Zouche-Nutall onde vemos reis compartilhando uma bebida a base de chocolate entre os povos Mixteca descendentes dos Olmecas, México. Durante a invasão espânica os novos colonizadores tiveram contato com a iguaria e exportaram toneladas de barras de chocolate para a Europa. No entanto, o chocolate daquele período nada tem a ver com o chocolate que hoje apreciamos: doce, cremoso e ao leite. Era amargo, duro e amanteigado, por isso, bebia-se adicionando leite e açúcar.)

(Os primeiros chocolateiros foram os monges espanhóis, que por ordem do Rei Felipe da Espanha, depuravam e criaram as primeiras fórmulas adocicadas do chocolate exportando para o mundo.)

O ovo de chocolate oferecido na Páscoa, porém, apareceu pela primeira vez no século 18, com o desenvolvimento da indústria alimentícia na Europa, onde foi resgatado o antigo símbolo do povo pagão (lit. camponês) associando o coelho branco ao Marketing na apresentação do produto devido a sua grande prole e simbolizar a fartura entre as famílias.

(Fábrica alimentícia em Zurique, Suíça, séc. XVIII. Era em indústrias como essas que o chocolate era feito e se popularizou por todo o mundo. Foi num dia do ano de 1867 que em sua fábrica Henri Nestlé encontrou o equilíbrio entre o leite, açúcar e cacau presenteando o mundo com o moderno chocolate.)

(Henri Nestlé, químico, juntamente com Daniel Peter, ambos suíços, conseguiram criar com perfeição o chocolate moderno. Que delícia! Nestlé é um dos nomes eternizados na chocolateria mundial e foi dono de umas das indústrias mais antigas do mundo permanecendo, até os dias de hoje, em mãos da família deste empresário. Ressaltamos que na 2ª Guerra, Nestlé foi um dos grandes distribuidores de alimentos numa Europa faminta. Se por um lado ele se enriqueceu com isso, por outro, alimentou vários desvalidos...) 

(Daniel Peter, amigo de Nestlé e co-criador da barra de chocolate ao leite.) 

Os anglo-saxões (modernos países da Dinamarca, Noruega e Escócia) contavam às crianças que os coelhos levavam os ovos e os escondiam entre as plantas. 

(Caçada aos ovos de páscoa na Casa Branca, uma tradição mantida desde a criação da Casa e dos primeiros presidentes que residiram ali. Na manhã de Domingo, crianças de várias escolas e concursos são convidadas para, juntamente com a família do Presidente, procurarem o maior número de ovos nos jardins da Casa Branca.)

Na manhã do dia de Páscoa, elas tinham de procurá-los nas ruas e nos jardins. 


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Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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