domingo, 22 de fevereiro de 2015

Deus, o Grande Mistério do Ser Humano - Parte 2

(Deus assumirá tantas faces quantas forem necessárias até que os homens possam entender a Força que criou esse universo.)

Ao longo da História, muitas têm sido as representações e definições de Deus, de acordo com cada cultura. Pode ser o princípio supremo, superior à natureza. Ou então, o Ser infinito, eterno e perfeito, criador do universo.

A definição de Deus, contudo, fica limitada à linguagem e às regras do pensar. Se o divino existe, deve transcender o pensamento.

(Deus Cernunnos dos Celtas representado no Caldeirão de Gundestrup. Os chifres na cultura céltica representavam a virilidade, força e nobreza do deus. Os primeiros sacerdotes cristãos ao chegarem no extremo da Europa, utilizou esse deus da fertilidade para identificar o Diabo, o que se popularizou e, hoje, colocamos chifres nesse personagem.)

Nas culturas antigas, para se comunicar mais facilmente com as forças naturais, foram criadas imagens que personificavam as divindades. 

Com aparência humana ou semi-humana era mais fácil dirigir orações, pedidos e oferendas.

(O panteão Sumério inclui não apenas um Deus monoteísta, mas também deuses da natureza e estrelas, onde podemos encontrar os primeiros vestígios sobre os conceitos de demônios e anjos.)

As divindades foram multiplicando-se uma vez que eram associadas a algum aspecto da vida: fertilidade, caça, metalurgia, guerra e outros. Assim surgiu o politeísmo, a crença em vários deuses, hoje ainda presente em religiões africanas, indígenas e também no Hinduísmo. 

(O panteão de Deuses Africanos, como em qualquer religião ligada à natureza, o Bem ou o Mal é, em si mesmo, irrelevante, por isso, deus como Exu faz o bem e o mal, para aquele que pede. Aqui, podemos evidenciar conceitos teológicos que ainda estão formando conclusões filosóficas sobre o respeito à sociedade e espiritualidade.)

Essas divindades exercem papéis definidos, mas geralmente são ambíguas, porque não trazem em si nem o Bem absoluto, nem o Mal total, são uma mistura dos dois, como o interior do ser humano, além disso, utilizam vários recuos para interferir na humanidade.

(O Curupira ou Caipora e o Saci (um Exu), são deuses que se transformam em animais. Ambos são deuses protetores da natureza e não permitem que suas matas sejam invadidas. Até o dia de hoje, os brasileiros do Amazonas, acreditam nesses seres como um fato real.)

Em algumas culturas antigas, os deuses, adquiriram aparência animal (zoomórfica) por se acreditar que traziam os melhores atributos físicos e mentais desejáveis ao homem, como a velocidade de um puma.

Os egípcios mesclaram aspectos animais com humanos (antropozoomorfismo), como Rá, o deus-sol, com corpo de homem e cabeça de falcão. 

(Panteão Egípcio)

E os gregos e romanos cultuaram divindades antropomórficas com comportamentos e reações típica aos dos mortais, como ciúme, raiva, paixão ou tristeza 

Zeus, o deus supremo do Olimpo, podia chegar até ter relações carnais com humanos. 

(Zeus para os Gregos e Júpiter para os Romanos. A estátua acima foi encontrada em 1680 na cidade de Esmirna. A palavra Deus é uma corruptela do nome Zeus (trad. Pai dos Deuses e dos Homens), que se pronunciava Tzeus, assim, até os dias de hoje, atribuímos ou visualizamos Deus com os atributos dados pelos gregos à essa divindade. No entanto, como os gregos e romanos, precisamos avançar em nossa pesquisa para sabermos quem realmente é Deus, ou pelo menos, sabermos de fato, seu verdadeiro nome.)

No politeísmo, geralmente há uma divindade superior criadora e outras secundárias com funções determinadas. 

É o caso de Olorum, no Candomblé, que criou os orixás e passou a cada um deles a incumbência de cuidar de um aspecto da natureza. Por isso Iemanjá é a deusa dos oeanos, Xangô é associado ao trovão, Oxóssi é o rei da caça 

As características de onipotência e onipresença não aparem nessas crenças porque são atributos do Deus medieval e cristão.

O Deus Único

A concepção monoteísta, como conhecemos hoje, surgiu com o povo semita que habitava a região da Mesopotâmia ao Egito, chamada de Crescente Fértil.

(O Crescente Fértil)

No Egito Antigo, porém, houve um culto a um divindade que quase se apoiou no monoteísmo. 

O rei Amonhotep, que mudou seu nome par Akhenaton, cultuou o deus solar Aton como único deus celestial e a si mesmo como único deus terrestre.

(Ahura Mazda, foi o primeiro Deus monoteísta revelado aos homens. Hoje sabemos que a noção do monoteísmo hebreu foi uma transferência que Abrão fez ao sair de Ur levando consigo essa teologia nova e inovadora.)

Na Pérsia, onde hoje é o Irã, a religião legada por Zaratustra também delineou a noção de um Deus único ao colocar Ahura Mazda como ser supremo e acabar com outras divindades, provavelmente entre os séculos 12 a 6 a.C.

(O Tetragramaton, o Nome impronunciável, é a única representação do Deus Hebreu possível. Somente os cabalistas sabem pronunciar esse Nome Poderoso, o que leva anos de estudo e dedicação.)

Por muitos anos, a crença monoteísta foi entendida como sendo uma evolução no desenvolvimento das religiões em relação ao politeísmo. Contudo, essa visão está ultrapassada na atualidade, porque ainda hoje há muitas religiões politeístas e não podemos dizer que são menos desenvolvidas.


Continua...   


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O Que é o Pessach Judaico?

(O ritual da páscoa judaico é celebrado no equinócio de primavera. Outras culturas também escolheram esta fase do ano para celebrar a colheita ou a vida e a morte, pois um mês após, havia a preparação para o verão. Os celtas também celebravam a páscoa nesta mesma data, onde o Ovo, símbolo da Deusa, até hoje sobrepuja a páscoa judaica.)

A Páscoa Judaica ou Pessach (significa passagem da escravidão para a liberdade ou passar por cima) celebra a libertação dos filhos de Israel após dois séculos de cativeiro no Egito.

Segundo o costume da época, cada família hebréia deveria sacrificar um cordeiro e pinta as portas das casas com o seu sangue.

(Cena do filme Êxodo: Deuses e Reis, a presença do povo judaico no Egito ainda é um mistério para a Arqueologia, mas algo aconteceu, tão poderoso, que deixou uma marca profunda na mente e coração de um povo inteiro...)

Era um sinal de proteção contra a praga divina. Na celebração atual, comem-se carne de carneiro, pão e ervas amargas como recordação do sofrimento do cativeiro.

A libertação é contada no livro Êxodo e tornou-se o ponto central da história judaica, marcando o surgimento dos judeus como povo livre. 

(Não existem muitos judeus em Vitória da Conquista, no entanto, a família do prof. Joseph Goldberg - UESB, se mudou para nossa cidade há 12 anos e tentam manter a cultura judaica entre si.)

É comemorada sempre no mês de abril, no entanto, a data precisa depende da lunação, já que o calendário judaico é regido pela lua. A festa tem duração de oito dias.

Nas duas primeiras noites, é realizado o jantar festivo (Seder) para recordar o sacrifício judeu. 

(Matzá)

A comida típica é o matzá (o pão da aflição ou dos pobres), uma bolacha não fermentada, feita apenas com farinha de trigo e água, que tem a função de relembrar a luta dos antepassados.

Os judeus expulsos não tiveram tempo de fermentar o pão e o levaram antes que pudesse ser preparado.

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Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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