domingo, 26 de janeiro de 2014

Catástrofes... Por que Deus Permite? - Parte 2

(O Dilúvio foi uma manifestação natural presente em muitas culturas ao redor do mundo)

A origem do mito de Noé, por exemplo, remete a escritos gravados em pedra na forma de um poema épico. 

(Tablete sumeriano que conta a história do dilúvio, este é do Museu Britânico) 

Nele, relata-se o heroísmo do rei Gilgamesh que viveu no século 27 a.C., na antiga Babilônia, região banhada por rios e, portanto, sujeita a enchentes todas as vezes que as chuvas prolongavam por períodos de 40 a 50 dias. 

(Rei Gilgamesh sempre retratado segurando uma fera, para mostrar seu poder e domínio)

Dos relatos das inundações babilônicas surgiu a base de uma história contada em toda a Mesopotâmia, a princípio, para amedrontar os escravos.

"Nós controlamos o céu. Se você não vem trabalhar para mim, mandamos abrir as comportas do céu e produzimos um dilúvio", seria a mensagem dominadora. 

(Templo central da Cidade de Ur onde o Patriarca Abraão nasceu e cresceu. Ali ele ouviu as histórias de um dilúvio e sobre um homem e sua família que sobreviveram, sob o nome de Ut-Napishtim)

O tempo avançou séculos até que, por volta de 6 a.C., o Judaísmo valeu-se da ameaça das cheias para reunir o povo hebreu contra a invasão imperial assíria - e pouco importava que o palco da profecia fosse uma região desértica, onde hoje fica Israel.

(Assíria era o nome que os judeus denominavam os povos sumérios, eles que foram vítima de um dilúvio no passado, agora eram o próprio dilúvio na terra dos hebreus)

O Dilúvio se faria representado, para os judeus, pelo próprio governante inimigo. 

"Visto que este povo rejeitou as águas de Siloé que correm mansamente, ...o Senhor trará contra ele as águas impetuosas e abundantes do rio - a saber, o rei da Assíria com todo seu poderio. Ele encherá todos seus leitos e transbordará por todas suas ribanceiras"
Isaías 8:6-7

Com a expansão do Cristianismo, o tema da purificação pelas águas presente na Bíblia, no livro do Gênesis, foi retomado.

(Os mártires cristãos, perseguidos pelos romanos, esperavam que algum tipo de Dilúvio varresse seus inimigos purificando assim a terra do mal)

Diante das perseguições que estavam sofrendo, os primeiros cristãos encontravam no Dilúvio a mensagem de que, assim, como ocorreu com Noé, haveria esperança de salvação para quem, como ele, era "o homem justo que anda com Deus".


(O Dilúvio foi a maneira divina de dizer ao homem que ele estava errado e iria pagar por isso)

"Chegou o fim de toda carne, eu o decidi, pois a terra está cheia de violência por causa dos homens, e eu os farei desaparecer da terra... Quanto a mim, vou enviar o dilúvio, as águas, sobre a terra, para exterminar de debaixo do céu toda carne que tiver sopro de vida: tudo o que há na terra deve perecer. Mas estabelecerei minha aliança contigo e entrarás na arca, tu e teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos".
Gênesis 6: 13,17 e 18

O mito do Dilúvio revela que catástrofes podem ganhar diferentes justificativas conforme quem as interpreta - seja quem manda e oprime, seja quem se rebela contra a opressão.


(Como as outras teologias mundiais, o Budismo também tem um compêndio apocalíptico em seus ensinamentos)

A literatura budista, por exemplo, fornece elementos usados para dominação e libertação político-social e seus seguidores, influenciando monges indianos, camponeses chineses e guerreiros japoneses. 

O Budismo está impregnado de teorias apocalípticas desde sua fundação.


(Buda discursava em vida aos seus discípulos e pregou o fim do mundo)

Atribui-se a Buda, a enunciação dos princípios básicos da religião durante um discurso feito na Índia do século 6, referências a inundações que consumiram ricos e pobres.


(Sâkyamuni, estátua do Museu Nacional da China)

"Grandes inundações infindáveis aparecerão inesperadamente. Como as pessoas do mundo não têm fé, julgarão que este mundo permanecerá para sempre. Com as inundações, tanto os ricos como os miseráveis se afogarão, serão arrastados pelas águas e transformados em comida para peixes". 
Sâkyamuni, fundador histórico do Budismo, pouco antes de sua morte, no bosque de Kusinagara, norte da Índia.


Continua...



domingo, 19 de janeiro de 2014

A Ciência versus Religião


Assistam a este documentário onde a Teologia, a crença num Deus imaterial tem que lidar com a Lógica, o Materialismo e a Ciência do Homem...

domingo, 12 de janeiro de 2014

Catástrofes... Por que Deus Permite? - Parte 1

 (Tempestades de raios na costa californiana dos Estados Unidos em 2011, uma das mais terríveis registradas até hoje)

Tragédias naturais, como o tsunami que devastou a Ásia e o Japão lembram ao homem de sua fragilidade e deixam questões que só com a fé podem ser compreendidas.

(Tsunami no Japão em 2011, foi tão rápido que as autoridades japoneses acostumadas com as tragédias naturais de seu arquipélago não encontraram tempo para avisar aos habitantes de Sendai)

No princípio houve o choque...

Ondas gigantes invadiram os litorais de países asiáticos e o litoral do sul nos Estados Unidos nestes últimos 5 anos varrendo praias, casas, hotéis, pontes, estrada, o descanso de uns, o trabalho de muitos, vidas humanas aos milhares...

(Tsunami na Indonésia em 2004)

...e o mundo viu que isso era ruim...

Homens, mulheres, crianças e idosos procuravam familiares entre montanhas de escombros e pilhas de corpos que emergiam da água e da lama para jornais, revistas e noticiários da internet e televisão.

(Jogo de futebol da Liga Alemã para arrecadar recursos para o tsunami na Indonésia em 2004)

E fez-se a solidariedade...

Preces, cerimônias religiosas, roupas, remédios, alimentos e valores em dinheiro enviados de todas as partes do planeta eram endereçados às vítimas dos Tsunamis. 

(Jantar de Gala beneficente oferecido pelos maiores chefs de São Paulo, que enviaram recursos para as vítimas do tsunami no Japão em 2011) 

Então, pairou sobre todas as crenças e raças a pergunta: Por que, Deus?

Passaram-se três anos da segunda grande tragédia natural do novo milênio, e a interrogação capaz de levar fiéis das mais diferentes religiões a refletir não é daquelas que o tempo resolve.

(Jó com seus amigos e acusadores: Elifaz, Bildade e Zofar)

Conta o texto bíblico do Antigo Testamento que Deus teria permitido que Seu melhor discípulo, Jó, passasse por doloridas provações para mostrar a Satanás como Sua obra era perfeita, incluída aí a fé inabalável de Jó.

Martirizado pela dúvida sobre o que fizera de errado, o homem conclui, resignado, que a vontade divina devora bons e maus. 

(O Livro de Eli filme que retrata uma tragédia natural na Terra e, depois, a luta dos seres humanos para entender onde fica Deus no meio desses conflitos)

Nos maremotos de dezembro de 2004 e 2011, crentes e ateus, ricos e pobres, turistas em férias e trabalhadores locais, cidades de uma miséria infernal e praias paradisíacas, todos foram indistintamente tragados.

Por que o Criador deixaria isso acontecer?

O que dizem as Escrituras Sagradas?

Não é a primeira vez que a humanidade vê sua impotência confrontada com a força da natureza, nem será a última em que buscará um sentido para o que adquire contornos incompreensíveis.

(Todos os dias acontecem tragédias naturais. As chuvas no sudeste do Brasil deste ano já fizeram suas vítimas na baixada fluminense do Rio, dentre elas, crianças e idosos)

Os textos sagrados estão aí como testemunho de que desastres naturais, como dilúvio ou pragas variadas, já serviam a interpretações diferentes e, não raras vezes, a interesses antagônicos.

Teriam sido obras divinas?


Continua...


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O Paraíso é Aqui - Parte 3

Concluindo nosso estudo sobre a Igreja Messiânica.


(Igreja Messiânica de Salvador com o ministrante Francisco Jesus Fernandes)

O Brasil é o terceiro em número de fiéis, depois do Japão e da Tailândia, e é o que mais manda missionários para o centro de treinamento japonês de difusão da doutrina. 

A Igreja considera os brasileiros os propulsores do movimento mundial de criação do Paraíso na Terra. 

Como imigrantes de todas as ascendências vivem aqui em harmonia, é possível que a missão do País seja estar à frente da construção do mundo idealizado por Deus. 

(Solo Sagrado, templo aberto e representação do Paraíso na Terra da Igreja Messiânica em Guarapiranga - São Paulo)

É no Brasil que fica o Solo Sagrado, único modelo de Paraíso terrestre no Ocidente. 

Existem ainda outros quatro: três no Japão e um na Tailândia. 

Descendentes de japoneses lembram o trabalho que deu para construir o Solo Sagrado em Guarapiranga. "Era tanta pedra para carregar, e não havia a ajuda de nenhuma máquina pesada", contam os adeptos. 

(Solo Sagrado em Kyoto, Japão)

Foram os próprios messiânicos que plantaram cada flor e puseram cada pedra do modelo de Paraíso na Terra, que completou uma década de inauguração em novembro de 2013.


Vida de Mestre: da Penúria à Salvação

Longe do esterótipo de líder religioso, asceta e devotado, o fundador da Igreja Messiânica Mundial, Mokiti Okada, foi empresário, casou duas vezes e até os 40 anos era ateu.

(Mokiti Okada, fundador da Igreja Messiânica)

Nasceu em Tóquio, capital japonesa, numa família pobre, e, na infância, sofreu com doenças como a pleurisia - que causava perda respiratória - e a tuberculose.

Aos 20 anos, decidiu abrir uma loja de bijuterias. 

O interesse pela religião começou apenas na fase adulta, quando a crise econômica do país juntou-se a desgraças pessoais. Seu negócio faliu na mesma época em que perdeu a primeira mulher e a filha no parto.

(Ritual Xintoísta)

Okada iniciou o estudo religioso pelo Xintoísmo e pelo Budismo, principais credos japoneses, para depois vivenciar a crença Oomoto, que prega a reforma do mundo. 

Interessava-se ainda por livros sobre paranormalidade.

(Oomoto, movimento Xintoísta e seu maior representante Onisaburu Degushi que reformou dentre outras coisas a arte marcial Aikido)

Aos 44 anos, teria tido a revelação divina que se tornaria o messias da salvação mundial. 

"Há uma bola de luz em meu ventre. É o espírito de Deus", dizia. Foi quando ganhou o nome religioso de Meishu-Sama, Senhor da Luz.

Mas como um ateu pode se integrar, de uma hora para outra e com tanta intensidade, a Deus?

(Meishu-Sama com sua última esposa e companheira de fé)

Meishu-Sama passou por um duro processo de purificação, como doenças e problemas financeiros, para que pudesse se encontrar com Deus. É o caminho pelo qual todos nós passamos... 


Seria a Igreja Messiânica a Religião do Futuro?

A Igreja Messiânica Mundial propõe-se a ser a crença que conduzirá o planeta a um estado de bem-aventurança. Para tanto, aceita como adeptos gente de todos os credos. 

Aliás, em sua base teológica, encontram-se influências de religiões do Oriente e do Ocidente.

Do Cristianismo, a Igreja herdou o conceito de um único Deus, que seria o mesmo para todos os credos.

(No centro do altar a representação de Deus da Igreja Messiânica)

Só que o Supremo messiânico não teria forma humana. "Deus é Luz", conceituou Okada. 

Acredita-se ainda no Juízo Final. O acerto de contas entre o Bem e o Mal na Terra seria gradativo e teria começado com a revelação de Meishu-Sama, em 15 de junho de 1931.

Esse julgamento estaria visível pela "grande ação purificadora" - doenças incuráveis, conflitos e desastres naturais - que ocorre na atualidade.

(Tsunami no Japão em 2011)

Os membros veem essa atuação como uma graça divina pela qual deem agradecer. 

Tudo serviria para a evolução do homem e do planeta. Os bons permaneceriam na Terra, e os maus ficariam retidos no mundo espiritual. 

Os fiéis seguem também o conceito budista da reencarnação - os espíritos, até mesmo os de animais, estariam sempre em processo evolutivo. 

A influência do credo fica clara também pela veneração que Okada tinha à divindade de misericórdia, Kannon.

(Kannon, principal divindade no budismo)

O líder pintou diversos quadros dela. Para ele, Kannon era o Sagrado do passado. 

Hoje, esse Sagrado se manifestaria em forma de Luz. Por fim, um toque de Xintoísmo: a Igreja reverencia a natureza e os antepassados. 

Mas a teologia, sozinha, não faz muito sentido para os messiânicos. O diferencial da Igreja é que o fiel não busca apena o contato com Deus no plano espiritual. 

O que se quer é construir materialmente o Paraíso na Terra. E, para estabelecer o mundo ideal, ministrar a luz divina (Johrei) é o passo mais importante. 

(Meishu-Sama com a Luz Kannon flagrada numa fotografia)

É na prática altruísta que os fiéis evoluem. Nas palavras de Okada: "Quem quer ser feliz deve, primeiro, fazer feliz seu semelhante".


As Três Colunas da Salvação

Conheça os princípios que norteiam a Igreja Messiânica.

Johrei - Sente-se na frente de um messiânico e espere que ele faça uma reverência a Deus, transformando-se assim no que seria um veículo de luz divina para você.

(O ideograma que é guardado no Ohikari. Um selo de proteção e invocação)

Receba a energia que passa por suas mãos, colocadas em forma de concha a meio metro do seu corpo. A energia divina viria de sua integração com Meishu-Sama, materializada pelo ideograma da palavra Luz escrito pelo mestre e guardado num pingente (Ohikari) que os membros trazem no pescoço.

(O Ohikari é uma relíquia que o Membro da Igreja Messiânica ganha para contatar seu Mestre Meishu-Sama)

Acredita-se que o Johrei elimine impurezas espirituais, como sentimentos de ódio e insatisfação, e os males do corpo, originados pela ingestão de remédios e alimentos com aditivos químicos. 

É portanto, uma prática de reequilíbrio espiritual e físico. 

Agricultura Natural - Segundo Meishu-Sama, nutrir o corpo é nutrir o espírito. Para tanto, nada melhor do que uma alimentação orgânica, pois isso traria a energia da água, do solo e do sol. 

Produtos com agrotóxicos, pelo contrário, teriam a força da natureza limitada por compostos químicos.

(O uso de produtos orgânicos é imprescindível para uma vida espiritual harmônica)

Hoje, estudos científicos alertam contra alimentos cultivados artificialmente, já que poderiam causar doenças como câncer e alergias. 

Belo - Espalhar flores por todo canto: em casa, no escritório, em presídios.

Segundo Okada, são obras de Deus que purificam o espírito. A arte humana também tem esse poder. mas tudo depende do autor da peça. 

Caso idealize o bem, essa energia passaria aos demais. "O artista deve funcionar como orientador espiritual do povo", dizia Okada. 

A atividade mais incentivada da Igreja é a Ikebana Sanguetsu.

(Quanto mais simples a Ikebana, mais beleza ela ostenta)

A palavra ikebana significa "dar vida à flor". Ao fazer esse arranjo floral, a pessoa vivenciaria um processo de renovação. 

Para os messiânicos, educar também é uma arte. 

Eles editam a revista em quadrinhos Planeta Azul.

(Planeta Azul, revista mensal voltada para as crianças com vários jogos e interatividades onde a doutrina e ensinamentos sobre o respeito à Natureza são passados. A Editora Abril publica e divulga essa ideia)

Nela, crianças de escola públicas e particulares são incentivadas a participar da Campanha do Obrigado, que consiste no esforço em receber dez agradecimentos por dia. 

O que começa como uma obrigação se torna uma postura altruísta natural dos alunos.


Fim.:.



Referências Bibliográficas

Onde

Solo Sagrado de Guarapiranga, Estrada do Jaceguay, 6.567, Parelheiros, São Paulo, Tel. (11) 5970-1000.

Livro

Alicerce do Paraíso, 5 Volumes, de Mokiti Okada, ed. Fundação Mokiti Okada, 2002.

Site

www.messianica.org.br

Documentário


Aranel Ithil Dior. Tecnologia do Blogger.

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